A estratégia de carregar estoques de açúcar e de etanol para comercialização futura teve peso importante no resultado da maioria das empresas sucroalcooleiras listadas na BM&FBovespa durante o primeiro trimestre do ano-safra 2015/16 (abril, maio e junho).
Raízen Energia e São Martinho tiveram receita menor, enquanto a Tereos Internacional, controladora da Guarani, registrou crescimento modesto. Apenas a Biosev viu a receita aumentar de forma considerável no período, justamente por ter realizado parcela maior de suas reservas. Os dados constam dos balanços divulgados recentemente. "Aquelas (companhias) que não estão precisando de caixa conseguem estocar. Elas 'sacrificam' a receita de agora para ter uma rentabilidade maior no futuro", explicou ao Broadcast Márcio Montes, analista do BB BI.
De fato, o contrato do açúcar negociado na Bolsa de Nova York para março de 2016 tem girado em torno de 12 centavos de dólar por libra-peso, acima dos 10,60 centavos de dólar do contrato para outubro próximo.
Em relação ao etanol, há um sazonal aumento de preços entre dezembro e março, período de entressafra da cana-de-açúcar no Centro-Sul. Atualmente, o litro do hidratado nas usinas paulistas está em R$ 1,1750 (sem impostos), de acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP).
Maior processadora de cana do País, com 24 unidades, a Raízen Energia, joint venture entre Cosan e Shell, reportou estoques de 846 mil toneladas de açúcar em 30 de junho, 6% mais na comparação com igual data do ano passado. O segmento açúcar teve peso na queda de 2,3% na receita operacional líquida da empresa, para R$ 1,64 bilhão. Já as reservas de etanol fecharam o trimestre com ligeira redução de 1%, para 458 milhões de litros. A própria companhia, porém, destacou que esse resultado se deveu às vendas aquecidas de hidratado. "Os aumentos de preço e a volta da Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) na gasolina melhoraram a competitividade do etanol, gerando um crescimento de 10,2% no volume vendido, principalmente de revenda e trading neste trimestre", informou o balanço divulgado na semana passada.
O Grupo São Martinho, que tem quatro usinas em operação, reportou receita 6,7% menor no trimestre, de R$ 476,70 milhões. Em contrapartida, as reservas de açúcar aumentaram 48,2%, as de hidratado subiram 54,2% e as de anidro cresceram 105,9% no trimestre frente igual intervalo de 2014. "Estamos efetivamente segurando estoques em busca de preços melhores", afirmou o diretor financeiro e de Relações com Investidores da empresa, Felipe Vicchiato, em teleconferência também na semana passada.
Outro importante player do setor, com sete usinas no noroeste paulista, a Tereos Internacional registrou aumento de 8% na receita, para R$ 1,95 bilhão. A controladora da Guarani não informou os volumes de açúcar e de etanol, mas o diretor da Região Brasil da companhia, Jacyr Costa Filho, comentou ao Broadcast no início de agosto que a empresa está utilizando recursos próprios para estocagem, na expectativa de "preços atraentes" na entressafra.
Na contramão das demais, a Biosev, braço sucroenergético da Louis Dreyfus Commodities (LDC), reduziu tanto as reservas de açúcar (-22%) quanto as de etanol (-17%). Em relatório, os analistas Viccenzo Paternostro e Victor Saragiotto, do Credit Suisse, entretanto, dizem que a empresa ainda tem espaço para se beneficiar da elevação das cotações desses produtos, algo que deve ocorrer somente em 2016. "O fluxo de caixa ainda não está claro no curto prazo e o aumento da alavancagem devido à desvalorização do real (ante o dólar) nos próximos trimestres preocupa", ponderaram.
A estratégia de carregar estoques de açúcar e de etanol para comercialização futura teve peso importante no resultado da maioria das empresas sucroalcooleiras listadas na BM&FBovespa durante o primeiro trimestre do ano-safra 2015/16 (abril, maio e junho).
Raízen Energia e São Martinho tiveram receita menor, enquanto a Tereos Internacional, controladora da Guarani, registrou crescimento modesto. Apenas a Biosev viu a receita aumentar de forma considerável no período, justamente por ter realizado parcela maior de suas reservas. Os dados constam dos balanços divulgados recentemente. "Aquelas (companhias) que não estão precisando de caixa conseguem estocar. Elas 'sacrificam' a receita de agora para ter uma rentabilidade maior no futuro", explicou ao Broadcast Márcio Montes, analista do BB BI.
De fato, o contrato do açúcar negociado na Bolsa de Nova York para março de 2016 tem girado em torno de 12 centavos de dólar por libra-peso, acima dos 10,60 centavos de dólar do contrato para outubro próximo.
Em relação ao etanol, há um sazonal aumento de preços entre dezembro e março, período de entressafra da cana-de-açúcar no Centro-Sul. Atualmente, o litro do hidratado nas usinas paulistas está em R$ 1,1750 (sem impostos), de acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP).
Maior processadora de cana do País, com 24 unidades, a Raízen Energia, joint venture entre Cosan e Shell, reportou estoques de 846 mil toneladas de açúcar em 30 de junho, 6% mais na comparação com igual data do ano passado. O segmento açúcar teve peso na queda de 2,3% na receita operacional líquida da empresa, para R$ 1,64 bilhão. Já as reservas de etanol fecharam o trimestre com ligeira redução de 1%, para 458 milhões de litros. A própria companhia, porém, destacou que esse resultado se deveu às vendas aquecidas de hidratado. "Os aumentos de preço e a volta da Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) na gasolina melhoraram a competitividade do etanol, gerando um crescimento de 10,2% no volume vendido, principalmente de revenda e trading neste trimestre", informou o balanço divulgado na semana passada.
O Grupo São Martinho, que tem quatro usinas em operação, reportou receita 6,7% menor no trimestre, de R$ 476,70 milhões. Em contrapartida, as reservas de açúcar aumentaram 48,2%, as de hidratado subiram 54,2% e as de anidro cresceram 105,9% no trimestre frente igual intervalo de 2014. "Estamos efetivamente segurando estoques em busca de preços melhores", afirmou o diretor financeiro e de Relações com Investidores da empresa, Felipe Vicchiato, em teleconferência também na semana passada.
Outro importante player do setor, com sete usinas no noroeste paulista, a Tereos Internacional registrou aumento de 8% na receita, para R$ 1,95 bilhão. A controladora da Guarani não informou os volumes de açúcar e de etanol, mas o diretor da Região Brasil da companhia, Jacyr Costa Filho, comentou ao Broadcast no início de agosto que a empresa está utilizando recursos próprios para estocagem, na expectativa de "preços atraentes" na entressafra.
Na contramão das demais, a Biosev, braço sucroenergético da Louis Dreyfus Commodities (LDC), reduziu tanto as reservas de açúcar (-22%) quanto as de etanol (-17%). Em relatório, os analistas Viccenzo Paternostro e Victor Saragiotto, do Credit Suisse, entretanto, dizem que a empresa ainda tem espaço para se beneficiar da elevação das cotações desses produtos, algo que deve ocorrer somente em 2016. "O fluxo de caixa ainda não está claro no curto prazo e o aumento da alavancagem devido à desvalorização do real (ante o dólar) nos próximos trimestres preocupa", ponderaram.