Do genérico à inovação

02/01/2018 Agricultura POR: Revista Canavieiros
Por: Diana Nascimento

O ano de 2017 não será tão bom para o mercado de defensivos. Segundo o CEO da Adama Brasil, Rodrigo Gutierrez, o ano será marcado por queda e os motivos são o nível de estoque de distribuição, produtos ilegais, novas tecnologias de controle, queda de preços, nível de incidência de pragas nas lavouras e clima.
Para o Brasil, a previsão de decréscimo é de 10,6% equivalente a US$ 8,5 bilhões.

“Vamos entrar em 2018 com estoque menor de defensivos e, por isso, esperamos um crescimento significativo em 2018 para a Adama. Temos uma expectativa de crescimento de 12%, bastante significativa do ponto de vista de vendas e não em aplicação, o que corresponde a US$ 9,5 bilhões”, afirmou o executivo durante o evento “Encontro com o Presidente”,realizado no dia 28 de novembro de 2017 no Hotel Palácio Tangará, em São Paulo, para jornalistas especializados em cana.

Em 2017, a empresa espera alcançar um crescimento total de 2,4% diante de uma redução de 13% do mercado nacional.

Os planos para 2018 da Adama incluem ainda um crescimento de 28%, aumento de 0,8% no marketshare e o lançamento de dois novos produtos: Nimitz e Cronnos. “A perspectiva até 2020 é alcançarmos um crescimento de 52%, 7% de marketshare, além de lançarmos novos produtos”, completa Gutierrez.

O CEO contou sobre a estratégia de investimentos para os próximos cinco anos. A Adama começará a produzir insumos para defensivos agrícolas que hoje são importados da China, o que demandará investimentos de US$ 30 a US$ 50 milhões. As duas fábricas da Adama no Brasil, localizadas em Londrina (PR) e Taquari (RS) terão expansões. “Até 2019, a unidade de Londrina deverá ganhar mais duas fábricas, além das três já existentes. Em 2018, a unidade de Taquari ganhará mais uma fábrica e duas em 2020”, contabiliza.

A empresa também pretende dobrar o número de princípios ativos no país. “Temos fôlego para competir nos mercados de soja, milho, cana, trigo, algodão, pastagens e café, chegando à meta de 7% da fatia do mercado”, afirmou Gutierrez.

Para o mercado de cana, a Adama promete novidades constantes como o desenvolvimento de uma ferramenta para o gerenciamento de equipamentos de corte, carregamento e transporte. Serão desenvolvidos produtos para demandas futuras e para complementar o manejo de plantio e sulco. Toda a parte de nutrição da Adama também está sendo reconstruída para a entrada de novos produtos.

Início


No evento, o diretor de RH e TI da Adama Brasil, Johannes Castellano, contou a trajetória da empresa. “Em 2011, a companhia ganhou um sócio, a Chem China, que trouxe oportunidades e vantagens de pesquisa e desenvolvimento. Isso se consolidou em 2016 com a aquisição de 100% da Adama, o que garantiu presença global. No Brasil, éramos conhecidos como Milenia. Adama é o nome global dessa empresa número 1 em quantidade de ingredientes ativos”, esclareceu ao dizer que, no Brasil, a empresa está presente nas cinco regiões através de parcerias com distribuidoras e cooperativas.

Com capacidade de produção de 170 milhões de litros/ano de produtos, o propósito da Adama é criar simplicidade na agricultura. “Temos complexidade para levar simplicidade para o cliente e isso envolve os produtos e a maneira como os desenvolvemos e vendemos”, acrescenta Castellano.

Antes focada em defensivos genéricos de alto volume e complexos, hoje a Adama também é uma empresa inovadora, especializada em misturas e formulações exclusivas, novos ativos e tecnologias.

Segundo Castellano, o portfólio híbrido, liderança no espaço agrodigital e alavancagem a partir da China - que possibilita o investimento em P&D, banter e segurança de suprimento de matéria-prima -, permitem essa filosofia. “A agricultura está mudando. O uso da tecnologia pelo produtor rural fará toda a diferença no futuro. Nos próximos dez anos a agricultura será digital”, aposta o diretor de RH e TI.

Novo nematicida


Ao aplicar um nematicida em sua lavoura, o produtor espera foco no resultado, ação pontual e paralisante. No entanto, isso vem acompanhado da convicção de que ele continua perdendo produtividade, além da toxicidade do produto.

Para mudar esse cenário, a Adama apresentou o Nimitz, novo produto para o controle de nematoides. “Com o Nimitz, o produtor terá longevidade da cultura, maior produtividade, menor toxicidade, maior rentabilidade, ação eficaz e definitiva. O produto está sendo estudado como o primeiro nematicida real do mercado”, aponta Gerson Dalla Corte, gerente de Marketing de Produtos da Adama Brasil.

O Nimitz se destaca por possuir perfil toxicológico e ambiental mais brando, pois pertence a um novo grupo químico, altamente eficaz no controle de vários tipos de nematoides e com forte ação letal em ovos juvenis e adultos, alto nível de eficácia com uma única aplicação e versatilidade de uso em diversas culturas como café, algodão, cenoura, citros, tomate, pimentão, cana, batata, pimenta-do-reino, goiaba, soja e outras.

“O produto apresenta perfil ecotoxicológico, ou seja, é menos invasivo em espécies de pássaros, peixes e abelhas. Por ser menos agressivo, não causa desequilíbrio no ambiente”, salienta Dalla Corte.

Na cultura da cana-de-açúcar, por exemplo, existem 3 milhões de hectares com a presença de nematoides. O principal produto usado para o controle era o carbofuran, que está sendo retirado do mercado. “O Nimitz traz nível de controle em patamar superior com maior produtividade, chegando a um incremento de 10 t/cana/ha, e brotação mais eficiente. Tivemos resíduo zero em catorze áreas aplicadas, além de o produto ser seguro em áreas de açúcar para exportação”, concluiu Dalla Corte.