Produtores rurais de Tambaú, funcionários de usinas de cana-de-açúcar de São João da Boa Vista e Pirassununga e comerciantes de Santa Cruz das Palmeiras (SP) estão com medo dos impactos que a crise no grupo espanhol Abengoa pode causar. Os trabalhadores temem o desemprego e mais de 100 agricultores afirmam que estão sem receber o valor devido pela companhia, que recentemente realizou cortes na Bahia.
"Todo mundo está enrolado, apreensivo, não sabe o que fazer. Nós esperamos que sejam tomadas medidas mais drásticas e imediatas porque desse jeito que está o produtor não vai conseguir sobreviver", disse Vanderlei Bassanesi, presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Tambaú. "Como é que ele vai comprar fertilizantes, insumos? Não tem jeito, não tem dinheiro, já está devendo. Vai remontar a dívida? Não pode".
Um dos agricultores afetados é Aparecido Argeri. Para cuidar da plantação e preparar a terra para o cultivo de cana-de-açúcar, ele fez um empréstimo de R$ 150 mil, gastou em adubo e mão de obra e agora está com medo de perder todo o investimento.
"Trabalho, cuido da cana, a usina vem, leva e receber que é bom nada. É dureza", afirmou. Segundo o produtor, a usina lhe deve R$ 400 mil.
Além das dívidas com os produtores, há a preocupação com o efeito da crise na empresa para quem trabalha nas unidades do grupo na região. Somadas, as plantas de Pirassununga e São João da Boa Vista empregam quase 5 mil trabalhadores.
"A preocupação deles é que o fundo que eles têm, eles disseram para nós, só dá para pagar mais ou menos dois meses de salário para os funcionários", contou Espedito Ferreira de Matos, presidente do Sindicato dos Empregados Rurais de Santa Cruz das Palmeiras. "Depois de janeiro a gente não sabe o que vai acontecer".
Ele afirmou que o medo é de que a usina feche e contou que, se isso acontecer, vai afetar não apenas a economia de São João e Pirassununga, mas também a de Santa Cruz. "Os trabalhadores dependem desse serviço, tanto os trabalhadores como o pessoal do comércio porque aqui a gente não tem outras indústrias, é somente a usina mesmo. Então é muito preocupante porque, se chegar a fechar, a nossa cidade vai ficar uma cidade fantasma".
Impacto
Diante das dúvidas, o empresário Almir de Oliveira se mostra preocupado. Praticamente todos os clientes de seu supermercado são funcionários da usina ou têm parentes trabalhando nela. "Todo comércio depende da usina e não tem outra renda a não ser a própria Abengoa, então fica muito difícil", declarou.
O operador de máquinas Francisco Leite Sá também está receoso. Ele deixou o Ceará em busca de emprego e há nove anos sai de casa toda tarde para ir para a usina, mas não sabe por quanto tempo terá trabalho.
"Preocupa porque não tem outro meio. É só lá que tem mesmo aqui. Se for demitido, tenho que sair, ir embora da cidade".
Empresa
A reportagem do Jornal da EPTV procurou representantes do grupo Abengoa, mas ninguém quis falar sobre o assunto ou sobre o que levou a empresa à crise.
Produtores rurais de Tambaú, funcionários de usinas de cana-de-açúcar de São João da Boa Vista e Pirassununga e comerciantes de Santa Cruz das Palmeiras (SP) estão com medo dos impactos que a crise no grupo espanhol Abengoa pode causar. Os trabalhadores temem o desemprego e mais de 100 agricultores afirmam que estão sem receber o valor devido pela companhia, que recentemente realizou cortes na Bahia.
"Todo mundo está enrolado, apreensivo, não sabe o que fazer. Nós esperamos que sejam tomadas medidas mais drásticas e imediatas porque desse jeito que está o produtor não vai conseguir sobreviver", disse Vanderlei Bassanesi, presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Tambaú. "Como é que ele vai comprar fertilizantes, insumos? Não tem jeito, não tem dinheiro, já está devendo. Vai remontar a dívida? Não pode".
Um dos agricultores afetados é Aparecido Argeri. Para cuidar da plantação e preparar a terra para o cultivo de cana-de-açúcar, ele fez um empréstimo de R$ 150 mil, gastou em adubo e mão de obra e agora está com medo de perder todo o investimento.
"Trabalho, cuido da cana, a usina vem, leva e receber que é bom nada. É dureza", afirmou. Segundo o produtor, a usina lhe deve R$ 400 mil.
Além das dívidas com os produtores, há a preocupação com o efeito da crise na empresa para quem trabalha nas unidades do grupo na região. Somadas, as plantas de Pirassununga e São João da Boa Vista empregam quase 5 mil trabalhadores.
"A preocupação deles é que o fundo que eles têm, eles disseram para nós, só dá para pagar mais ou menos dois meses de salário para os funcionários", contou Espedito Ferreira de Matos, presidente do Sindicato dos Empregados Rurais de Santa Cruz das Palmeiras. "Depois de janeiro a gente não sabe o que vai acontecer".
Ele afirmou que o medo é de que a usina feche e contou que, se isso acontecer, vai afetar não apenas a economia de São João e Pirassununga, mas também a de Santa Cruz. "Os trabalhadores dependem desse serviço, tanto os trabalhadores como o pessoal do comércio porque aqui a gente não tem outras indústrias, é somente a usina mesmo. Então é muito preocupante porque, se chegar a fechar, a nossa cidade vai ficar uma cidade fantasma".
Impacto
Diante das dúvidas, o empresário Almir de Oliveira se mostra preocupado. Praticamente todos os clientes de seu supermercado são funcionários da usina ou têm parentes trabalhando nela. "Todo comércio depende da usina e não tem outra renda a não ser a própria Abengoa, então fica muito difícil", declarou.
O operador de máquinas Francisco Leite Sá também está receoso. Ele deixou o Ceará em busca de emprego e há nove anos sai de casa toda tarde para ir para a usina, mas não sabe por quanto tempo terá trabalho.
"Preocupa porque não tem outro meio. É só lá que tem mesmo aqui. Se for demitido, tenho que sair, ir embora da cidade".
Empresa
A reportagem do Jornal da EPTV procurou representantes do grupo Abengoa, mas ninguém quis falar sobre o assunto ou sobre o que levou a empresa à crise.