Pouco mais de um ano após criar sua subsidiária na China, a brasileira Copersucar, maior trading de açúcar e etanol do mundo, fechou seu primeiro contrato de originação da commodity fora do Brasil. A partir deste ano, a empresa vai negociar com exclusividade o açúcar da Mackay Sugar, segundo maior grupo açucareiro da Austrália, com faturamento da ordem de US$ 300 milhões por ano.
O contrato inicialmente tem duração de dois anos e prevê a originação de um volume de 150 mil toneladas da commodity. É ainda pouco perto das 8,9 milhões de toneladas que a Copersucar deverá comercializar na safra 2013/14, que termina em 31 de março, mas a duração do contrato e os volumes negociados tendem a aumentar, conforme o presidente da Copersucar, Paulo Roberto de Souza.
O executivo diz que não é possível revelar no momento o potencial de originação a partir dessa parceria, devido a cláusulas de sigilo previstas no contrato. O acordo, porém, tende a extrapolar os volumes de açúcar produzidos pela própria Mackay. Isso porque prevê a atuação da Copersucar em conjunto com a comercializadora criada este ano pela Mackay, a Queensland Commodity Services (QCS) - que, além de açúcar próprio, deverá incorporar ao seu portfólio também produto de outras usinas australianas.
Até 2013, todo o açúcar bruto da Mackay era exportado exclusivamente pela Queensland Sugar Ltd (QSL), uma trading formada por usinas associadas do país. No fim do ano passado, a QSL fez um acordo concedendo às indústrias parceiras o direito de vender parte de sua produção de forma independente, o que motivou a Mackay a criar a própria comercializadora. Além das 150 mil toneladas negociadas com a Copersucar, a Mackay conta com mais 300 mil toneladas que vão continuar sendo comercializadas pela QSL.
Souza explica que, a despeito de ser um importante produtor de açúcar global, a Austrália há anos tem uma oferta estável entre 4 milhões e 5 milhões de toneladas, equivalente a menos de 15% da produção brasileira.
Assim, o grande trunfo de ter um parceiro na Austrália não está na expectativa de movimentar grandes volumes da commodity, mas na possibilidade de oferecer aos clientes (refinarias) da Ásia uma outra fonte de suprimento, diz o presidente da Copersucar. O açúcar australiano, feito a partir da cana, como o do Brasil, tem uma boa reputação em termos de qualidade, lembra Souza. E associar a marca da Copersucar ao produto é altamente estratégico no mercado asiático, conforme o executivo.
A originação no país da Oceania visa, portanto, atender aos clientes asiáticos, que é onde se dará o crescimento do consumo nas próximas décadas, explica Souza. Quando abriu a subsidiária Copersucar Asia, em dezembro de 2012, a trading brasileira exportava cerca de 350 mil toneladas para um grupo de países no continente, em especial China, Indonésia, Coreia do Sul e Malásia. A meta, naquele momento, era elevar para 1 milhão de toneladas esse volume em três anos. Mas já neste ciclo - ou seja, um ano depois -, a Copersucar conseguiu atingir essa marca, conta Souza. No ano passado, a China foi novamente o maior importador de açúcar brasileiro, com 3,5 milhões de toneladas de um total de 27 milhões toneladas embarcadas entre os meses de janeiro e dezembro.
A Mackay é um grupo tradicional processador de cana da Austrália, com mais de 130 anos de operação. Além de ser o segundo maior grupo canavieiro do país, com quatro usinas, é um dos poucos que sobreviveram ao assédio das multinacionais nos últimos anos, em um movimento parecido com o observado no Brasil.
Entre 2010 e 2012, a presença de capital estrangeiro na indústria de açúcar australiana saiu de 12% para expressivos 75%, consolidação liderada pela Wilmar International, de Cingapura, que hoje detém 60% da produção local da commodity. Na última semana, a Wilmar, que é a maior companhia do agronegócio de Cingapura, posicionou-se também no mercado brasileiro de cana-de-açúcar, ao comprar uma participação de 27,5% da indiana Shree Renuka Sugars - que conta com quatro usinas de cana no Brasil. Pelo acordo, a Wilmar também compartilhará o controle da Renuka com o fundador, o empresário Narendra Murkumbi.
Pouco mais de um ano após criar sua subsidiária na China, a brasileira Copersucar, maior trading de açúcar e etanol do mundo, fechou seu primeiro contrato de originação da commodity fora do Brasil. A partir deste ano, a empresa vai negociar com exclusividade o açúcar da Mackay Sugar, segundo maior grupo açucareiro da Austrália, com faturamento da ordem de US$ 300 milhões por ano.
O contrato inicialmente tem duração de dois anos e prevê a originação de um volume de 150 mil toneladas da commodity. É ainda pouco perto das 8,9 milhões de toneladas que a Copersucar deverá comercializar na safra 2013/14, que termina em 31 de março, mas a duração do contrato e os volumes negociados tendem a aumentar, conforme o presidente da Copersucar, Paulo Roberto de Souza.
O executivo diz que não é possível revelar no momento o potencial de originação a partir dessa parceria, devido a cláusulas de sigilo previstas no contrato. O acordo, porém, tende a extrapolar os volumes de açúcar produzidos pela própria Mackay. Isso porque prevê a atuação da Copersucar em conjunto com a comercializadora criada este ano pela Mackay, a Queensland Commodity Services (QCS) - que, além de açúcar próprio, deverá incorporar ao seu portfólio também produto de outras usinas australianas.
Até 2013, todo o açúcar bruto da Mackay era exportado exclusivamente pela Queensland Sugar Ltd (QSL), uma trading formada por usinas associadas do país. No fim do ano passado, a QSL fez um acordo concedendo às indústrias parceiras o direito de vender parte de sua produção de forma independente, o que motivou a Mackay a criar a própria comercializadora. Além das 150 mil toneladas negociadas com a Copersucar, a Mackay conta com mais 300 mil toneladas que vão continuar sendo comercializadas pela QSL.
Souza explica que, a despeito de ser um importante produtor de açúcar global, a Austrália há anos tem uma oferta estável entre 4 milhões e 5 milhões de toneladas, equivalente a menos de 15% da produção brasileira.
Assim, o grande trunfo de ter um parceiro na Austrália não está na expectativa de movimentar grandes volumes da commodity, mas na possibilidade de oferecer aos clientes (refinarias) da Ásia uma outra fonte de suprimento, diz o presidente da Copersucar. O açúcar australiano, feito a partir da cana, como o do Brasil, tem uma boa reputação em termos de qualidade, lembra Souza. E associar a marca da Copersucar ao produto é altamente estratégico no mercado asiático, conforme o executivo.
A originação no país da Oceania visa, portanto, atender aos clientes asiáticos, que é onde se dará o crescimento do consumo nas próximas décadas, explica Souza. Quando abriu a subsidiária Copersucar Asia, em dezembro de 2012, a trading brasileira exportava cerca de 350 mil toneladas para um grupo de países no continente, em especial China, Indonésia, Coreia do Sul e Malásia. A meta, naquele momento, era elevar para 1 milhão de toneladas esse volume em três anos. Mas já neste ciclo - ou seja, um ano depois -, a Copersucar conseguiu atingir essa marca, conta Souza. No ano passado, a China foi novamente o maior importador de açúcar brasileiro, com 3,5 milhões de toneladas de um total de 27 milhões toneladas embarcadas entre os meses de janeiro e dezembro.
A Mackay é um grupo tradicional processador de cana da Austrália, com mais de 130 anos de operação. Além de ser o segundo maior grupo canavieiro do país, com quatro usinas, é um dos poucos que sobreviveram ao assédio das multinacionais nos últimos anos, em um movimento parecido com o observado no Brasil.
Entre 2010 e 2012, a presença de capital estrangeiro na indústria de açúcar australiana saiu de 12% para expressivos 75%, consolidação liderada pela Wilmar International, de Cingapura, que hoje detém 60% da produção local da commodity. Na última semana, a Wilmar, que é a maior companhia do agronegócio de Cingapura, posicionou-se também no mercado brasileiro de cana-de-açúcar, ao comprar uma participação de 27,5% da indiana Shree Renuka Sugars - que conta com quatro usinas de cana no Brasil. Pelo acordo, a Wilmar também compartilhará o controle da Renuka com o fundador, o empresário Narendra Murkumbi.