Acordo comercial com a Índia não acelera exportações para o país

09/09/2014 Açúcar POR: Folha de São Paulo
Cinco anos depois de firmado, o acordo comercial do Brasil com a Índia, uma das dez maiores economias do mundo, não foi capaz de deslanchar as vendas brasileiras para o país asiático.
Desde que o acordo entrou em vigor, em 2009, as exportações para a Índia cresceram apenas nos momentos em que subiram as vendas de petróleo e açúcar, produtos que não fazem parte do acerto entre os países.
Juntos, os dois produtos são responsáveis por mais da metade dos embarques brasileiros ao mercado indiano, que somaram US$ 2,5 bilhões de janeiro a julho (é o nono principal destino das exportações). Sem eles, as vendas estão, na verdade, em queda.
Até julho deste ano, as exportações de todos os demais produtos somaram US$ 900 milhões. No mesmo período de 2009, antes do acordo, eram de US$ 1,1 bilhão.
O acordo, feito por meio do Mercosul, foi anunciado como a primeira etapa para a criação de uma área de livre-comércio entre o bloco sul-americano e o país asiático.
Foi o primeiro acordo comercial do Mercosul a entrar em vigor com um país fora do continente americano.
Foi lançado, contudo, de forma bastante tímida, como um acerto de preferência tarifária, no qual os países dão "descontos" na alíquota de importação oferecida, e envolvendo apenas 450 tipos de produto. No total, há quase dez mil no Brasil.
Foram incluídos no acerto itens nos quais não havia conflito de interesses. A ideia era que, com o tempo, as negociações seguissem e acréscimos fossem sendo feitos ao documento inicial. Até agora, isso não ocorreu.
O governo brasileiro chegou a abrir consulta pública com o setor privado para fazer proposta de ampliação do tratado, mas, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (Mdic), foram identificadas muitas sensibilidades comerciais e, por isso, não houve avanço.
OUTROS ACORDOS
Se o acerto com a Índia produziu poucos resultados, outras frentes de negociação não prosperaram. De 2009 para cá, o Brasil só conseguiu colocar em vigor um acordo comercial com Israel. O comércio com o país, que já era inexpressivo, pouco avançou.
A troca de ofertas para a criação de uma área de livre- comércio entre o bloco sul-americano e a União Europeia (UE), que marcaria a retomada dos acordos internacionais, foi suspensa e não há previsão de nova data.
Até acordos que estavam acertados ficaram na geladeira, à espera de definição do governo –após o acerto é preciso o aval do Congresso. É o caso dos tratados com África do Sul, Egito e Palestina.
A inércia do Brasil na seara internacional é criticada pela indústria, cujas exportações vêm caindo.
"Esses acordos [como os negociada por EUA, Japão e países europeus] vão passar a reger boa parte dos comércio internacional e o Brasil está fora dessa discussão", afirma Thomaz Zanotto, diretor da Fiesp (federação industrial do Estado de São Paulo).
Segundo ele, o governo não tem uma política clara de comércio exterior.
O Mdic afirmou que o acordo com a Índia possibilitou avanços significativos "para determinados produtos", como interruptores elétricos e motores de indução. Segundo a pasta, o Brasil está "engajado com as negociações Mercosul-UE, com tratativas multilaterais na OMC e diversas outras iniciativas". 
Cinco anos depois de firmado, o acordo comercial do Brasil com a Índia, uma das dez maiores economias do mundo, não foi capaz de deslanchar as vendas brasileiras para o país asiático.
Desde que o acordo entrou em vigor, em 2009, as exportações para a Índia cresceram apenas nos momentos em que subiram as vendas de petróleo e açúcar, produtos que não fazem parte do acerto entre os países.
Juntos, os dois produtos são responsáveis por mais da metade dos embarques brasileiros ao mercado indiano, que somaram US$ 2,5 bilhões de janeiro a julho (é o nono principal destino das exportações). Sem eles, as vendas estão, na verdade, em queda.
Até julho deste ano, as exportações de todos os demais produtos somaram US$ 900 milhões. No mesmo período de 2009, antes do acordo, eram de US$ 1,1 bilhão.
O acordo, feito por meio do Mercosul, foi anunciado como a primeira etapa para a criação de uma área de livre-comércio entre o bloco sul-americano e o país asiático.
Foi o primeiro acordo comercial do Mercosul a entrar em vigor com um país fora do continente americano.
Foi lançado, contudo, de forma bastante tímida, como um acerto de preferência tarifária, no qual os países dão "descontos" na alíquota de importação oferecida, e envolvendo apenas 450 tipos de produto. No total, há quase dez mil no Brasil.
Foram incluídos no acerto itens nos quais não havia conflito de interesses. A ideia era que, com o tempo, as negociações seguissem e acréscimos fossem sendo feitos ao documento inicial. Até agora, isso não ocorreu.
O governo brasileiro chegou a abrir consulta pública com o setor privado para fazer proposta de ampliação do tratado, mas, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (Mdic), foram identificadas muitas sensibilidades comerciais e, por isso, não houve avanço.
OUTROS ACORDOS
Se o acerto com a Índia produziu poucos resultados, outras frentes de negociação não prosperaram. De 2009 para cá, o Brasil só conseguiu colocar em vigor um acordo comercial com Israel. O comércio com o país, que já era inexpressivo, pouco avançou.
A troca de ofertas para a criação de uma área de livre- comércio entre o bloco sul-americano e a União Europeia (UE), que marcaria a retomada dos acordos internacionais, foi suspensa e não há previsão de nova data.
Até acordos que estavam acertados ficaram na geladeira, à espera de definição do governo –após o acerto é preciso o aval do Congresso. É o caso dos tratados com África do Sul, Egito e Palestina.
A inércia do Brasil na seara internacional é criticada pela indústria, cujas exportações vêm caindo.
"Esses acordos [como os negociada por EUA, Japão e países europeus] vão passar a reger boa parte dos comércio internacional e o Brasil está fora dessa discussão", afirma Thomaz Zanotto, diretor da Fiesp (federação industrial do Estado de São Paulo).
Segundo ele, o governo não tem uma política clara de comércio exterior.
O Mdic afirmou que o acordo com a Índia possibilitou avanços significativos "para determinados produtos", como interruptores elétricos e motores de indução. Segundo a pasta, o Brasil está "engajado com as negociações Mercosul-UE, com tratativas multilaterais na OMC e diversas outras iniciativas".