Maior exportador global de açúcar, o Brasil deve perder neste ciclo mais espaço no mercado mundial da commodity para países como Tailândia e Austrália. Nas estimativas da consultoria Datagro, do total de 53,6 milhões de toneladas de açúcar que devem ser exportadas no mundo no ciclo 2015/16, que termina em 30 de setembro, 44,2% devem vir das usinas brasileiras, ante 46,6% na temporada 2014/15.
Em linhas gerais, o encolhimento é efeito de um ciclo de pelo menos cinco anos de cotações baixas de açúcar no mercado internacional. Esse longo período de retração, na visão das usinas brasileiras, deveu-e a subsídios do governo tailandês a seus produtores. O apoio deve ser objeto de questionamento oficial do Brasil na Organização Mundial do Comércio (OMC) contra a Tailândia.
Nos últimos quatro anos, a oferta de açúcar no Brasil encolheu 5 milhões de toneladas, segundo o presidente da Datagro, Plínio Nastari. Em 2014/15, os 46,8% do total exportado de açúcar no mundo representaram para o Brasil o embarque de 25,6 milhões de toneladas. Em 2015/16, os 44,2% devem representar 23,7 milhões, e já consideram uma produção maior no país nesta temporada nacional 2016/17, que começa em abril.
Outros players ocuparam esse terreno deixado pelo Brasil. A Tailândia deve responder no atual ciclo 2015/16 por 16% do comércio global de açúcar, ante 15,8% da safra 2014/15. A Austrália deve ter 6,3% do comércio, tinha 5,9% no ciclo anterior.
Mas em termos de competitividade, o açúcar brasileiro voltou, no último ano, a superar seus principais concorrentes. No Centro-Sul, o custo médio (sem considerar a remuneração do capital investido) de fabricação do açúcar ficou em 13 centavos de dólar por libra-peso, segundo a Datagro. Na Tailândia, ficou em 16,5 centavos de dólar por libra-peso e na Austrália, em 18,1 centavos. "O açúcar brasileiro voltou a ter o menor custo do mundo", afirmou Nastari.
Uma boa parte dessa competitividade é efeito da desvalorização do real frente ao dólar, que foi bem mais acentuada que a sofrida pelas moedas dos concorrentes. De acordo com dados da consultoria americana FCStone, desde janeiro de 2015, o real perdeu 48% do seu valor frente à moeda dos Estados Unidos. Esse percentual foi de 16% para o dólar australiano e de 8% para o baht tailandês.
Assim, observa Nastari, é a oferta excedente no Brasil que vai determinar se o espaço no mercado mundial será recuperado. Por ora, as usinas sinalizam intenção de produzir mais açúcar e até venderam antecipadamente um volume recorde do produto. "Mas esse quadro pode virar, caso a remuneração para o etanol fique maior. Temos que observar a estratégia comercial das usinas. Nada impede que ao longo dos próximos meses elas cancelem esses contratos de açúcar para fabricar mais etanol", disse.
Maior exportador global de açúcar, o Brasil deve perder neste ciclo mais espaço no mercado mundial da commodity para países como Tailândia e Austrália. Nas estimativas da consultoria Datagro, do total de 53,6 milhões de toneladas de açúcar que devem ser exportadas no mundo no ciclo 2015/16, que termina em 30 de setembro, 44,2% devem vir das usinas brasileiras, ante 46,6% na temporada 2014/15.
Em linhas gerais, o encolhimento é efeito de um ciclo de pelo menos cinco anos de cotações baixas de açúcar no mercado internacional. Esse longo período de retração, na visão das usinas brasileiras, deveu-e a subsídios do governo tailandês a seus produtores. O apoio deve ser objeto de questionamento oficial do Brasil na Organização Mundial do Comércio (OMC) contra a Tailândia.
Nos últimos quatro anos, a oferta de açúcar no Brasil encolheu 5 milhões de toneladas, segundo o presidente da Datagro, Plínio Nastari. Em 2014/15, os 46,8% do total exportado de açúcar no mundo representaram para o Brasil o embarque de 25,6 milhões de toneladas. Em 2015/16, os 44,2% devem representar 23,7 milhões, e já consideram uma produção maior no país nesta temporada nacional 2016/17, que começa em abril.
Outros players ocuparam esse terreno deixado pelo Brasil. A Tailândia deve responder no atual ciclo 2015/16 por 16% do comércio global de açúcar, ante 15,8% da safra 2014/15. A Austrália deve ter 6,3% do comércio, tinha 5,9% no ciclo anterior.
Mas em termos de competitividade, o açúcar brasileiro voltou, no último ano, a superar seus principais concorrentes. No Centro-Sul, o custo médio (sem considerar a remuneração do capital investido) de fabricação do açúcar ficou em 13 centavos de dólar por libra-peso, segundo a Datagro. Na Tailândia, ficou em 16,5 centavos de dólar por libra-peso e na Austrália, em 18,1 centavos. "O açúcar brasileiro voltou a ter o menor custo do mundo", afirmou Nastari.
Uma boa parte dessa competitividade é efeito da desvalorização do real frente ao dólar, que foi bem mais acentuada que a sofrida pelas moedas dos concorrentes. De acordo com dados da consultoria americana FCStone, desde janeiro de 2015, o real perdeu 48% do seu valor frente à moeda dos Estados Unidos. Esse percentual foi de 16% para o dólar australiano e de 8% para o baht tailandês.
Assim, observa Nastari, é a oferta excedente no Brasil que vai determinar se o espaço no mercado mundial será recuperado. Por ora, as usinas sinalizam intenção de produzir mais açúcar e até venderam antecipadamente um volume recorde do produto. "Mas esse quadro pode virar, caso a remuneração para o etanol fique maior. Temos que observar a estratégia comercial das usinas. Nada impede que ao longo dos próximos meses elas cancelem esses contratos de açúcar para fabricar mais etanol", disse.