As cooperativas marcaram presença na conferência, reforçando compromisso com a sustentabilidade e o desenvolvimento regional
Sertãozinho foi palco de debates significativos sobre meio ambiente e mudanças climáticas, com a realização da 1ª Conferência Intermunicipal de Meio Ambiente. O evento aconteceu no final do mês de janeiro, reunindo autoridades e representantes de 30 cidades da região para discutir e propor soluções práticas dentro de cinco eixos temáticos definidos pela 5ª Conferência Nacional do Meio Ambiente: mitigação, adaptação e preparação para desastres, justiça climática, transformação ecológica e governança com educação ambiental.
Durante a conferência, os participantes apresentaram propostas que, após debates e aprovação, foram priorizadas para inclusão no Caderno de Propostas da Comissão Organizadora Estadual. Entre os temas destacados estiveram iniciativas voltadas para o uso de biocombustíveis, compostagem modular, arborização, macrodrenagem, apoio técnico para comunidades vulneráveis, fortalecimento de viveiros municipais e parcerias público-privadas para promover práticas sustentáveis.
Além disso, delegados foram eleitos para representar os municípios na etapa estadual. Entre eles, destacam-se nomes como Cauana Luiza de Souza Maciel, Max Pitter Pinto e Gabriela Teixeira Moreira, responsáveis por levar adiante as prioridades regionais no âmbito estadual.
Segundo o secretário de Meio Ambiente e Agricultura de Sertãozinho, Carlos Alexandre Ribeiro Gomes, o evento reforçou a urgência de ações conjuntas para enfrentar os desafios climáticos. “Precisamos discutir o meio ambiente de uma forma regional. As mudanças climáticas e o aquecimento global têm impactos profundos em nossa região. No final do ano passado, enfrentamos incêndios que afetaram nossa fauna, flora e população. Essas discussões são essenciais para criar mecanismos de proteção ao meio ambiente”, afirmou.
Representando a Copercana, estiveram presentes Giovanni Bartoletti Rossanez, diretor financeiro e administrativo da cooperativa, e João Vitor Marinho, assistente de sustentabilidade e membro do comitê Copercana Sustentável | ESG.
João Vitor destacou a relevância do evento para a comunidade e o fortalecimento das políticas ambientais. “Participar da 1ª Conferência Intermunicipal de Meio Ambiente foi uma experiência enriquecedora. O espaço permitiu discussões profundas e a inclusão de propostas no Caderno Estadual, reforçando o compromisso coletivo com o meio ambiente. A participação popular, com votação para delegados, demonstrou a importância de engajar toda a comunidade na construção de um futuro sustentável. Foi um espaço democrático e colaborativo, onde tivemos a oportunidade de discutir e propor soluções práticas para desafios ambientais que afetam diretamente nossa região e o país”, declarou.
Outro ponto ressaltado por Marinho foi a inclusão das propostas no Caderno Estadual que representa um passo importante na construção de uma agenda sustentável. “A possibilidade de incluir propostas no Caderno Estadual nos dá a sensação de estar construindo uma agenda de mudanças reais, de forma coletiva e inclusiva”, disse.
Também presente no evento, o analista de Crédito da Área Social, Ambiental e Climática da Sicoob Cocred, Vanderlei de Paula Souza, falou sobre a importância da 1ª Conferência Intermunicipal de Meio Ambiente, enfatizando o aprendizado adquirido e a relevância do debate ambiental. “Gostei muito de ter participado da conferência, pois o meio ambiente é um tema que precisa ser tratado com grande responsabilidade. Não se trata apenas do futuro das nossas crianças, mas de todas as gerações”, afirmou Vanderlei.
Da esquerda para a direita, Carlos Alexandre Gomes, Giovanni Bartoletti Rossanez, Vanderlei de Paula Souza e João Vitor Marinho.
Entre os temas abordados no evento, o analista ressaltou a discussão sobre o estado de emergência climática e as queimadas. “Muitas dessas questões eu não conhecia em detalhes. O tema das queimadas, por exemplo, foi muito relevante. Além disso, descobri que as propostas debatidas nos grupos de estudo serão encaminhadas para São Paulo, depois para Brasília e, posteriormente, para a COP 30. Achei muito interessante saber que ideias da nossa região podem contribuir para um debate global. Isso mostra como o processo é democrático e participativo”, destacou.
Com experiência na área ambiental, Vanderlei enfatizou a importância da conformidade com as normativas ambientais para o acesso ao crédito rural. “Na SicoobCocred, analisamos a parte social, ambiental e climática das operações agrícolas para garantir que não haja irregularidades. Hoje, há normativas do Banco Central que impedem a liberação de crédito para propriedades com problemas ambientais. O Brasil possui uma das legislações ambientais mais rígidas do mundo. Aqui, quem comete crimes ambientais pode ser multado e até preso”, explicou.
O analista ainda reforçou o papel essencial do produtor rural na preservação ambiental. “O maior aliado do meio ambiente é o agricultor brasileiro, pois ele compreende que depende do clima e da natureza para produzir. Se não houver mata e florestas preservadas, ele também será prejudicado”.
