Evento destacou avanços na bioenergia, agricultura de precisão e soluções tecnológicas para o agronegócio brasileiro
Recentemente, Ribeirão Preto, conhecida por sua liderança na produção agrícola e desenvolvimento tecnológico, foi palco da segunda edição do Agro Innovation Week. O evento, realizado no Dabi Business Park, reuniu durante seis dias os principais players do agronegócio para debater tendências e promover soluções inovadoras para o setor.
A iniciativa trouxe inovações tecnológicas para a cadeia produtiva do setor, promovendo troca de experiências sobre sustentabilidade, tecnologia e inovação, consolidando a cidade como um pólo de vanguarda no agronegócio brasileiro.
Uma das grandes novidades deste ano foi o Fórum Usinas do Futuro, totalmente dedicado às inovações no setor de bioenergia.
Líderes e executivos do mercado sucroenergético discutiram o futuro sustentável desse segmento, além dos avanços e desafios dos próximos dez anos através de temas como: biogás, biometano, combustíveis sustentáveis para aviação (SAF) e a transformação digital no setor sucroenergético.
Líderes e executivos do setor sucroenergético debateram estratégias e inovações que impulsionem um futuro mais sustentável para o segmento
Paulo Montabone, diretor da Fenasucro&Agrocana, mediou o painel - O futuro do setor de bioenergia global: possibilidades e desafios para as indústrias de base, e ressaltou o papel crucial da inovação. “A cana-de-açúcar continua surpreendendo com soluções inovadoras que atendem às exigências de sustentabilidade e eficiência, como o hidrogênio verde e os biocombustíveis para mobilidade de baixo carbono”.
Cláudia Tonielo, diretora de RH do Grupo Viralcool, enfatizou a importância das pessoas na transição do setor: “Bioenergia é feita por pessoas. Treinamentos, inovação e cultura organizacional são fundamentais para preparar a equipe diante dos desafios tecnológicos e comportamentais. Investimos constantemente em capacitação para fortalecer nossa base e alinhar nossas práticas com a sustentabilidade”.
O diretor de Inovação da Usina Lins, Fernando Biagi, projetou um cenário de intensa inovação tecnológica: “O setor está passando por uma nova revolução com o desenvolvimento de equipamentos movidos a etanol, como colhedoras e tratores, além de avanços no biogás e biometano. A integração de novas tecnologias será essencial para atender às crescentes demandas do mercado”.
Já o presidente da UDOP – União Nacional da Bioenergia, Hugo Cagno, destacou o papel do Brasil como líder global em descarbonização. “O mundo está começando a reconhecer o etanol como uma solução estratégica. No Brasil, já desenvolvemos tecnologias como o híbrido flex e estamos avançando na produção de combustíveis sustentáveis para aviação (SAF). Nosso desafio é expandir a capacidade produtiva e conscientizar outros países sobre o potencial do setor”.
Nos dias seguintes, o evento trouxe também painéis e palestras que abordaram temas de ponta, como biotecnologia, agricultura 5.0, ESG e agricultura regenerativa, além da integração de tecnologias emergentes como IA (Inteligência Artificial), IoT (internet das coisas) e blockchain.
Sustentabilidade como prioridade
Os debates também enfatizaram a integração de tecnologias emergentes como IA, IoT e blockchain com práticas sustentáveis, reforçando a importância de soluções que atendam às demandas de descarbonização e eficiência no agro.
Startups e inovação no centro das atenções
Com cerca de 20 expositores e um público diversificado formado por empresários, produtores, pesquisadores e estudantes, o evento também foi um espaço para networking e geração de negócios. A troca de conhecimentos entre participantes e especialistas consolidou o evento como uma vitrine para o futuro do agronegócio.
Um dos pontos altos do Agro Innovation Week foi o espaço para startups agrotecnológicas (agtechs), que apresentaram suas soluções em estandes e participaram de pitches para o público e investidores. O Agro Hacka, uma maratona de inovação, desafiou os participantes a transformarem ideias em startups com impacto direto no setor agro e ofereceu um prêmio de até R$ 20 mil.
Entre as inovações apresentadas, um analisador portátil baseado em infravermelho próximo chamou a atenção. A tecnologia, desenvolvida ao longo de quatro anos, utiliza inteligência artificial integrada a um hardware compacto com bateria de 16 horas de duração e GPS embutido. Capaz de analisar solos, sementes e agroquímicos em apenas 30 segundos, o equipamento fornece dados precisos para decisões agrícolas.
No caso do milho, a tecnologia verifica o teor de amido; na cana-de-açúcar, mede a quantidade de açúcar; e na soja, avalia o teor de proteína, ajudando produtores a maximizar a produtividade e a qualidade das colheitas.
Analisador portátil