Só o bagaço de cana gera energia suficiente para mais de sete meses
A geração de bioeletricidade em térmicas (tendo como combustíveis principais bagaço de cana, licor negro e biogás) no país até setembro de 2020 foi de 20.630 GWh, alta de 3% em relação a igual período do ano passado, valor que significa capacidade para abastecer a cidade de São Paulo ao longo de nove meses.
Ao olhar a participação do bagaço de cana no montante (contado até agosto), se identifica um crescimento percentual superior em relação ao todo, de 4%, o que lhe dá maior domínio como principal biomassa brasileira com 81% (14.163 GWh) ou mais de sete meses de abastecimento da maior cidade do país.
O constante crescimento na oferta à rede, de 12,5 pontos percentuais em dez anos, é explicado pela evolução tecnológica principalmente nas caldeiras e maior número de usinas conectadas à rede, de modo que na safra passada ele representou 57,3 kWh por tonelada de cana moída, ganho de quase 60% em 10 anos.
Se a evolução se manter na mesma marcha (o que é pouco em decorrência da importância econômica que a cogeração representa na contabilidade industrial hoje), se ofertaria numa década 278.193 GWh, garantindo com sobras o consumo dos paulistanos.
No gráfico de capacidade instalada, a biomassa divide a segunda colocação com o Gás Natural e a Energia Eólica com uma fatia de 9%, se pensar somente a estrutura do setor sucroenergético, representa a mesma importância das termelétricas movidas a derivados de petróleo, com 6%.