Endividada e operando no vermelho, a sucroalcooleira Biosev ganhou um pouco mais de fôlego ontem, depois de assinar acordo para receber um aporte de até R$ 128 milhões do International Finance Corporation (IFC).
A instituição, braço de investimentos do Banco Mundial no setor privado, se comprometeu a subscrever a totalidade das ações a ser emitidas pela empresa no aumento de capital. Com isso, a fatia do IFC na companhia vai ficar entre 4,48% e 5,84%, a depender da disposição dos demais acionistas em acompanhar a operação.
O grupo francês Louis Dreyfus, controlador da Biosev, já sinalizou que vai abrir mão de seu direito de preferência. É provável que os minoritários façam o mesmo, já que as ações da empresa acumulam queda de mais de 42% desde a abertura de capital, no ano passado. Os papéis fecharam ontem cotados a R$ 7,40, queda de 0,13%.
A operação dará algum alívio à Biosev, que tinha dívida líquida de R$ 4,08 bilhões no fim de seu segundo trimestre fiscal, em setembro. O número representa 4 vezes o lucro antes juros, impostos, depreciação e amortizações (Ebitda), indicador que a empresa planeja reduzir a 2,5 vezes.
"O aporte vai ajudar na execução do plano de negócios da Biosev, que tem o objetivo de ser geradora de caixa a partir desta safra [abril de 2014 a março de 2015]", disse ao Valor o presidente da companhia, Rui Chammas. Segundo ele, os recursos vão ajudar a Biosev pagar suas despesas operacionais e os juros da dívida.
Porém, a operação não equaciona por completo a estrutura de capital da companhia, reconheceu o executivo. Assim como outras empresas do setor, a Biosev tem amargado perdas em seu caixa - pressionada por uma combinação de preços defasados, estoques altos e uma safra de cana pior que o previsto.
Os resultados contábeis também estão no vermelho. Nos seis meses até o fim de setembro, a Biosev teve prejuízo de R$ 190,7 milhões. No término desse período, a conta de perdas acumuladas no balanço patrimonial da empresa chegava a R$ 2,3 bilhões.
Apesar das dificuldades que o mercado sucroalcooleiro atravessa, o setor é estratégico para o IFC, afirmou o executivo responsável pela área de agronegócios da instituição, Luiz Daniel de Campos. Um dos focos do órgão no Brasil são negócios no desenvolvimento de fontes de energias renováveis. "É um investimento de longo prazo", disse. "Um dos princípios do IFC é entender que esse setor é cíclico".
O aporte na Biosev representa o primeiro investimento societário do IFC numa empresa sucroalcooleira do Brasil. A instituição já fez operações de dívida e negocia mais um financiamento a uma empresa do setor.
Com o aporte, o capital da Biosev aumentará de R$ 2,490 bilhões para R$ 2,618 bilhões. A operação será avaliada em reunião do conselho de administração da Biosev marcada para segunda-feira. Depois disso, os minoritários terão um prazo para definir se exercem seu direito de preferência. Já é sabido que alguns deles, caso da holding Santaelisa, pretendem sair da companhia. Portanto, a expectativa é que não acompanhem o aumento de capital, o que na prática significa diluir sua participação.
Segundo Chammas, a expectativa é concluir a operação no primeiro trimestre de 2015.
Endividada e operando no vermelho, a sucroalcooleira Biosev ganhou um pouco mais de fôlego ontem, depois de assinar acordo para receber um aporte de até R$ 128 milhões do International Finance Corporation (IFC).
A instituição, braço de investimentos do Banco Mundial no setor privado, se comprometeu a subscrever a totalidade das ações a ser emitidas pela empresa no aumento de capital. Com isso, a fatia do IFC na companhia vai ficar entre 4,48% e 5,84%, a depender da disposição dos demais acionistas em acompanhar a operação.
O grupo francês Louis Dreyfus, controlador da Biosev, já sinalizou que vai abrir mão de seu direito de preferência. É provável que os minoritários façam o mesmo, já que as ações da empresa acumulam queda de mais de 42% desde a abertura de capital, no ano passado. Os papéis fecharam ontem cotados a R$ 7,40, queda de 0,13%.
A operação dará algum alívio à Biosev, que tinha dívida líquida de R$ 4,08 bilhões no fim de seu segundo trimestre fiscal, em setembro. O número representa 4 vezes o lucro antes juros, impostos, depreciação e amortizações (Ebitda), indicador que a empresa planeja reduzir a 2,5 vezes.
"O aporte vai ajudar na execução do plano de negócios da Biosev, que tem o objetivo de ser geradora de caixa a partir desta safra [abril de 2014 a março de 2015]", disse ao Valor o presidente da companhia, Rui Chammas. Segundo ele, os recursos vão ajudar a Biosev pagar suas despesas operacionais e os juros da dívida.
Porém, a operação não equaciona por completo a estrutura de capital da companhia, reconheceu o executivo. Assim como outras empresas do setor, a Biosev tem amargado perdas em seu caixa - pressionada por uma combinação de preços defasados, estoques altos e uma safra de cana pior que o previsto.
Os resultados contábeis também estão no vermelho. Nos seis meses até o fim de setembro, a Biosev teve prejuízo de R$ 190,7 milhões. No término desse período, a conta de perdas acumuladas no balanço patrimonial da empresa chegava a R$ 2,3 bilhões.
Apesar das dificuldades que o mercado sucroalcooleiro atravessa, o setor é estratégico para o IFC, afirmou o executivo responsável pela área de agronegócios da instituição, Luiz Daniel de Campos. Um dos focos do órgão no Brasil são negócios no desenvolvimento de fontes de energias renováveis. "É um investimento de longo prazo", disse. "Um dos princípios do IFC é entender que esse setor é cíclico".
O aporte na Biosev representa o primeiro investimento societário do IFC numa empresa sucroalcooleira do Brasil. A instituição já fez operações de dívida e negocia mais um financiamento a uma empresa do setor.
Com o aporte, o capital da Biosev aumentará de R$ 2,490 bilhões para R$ 2,618 bilhões. A operação será avaliada em reunião do conselho de administração da Biosev marcada para segunda-feira. Depois disso, os minoritários terão um prazo para definir se exercem seu direito de preferência. Já é sabido que alguns deles, caso da holding Santaelisa, pretendem sair da companhia. Portanto, a expectativa é que não acompanhem o aumento de capital, o que na prática significa diluir sua participação.
Segundo Chammas, a expectativa é concluir a operação no primeiro trimestre de 2015.