Endividamento, falta de competitividade, problemas econômicos - estes são alguns dos pontos que vêm causando um declínio na indústria de cana-de-açúcar no país, atingindo o Estado de Goiás. De acordo com Alexandro Alves, assessor técnico da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) na área de cana-de-açúcar, o Estado possui 40 usinas de cana. Na última safra, duas paralisaram e desta vez mais três irão paralisar, totalizando cinco.
A questão de competitividade é, segundo o membro da Faeg, um dos principais problemas. A queda drástica de exportação, depois que os EUA diminuíram as importações do produto no Brasil (diminuição de cerca de 80%, segundo Alexandro), atingiu de forma certeira o mercado, que tornou-se praticamente interno, segundo Alexandre. E internamente não há competitividade do etanol com a gasolina, que é subsidiada pelo governo e acaba ficando com o preço engessado.
A gasolina é o teto até onde o etanol pode aumentar, já que para o consumidor só compensa consumir etanol se estiver no máximo 70% do valor da gasolina. "O etanol acaba levando desvantagem nesse subsídio da Federação quanto ao etanol, e o mercado está cada vez mais trabalhando no vermelho. O custo de produção do etanol está mais caro que o preço de mercado."
Alexandro Alves aponta que além dos problemas referentes a preço do etanol, e a preferência do consumidor em usar gasolina por não compensar o uso do outro combustível, ainda há outros problemas, como climáticos, má gestão de algumas empresas, problemas referentes à rápida mecanização, entre outros.
A União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) vem reforçando essa questão, dizendo que com o déficit na oferta de combustíveis no Brasil, dificilmente o setor privado fará planos de investir na ampliação da oferta de biocombustível de cana. Segundo a presidente da Unica, Elizabeth Farina, se a ausência de medidas governamentais persistir, a demanda por gasolina continuará crescendo, e isso prejudicará não só a indústria canavieira.
As Safras
O centro-sul do país é responsável por 90% da produção nacional, com aproximadamente 300 usinas de cana em atividade. Só o Estado de Goiás é responsável por 9,5% da produção brasileira de cana-de-açúcar, e é 2ª maior produtor de etanol (14%), logo atrás de São Paulo.
Segundo Alexandro Alves, da Faeg, a atual safra de cana-de-açúcar será problemática, com uma expectativa de processamento de 60,5 milhões de toneladas. A última foi de aproximadamente 62 milhões toneladas. "A próxima vai ter um problema ainda maior de produtividade, com uma quebra de produção."
Políticas Públicas
Para que a indústria volte a investir na expansão da produção de etanol, a presidente da Única, Elizabeth Farina, sustentou que a introdução de políticas públicas que reconheçam os ganhos ambientais e sociais gerados pela indústria da cana-de-açúcar é extremamente importante. Segundo ela, sem isso os empresários investirão apenas na manutenção e aprimoramento de ativos existente, mas não apostarão em novas unidades industriais.
O assessor técnico da Faeg, Alexandro Alves, acredita que alguns problemas na agricultura, como problemas climáticos, não há como evitar. Entretanto, ele apontou algumas questões referentes a ações da União que poderiam auxiliar o setor. Alexandro explicou que a diferença por Estado do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) que incide sobre o etanol é um dos problemas. "Em São Paulo é 13%, em Goiás é 22%. Isso é um problema." De acordo com Alexandro, se houvessem alíquotas de ICMS igualitárias, ajudaria na questão da competitividade do etanol frente aos outros combustíveis. "Discrepância muito grande do ICMS nos outros Estados."
Outra medida apontada por Alexandro para salvar o setor seria a volta da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) da gasolina (que agora é zero), que segundo ele auxiliaria no retorno do setor do etanol. Essa medida, entretanto, aumentaria o preço de combustíveis para o consumidor. "Não existe um politica igualitária de combustíveis no país. Gasolina é tratada de uma forma, e o etanol de outra. Esse tratamento desigual vem causando decadência no setor", reclamou.
Alexandro afirma que hoje são tomadas medidas isoladas e paliativas, que resolvem somente em um primeiro momento. "O governo está subsidiando a gasolina, mas a gasolina está ficando cara. Por que não uma medida para etanol, para ficar mais interessante para consumidor?" De acordo com ele, os problemas do etanol não atinge somente as indústrias, mas toda a cadeia produtiva até chegar ao consumidor.
Endividamento, falta de competitividade, problemas econômicos - estes são alguns dos pontos que vêm causando um declínio na indústria de cana-de-açúcar no país, atingindo o Estado de Goiás. De acordo com Alexandro Alves, assessor técnico da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) na área de cana-de-açúcar, o Estado possui 40 usinas de cana. Na última safra, duas paralisaram e desta vez mais três irão paralisar, totalizando cinco.
A questão de competitividade é, segundo o membro da Faeg, um dos principais problemas. A queda drástica de exportação, depois que os EUA diminuíram as importações do produto no Brasil (diminuição de cerca de 80%, segundo Alexandro), atingiu de forma certeira o mercado, que tornou-se praticamente interno, segundo Alexandre. E internamente não há competitividade do etanol com a gasolina, que é subsidiada pelo governo e acaba ficando com o preço engessado.
A gasolina é o teto até onde o etanol pode aumentar, já que para o consumidor só compensa consumir etanol se estiver no máximo 70% do valor da gasolina. "O etanol acaba levando desvantagem nesse subsídio da Federação quanto ao etanol, e o mercado está cada vez mais trabalhando no vermelho. O custo de produção do etanol está mais caro que o preço de mercado."
Alexandro Alves aponta que além dos problemas referentes a preço do etanol, e a preferência do consumidor em usar gasolina por não compensar o uso do outro combustível, ainda há outros problemas, como climáticos, má gestão de algumas empresas, problemas referentes à rápida mecanização, entre outros.
A União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) vem reforçando essa questão, dizendo que com o déficit na oferta de combustíveis no Brasil, dificilmente o setor privado fará planos de investir na ampliação da oferta de biocombustível de cana. Segundo a presidente da Unica, Elizabeth Farina, se a ausência de medidas governamentais persistir, a demanda por gasolina continuará crescendo, e isso prejudicará não só a indústria canavieira.
As Safras
O centro-sul do país é responsável por 90% da produção nacional, com aproximadamente 300 usinas de cana em atividade. Só o Estado de Goiás é responsável por 9,5% da produção brasileira de cana-de-açúcar, e é 2ª maior produtor de etanol (14%), logo atrás de São Paulo.
Segundo Alexandro Alves, da Faeg, a atual safra de cana-de-açúcar será problemática, com uma expectativa de processamento de 60,5 milhões de toneladas. A última foi de aproximadamente 62 milhões toneladas. "A próxima vai ter um problema ainda maior de produtividade, com uma quebra de produção."
Políticas Públicas
Para que a indústria volte a investir na expansão da produção de etanol, a presidente da Única, Elizabeth Farina, sustentou que a introdução de políticas públicas que reconheçam os ganhos ambientais e sociais gerados pela indústria da cana-de-açúcar é extremamente importante. Segundo ela, sem isso os empresários investirão apenas na manutenção e aprimoramento de ativos existente, mas não apostarão em novas unidades industriais.
O assessor técnico da Faeg, Alexandro Alves, acredita que alguns problemas na agricultura, como problemas climáticos, não há como evitar. Entretanto, ele apontou algumas questões referentes a ações da União que poderiam auxiliar o setor. Alexandro explicou que a diferença por Estado do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) que incide sobre o etanol é um dos problemas. "Em São Paulo é 13%, em Goiás é 22%. Isso é um problema." De acordo com Alexandro, se houvessem alíquotas de ICMS igualitárias, ajudaria na questão da competitividade do etanol frente aos outros combustíveis. "Discrepância muito grande do ICMS nos outros Estados."
Outra medida apontada por Alexandro para salvar o setor seria a volta da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) da gasolina (que agora é zero), que segundo ele auxiliaria no retorno do setor do etanol. Essa medida, entretanto, aumentaria o preço de combustíveis para o consumidor. "Não existe um politica igualitária de combustíveis no país. Gasolina é tratada de uma forma, e o etanol de outra. Esse tratamento desigual vem causando decadência no setor", reclamou.
Alexandro afirma que hoje são tomadas medidas isoladas e paliativas, que resolvem somente em um primeiro momento. "O governo está subsidiando a gasolina, mas a gasolina está ficando cara. Por que não uma medida para etanol, para ficar mais interessante para consumidor?" De acordo com ele, os problemas do etanol não atinge somente as indústrias, mas toda a cadeia produtiva até chegar ao consumidor.