Apoio da Índia ao açúcar no foco da OMC

29/09/2015 Açúcar POR: Valor Econômico
A Índia ficou ontem na defensiva e não conseguiu responder aos questionamentos de parceiros na Organização Mundial do Comércio (OMC) sobre a decisão tomada por Nova Déli de impor às usinas de açúcar do país uma cota de exportação de 4 milhões de toneladas este ano.
A Austrália reclamou que esse volume significa 8% do comércio mundial de açúcar. A preocupação de outros produtores é que a oferta indiana chegará subsidiada no mercado internacional, o que deverá ainda mais as cotações da commodity.
Ontem, no Comitê de Agricultura da OMC, os indianos alegaram que tinham recebido já tarde os questionamentos da Austrália e não tinham condições de respondê-los.
A inquietação é grande entre parceiros. A Índia é o maior consumidor mundial e o segundo maior produtor de açúcar, depois do Brasil. E, pelo quinto ano consecutivo, tem excesso de produção e estoques de 10,2 milhões de toneladas, o maior dos últimos tempos.
Para este ano, a produção indiana de açúcar deverá alcançar 28 milhões de toneladas, ante 26,5 milhões na safra passada, enquanto a demanda doméstica é de cerca de 25 milhões de toneladas.
Ocorre que o preço interno é mais alto que o praticado no mercado internacional, porque o governo impôs um preço mais elevado para a cana. Assim, produtores dizem que só podem exportar o que o governo os está obrigando se tiverem mais ajuda governamental.
Justamente os subsídios indianos já existentes para o setor de açúcar voltaram ao radar da OMC ontem. Em fevereiro, o governo em Nova Déli aumentou a subvenção para exportação do açúcar demerara para 25% acima do atual preço internacional.
Os indianos alegaram na OMC que esse pagamento não é um subsídio à exportação, e sim parte de seu programa de diversificação de exportações.
Além de Austrália e União Européia, Brasil e Colômbia levantaram questões sobre esses subsídios e pediram para a Índia respeitar o compromisso na OMC para que os países evitem ao máximo recorrer a formas de subvenção a exportação.
Também no Comitê de Agricultura da OMC, a mesma Índia foi alvejada pelos EUA pelo aumento do preço mínimo do algodão ¬ produto que, por sua vez, é altamente subsidiado por Washington.
Os EUA reclamaram também da ajuda da China a seus cotonicultores, e do aumento de gastos de Pequim para formar estoques públicos de algodão. Os chineses alegaram que sua política não afeta as importações e nem está ligada ao aumento do consumo mundial de poliéster.
Brasil e Argentina estiveram entre os países que questionaram a Suíça pelo aumento de subsídios à exportação, mesmo "em circunstâncias excepcionais". Os suíços alegam que seus produtores sofreram com o fim do vinculo entre o franco suíço e o euro. Mas os parceiros não aceitam o argumento de flutuação de moeda para dar subsidio a vendas externas. 
A Índia ficou ontem na defensiva e não conseguiu responder aos questionamentos de parceiros na Organização Mundial do Comércio (OMC) sobre a decisão tomada por Nova Déli de impor às usinas de açúcar do país uma cota de exportação de 4 milhões de toneladas este ano.
A Austrália reclamou que esse volume significa 8% do comércio mundial de açúcar. A preocupação de outros produtores é que a oferta indiana chegará subsidiada no mercado internacional, o que deverá ainda mais as cotações da commodity.
Ontem, no Comitê de Agricultura da OMC, os indianos alegaram que tinham recebido já tarde os questionamentos da Austrália e não tinham condições de respondê-los.

A inquietação é grande entre parceiros. A Índia é o maior consumidor mundial e o segundo maior produtor de açúcar, depois do Brasil. E, pelo quinto ano consecutivo, tem excesso de produção e estoques de 10,2 milhões de toneladas, o maior dos últimos tempos.
Para este ano, a produção indiana de açúcar deverá alcançar 28 milhões de toneladas, ante 26,5 milhões na safra passada, enquanto a demanda doméstica é de cerca de 25 milhões de toneladas.
Ocorre que o preço interno é mais alto que o praticado no mercado internacional, porque o governo impôs um preço mais elevado para a cana. Assim, produtores dizem que só podem exportar o que o governo os está obrigando se tiverem mais ajuda governamental.
Justamente os subsídios indianos já existentes para o setor de açúcar voltaram ao radar da OMC ontem. Em fevereiro, o governo em Nova Déli aumentou a subvenção para exportação do açúcar demerara para 25% acima do atual preço internacional.
Os indianos alegaram na OMC que esse pagamento não é um subsídio à exportação, e sim parte de seu programa de diversificação de exportações.
Além de Austrália e União Européia, Brasil e Colômbia levantaram questões sobre esses subsídios e pediram para a Índia respeitar o compromisso na OMC para que os países evitem ao máximo recorrer a formas de subvenção a exportação.
Também no Comitê de Agricultura da OMC, a mesma Índia foi alvejada pelos EUA pelo aumento do preço mínimo do algodão ¬ produto que, por sua vez, é altamente subsidiado por Washington.
Os EUA reclamaram também da ajuda da China a seus cotonicultores, e do aumento de gastos de Pequim para formar estoques públicos de algodão. Os chineses alegaram que sua política não afeta as importações e nem está ligada ao aumento do consumo mundial de poliéster.
Brasil e Argentina estiveram entre os países que questionaram a Suíça pelo aumento de subsídios à exportação, mesmo "em circunstâncias excepcionais". Os suíços alegam que seus produtores sofreram com o fim do vinculo entre o franco suíço e o euro. Mas os parceiros não aceitam o argumento de flutuação de moeda para dar subsidio a vendas externas.