Bom uso de variedades

08/01/2018 Noticias do Sistema POR: Revista Canavieiros
A entrega do Prêmio Excelência no Uso de Variedades de Cana-de-açúcar, que destaca as unidades produtoras com menor índice de concentração varietal e com o melhor índice de atualização varietal aconteceu no dia 21 de novembro, durante a sétima e última reunião do ano do Grupo Fitotécnico de Cana-de-açúcar. O pesquisador e coordenador do censo varietal, Rubens Braga Júnior, e o diretor do IAC, Marcos Landell, foram os responsáveis pela entrega dos prêmios.
 
Criado em 2016, este ano o prêmio será entregue também em nível regional e estadual. “Vemos como uma oportunidade o fato de termos criado esse prêmio porque ele coloca os holofotes sobre uma coisa que julgamos importantíssima para o setor sucroenergético que são os programas de melhoramento genético de cana no Brasil. Não só o programa do IAC, mas também os do CTC e Ridesa”, disse Landell.
 
O objetivo do prêmio é oferecer uma fotografia para o setor, para que se possa, de maneira mais inteligente, premiar todos os programas e consultores que atuam com variedades, assim como as usinas, produtores e associações. “O prêmio traz, nas entrelinhas, esse valor”, ressalta Landell.
 
O prêmio, um troféu confeccionado em impressora 3D, foi entregue às usinas que mais se destacaram nas diversas regiões estratificadas e àquela que mais se destacou na região Centro-Sul do Brasil.
 
“O prêmio contempla dois indicadores que consideramos muito importantes: o índice de atualização varietal e o índice de concentração varietal. As unidades que utilizam variedades mais modernas e também tem um baixo nível de concentração passam a ganhar, na soma dos rankings, esses prêmios”, lembrou Braga Júnior.
 
Ele comentou ainda que a atualização varietal com o uso de variedades mais novas e modernas, certamente leva à maior produtividade, o que é comprovado.
“Usando as tecnologias que os programas de melhoramento estão desenvolvendo, tem-se mais produtividade. Além disso, com uma pequena concentração de variedades, há um menor risco genético, pois as doenças vão aparecendo. Quando aparece uma nova doença, acaba pegando variedades imunes no momento e por isso não se deve ter uma concentração elevada de uma variedade porque caso ela seja acometida por alguma doença, o prejuízo pode ser muito grande”, atenta Braga Júnior.
 
O nível de concentração é obtido através da soma das três primeiras variedades, mais a amplitude entre a primeira e a terceira (quanto maior, pior). Há uma penalização se a variedade tiver mais do que 15% (limite ideal segundo os programas de melhoramento).
 
Para concorrer à premiação, é necessário que a usina participe do censo varietal e possua mais de 5 mil hectares cultivados e índice de atualização varietal menor do que sete anos. A usina ganhadora é aquela que, na soma desses rankings, apresentar os melhores números.
 
O secretário da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Arnaldo Jardim, o diretor geral do IAC, Sérgio Carbonell, e o presidente da Orplana, Eduardo Romão, ajudaram a entregar os prêmios.
 
As usinas vencedoras foram:

- Usina Otávio Lage, do Grupo Jalles Machado. Com IAV (Índice de Atualização Varietal) de 5,97 e ICVA (Índice de Concentração Varietal Ajustado) de 57% e ranking médio de 35,5, é a melhor usina do Estado de Goiás;
- Usina Iturama, do Grupo Coruripe de Minas Gerais. Com IAV de 4,79 e ICVA 63%, a usina tem se notabilizado, nos últimos anos, em prêmios de produtividade no Brasil;
- Região de Araçatuba (SP) - Usina Ipê, do Grupo Pedra, com IAV de 4,32 e ICVA de 49%;
- Região de Assis (SP) - Usina São Luiz, do Grupo Quagliato, com IAV 5,64 e ICVA de 33%;
- Região de Jaú (SP) - Usina Santa Fé, do Grupo Itaquerê, com IAV 5,24 e ICVA de 64%;
- Região de Ribeirão Preto (SP) - Usina Alta Mogiana, do Grupo Lincoln Junqueira, com IAV 4,96 e ICVA de 47%;
- Região de São José do Rio Preto - Usina Cruz Alta, do Grupo Tereos, com IAV 5,75 e ICVA de 56%.

O Prêmio Excelência Nacional de Uso de Variedades teve como usinas ganhadoras a Usina Furlan, matriz do Grupo Furlan (segundo lugar) com IAV de 4,34 e ICVA de 40% e a Usina Santa Maria, do Grupo J. Pilon (primeiro lugar), com IAV de 3,24 e ICVA de 41%.