A participação do açúcar no mix da safra 2017/2018 de cana continua a crescer. A produção no ciclo atual deve ser composta de 47,3% de açúcar e 52,7% de etanol, conforme previsão divulgada ontem pela Tendências Consultoria.
A projeção anterior da casa para o mix da safra 2017/18 era ligeiramente menor, com 46,8% de açúcar. Segundo o analista de agronegócios da consultoria, Felipe Novaes, o motivo da revisão é a queda dos preços do petróleo e a política de preços nacional para a gasolina, que pressionam os valores do etanol.
Desde o começo do ano, a queda no preço da gasolina foi de 12%. Já o valor médio do etanol hidratado recuou 6%, para R$ 1,52 o litro.
"Parece contraditório projetar um aumento na fita do açúcar quando a previsão é de uma recuperação gradual na produção global. Mas, ainda assim, será mais vantajoso apostar no produto do que no etanol", afirma o analista.
Essa melhora da oferta representa uma expectativa de um superávit de 5 milhões de toneladas de açúcar no próximo ciclo, com 179 milhões de toneladas produzidas, segundo o analista da Agroconsult, Fabio Meneghin. "Vamos ter uma recuperação da safra no hemisfério norte e o mercado já começou a precificar esse aumento", diz o analista.
O resultado dessa perspectiva de expansão da produção de açúcar pode ser visto nos preços, que estão na casa dos US$ 0,14 por libra-peso ante US$ 0,20 por libra-peso praticados há um ano.
"Isso eleva a preocupação com a rentabilidade no ano que vem", observa Meneghin, uma vez que o etanol também tem preços em queda. A situação fica ainda mais delicada para as empresas que trabalham apenas com etanol - cerca de 25% das usinas. "A margem das usinas com o açúcar está em 30% enquanto a do etanol está em 20%", completa. "Para o ano que vem esperamos que a rentabilidade do açúcar se aproxime do patamar da do etanol."
A rentabilidade neste ano está garantida pela venda antecipada de 60% da produção de açúcar, estimada em 39,6 milhões de toneladas. "É o que está mantendo os resultados das usinas", diz Meneghin.
Moagem
Com a perspectiva de clima favorável a moagem de cana-de-açúcar deve retomar o ritmo perdido com as chuvas registradas no Centro-Sul nos últimos dois meses. Até o momento o atraso é de 21% em relação ao ciclo 2016/2017.
Até 1º de junho a moagem atingiu 111,8 milhões de toneladas "Há espaço e capacidade nas indústrias para isso", conclui o analista da Agroconsult.
Fonte: DCI - Comércio, Indústria e Serviços / Texto extraído do Portal Siamig 23/06/17
A participação do açúcar no mix da safra 2017/2018 de cana continua a crescer. A produção no ciclo atual deve ser composta de 47,3% de açúcar e 52,7% de etanol, conforme previsão divulgada ontem pela Tendências Consultoria.
A projeção anterior da casa para o mix da safra 2017/18 era ligeiramente menor, com 46,8% de açúcar. Segundo o analista de agronegócios da consultoria, Felipe Novaes, o motivo da revisão é a queda dos preços do petróleo e a política de preços nacional para a gasolina, que pressionam os valores do etanol.
Desde o começo do ano, a queda no preço da gasolina foi de 12%. Já o valor médio do etanol hidratado recuou 6%, para R$ 1,52 o litro.
"Parece contraditório projetar um aumento na fita do açúcar quando a previsão é de uma recuperação gradual na produção global. Mas, ainda assim, será mais vantajoso apostar no produto do que no etanol", afirma o analista.
Essa melhora da oferta representa uma expectativa de um superávit de 5 milhões de toneladas de açúcar no próximo ciclo, com 179 milhões de toneladas produzidas, segundo o analista da Agroconsult, Fabio Meneghin. "Vamos ter uma recuperação da safra no hemisfério norte e o mercado já começou a precificar esse aumento", diz o analista.
O resultado dessa perspectiva de expansão da produção de açúcar pode ser visto nos preços, que estão na casa dos US$ 0,14 por libra-peso ante US$ 0,20 por libra-peso praticados há um ano.
"Isso eleva a preocupação com a rentabilidade no ano que vem", observa Meneghin, uma vez que o etanol também tem preços em queda. A situação fica ainda mais delicada para as empresas que trabalham apenas com etanol - cerca de 25% das usinas. "A margem das usinas com o açúcar está em 30% enquanto a do etanol está em 20%", completa. "Para o ano que vem esperamos que a rentabilidade do açúcar se aproxime do patamar da do etanol."
A rentabilidade neste ano está garantida pela venda antecipada de 60% da produção de açúcar, estimada em 39,6 milhões de toneladas. "É o que está mantendo os resultados das usinas", diz Meneghin.
Moagem
Com a perspectiva de clima favorável a moagem de cana-de-açúcar deve retomar o ritmo perdido com as chuvas registradas no Centro-Sul nos últimos dois meses. Até o momento o atraso é de 21% em relação ao ciclo 2016/2017.
Até 1º de junho a moagem atingiu 111,8 milhões de toneladas "Há espaço e capacidade nas indústrias para isso", conclui o analista da Agroconsult.