A geração de energia elétrica através da cana-de-açúcar é uma alterativa para o setor de elétrico em um momento de possíveis racionamentos ocasionados por desabastecimento dos reservatórios de água. Atualmente, o potencial de geração de energia "verde" representa 15.300 MW, equivalente a três Usinas de Belo Monte, e são explorados apenas cerca de 3.400 MW, correspondendo a 6,5% do consumo nacional. A avaliação é presidente da Datagro, Plínio Nastari, durante o Global Agribusiness Fórum 2014.
"A geração de energia com a cana-de-açúcar é um potencial enorme, que hoje é talvez uma das únicas soluções para que o Brasil consiga atender essa demanda de curto prazo, enquanto temos esse desafio de clima, com falta de chuvas que vem ameaçando o sistema hidrelétrico com falta de água nos reservatórios", enfatiza o presidente.
Segundo Nastari, o processo produtivo deste tipo de energia já ocorre em outros países, inclusive menores que o Brasil. "Você pega os resíduos orgânicos das usinas de cana-de-açúcar e coloca em caldeiras mais eficientes que vão gerar vapor e, em seguida, eletricidade renovável para atender o período mais crítico, que é o inverno, quando os reservatórios estão menos abastecidos", diz.
Nastari destaca que, para a aplicação do processo de forma plena são necessárias condições propícias e políticas públicas.
"O preço é muito menor do que o Brasil hoje gasta com as térmicas, estamos falando de R$ 180 a R$ 200 por MW/h contra até US$ 1.000 a 1.700 por MW/h", diz.
"Desperdiçamos no campo um potencial de energia que não sei por que não é aproveitado", enfatiza o presidente da Copersucar, Luís Roberto Pogetti.
Dados da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) indicam que o setor sucroenergético gera US$ 48 bilhões em Produto Interno Bruto (PIB) setorial.
O segmento corresponde a 18% da participação na matriz energética brasileira, entre etanol e bioeletricidade; contribui na redução de 10% das emissões anuais dos Gases de Efeito Estufa (GEE).
Neste cenário, Pogetti diz que, devido à reconfiguração da paridade entre gasolina e etanol, o mercado do biocombustível perdeu a atratividade. "Um terço das usinas atua com dificuldade financeira, 44 já foram fechadas, houve queda na arrecadação dos municípios produtores, fator que afeta a qualidade de vida e o desenvolvimento dos entornos das usinas. Não vejo o etanol como uma opção, vejo como uma necessidade não só do Brasil, como de outros mercados", destaca o presidente da Copersucar.
Menos importação
O Brasil tem potencial de redução de US$ 6,1 bilhões em importação de óleo diesel com a produção do biometano através de reaproveitamento de resíduos agrícolas, mediante adaptação. Segundo o presidente da Datagro, Plínio Nastari, o País deve gastar US$ 8,5 bilhões na compra do combustível fóssil no mercado externo, neste ano, para atender a demanda interna. O processo de reaproveitamento também pode aumentar a produção de etanol e ainda tem potencial de geração de até 20,1 GW - ou 160 GWh/ano - através do resíduo de cana.
A companhia Geo Energética se utiliza de resíduos do setor sucroenergético e orgânicos agroindustriais para a produção de combustíveis renováveis. "O principal produto primário é o biogás, processado através de energia elétrica, vapor, biometano e gás carbônico", afirma o diretor, Alessandro Gardemann. Segundo ele, "com os resíduos da produção de 4 litros de etanol, é possível produzir mais 4 litros do combustível, ou seja, dobrar".
Com relação ao biometano, o diretor conta que o combustível renovável pode ser inserido direto no gasoduto ou substituir o óleo diesel na frota de caminhões e tratores das usinas.
A geração de energia elétrica através da cana-de-açúcar é uma alterativa para o setor de elétrico em um momento de possíveis racionamentos ocasionados por desabastecimento dos reservatórios de água. Atualmente, o potencial de geração de energia "verde" representa 15.300 MW, equivalente a três Usinas de Belo Monte, e são explorados apenas cerca de 3.400 MW, correspondendo a 6,5% do consumo nacional. A avaliação é presidente da Datagro, Plínio Nastari, durante o Global Agribusiness Fórum 2014.
"A geração de energia com a cana-de-açúcar é um potencial enorme, que hoje é talvez uma das únicas soluções para que o Brasil consiga atender essa demanda de curto prazo, enquanto temos esse desafio de clima, com falta de chuvas que vem ameaçando o sistema hidrelétrico com falta de água nos reservatórios", enfatiza o presidente.
Segundo Nastari, o processo produtivo deste tipo de energia já ocorre em outros países, inclusive menores que o Brasil. "Você pega os resíduos orgânicos das usinas de cana-de-açúcar e coloca em caldeiras mais eficientes que vão gerar vapor e, em seguida, eletricidade renovável para atender o período mais crítico, que é o inverno, quando os reservatórios estão menos abastecidos", diz.
Nastari destaca que, para a aplicação do processo de forma plena são necessárias condições propícias e políticas públicas.
"O preço é muito menor do que o Brasil hoje gasta com as térmicas, estamos falando de R$ 180 a R$ 200 por MW/h contra até US$ 1.000 a 1.700 por MW/h", diz.
"Desperdiçamos no campo um potencial de energia que não sei por que não é aproveitado", enfatiza o presidente da Copersucar, Luís Roberto Pogetti.
Dados da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) indicam que o setor sucroenergético gera US$ 48 bilhões em Produto Interno Bruto (PIB) setorial.
O segmento corresponde a 18% da participação na matriz energética brasileira, entre etanol e bioeletricidade; contribui na redução de 10% das emissões anuais dos Gases de Efeito Estufa (GEE).
Neste cenário, Pogetti diz que, devido à reconfiguração da paridade entre gasolina e etanol, o mercado do biocombustível perdeu a atratividade. "Um terço das usinas atua com dificuldade financeira, 44 já foram fechadas, houve queda na arrecadação dos municípios produtores, fator que afeta a qualidade de vida e o desenvolvimento dos entornos das usinas. Não vejo o etanol como uma opção, vejo como uma necessidade não só do Brasil, como de outros mercados", destaca o presidente da Copersucar.
Menos importação
O Brasil tem potencial de redução de US$ 6,1 bilhões em importação de óleo diesel com a produção do biometano através de reaproveitamento de resíduos agrícolas, mediante adaptação. Segundo o presidente da Datagro, Plínio Nastari, o País deve gastar US$ 8,5 bilhões na compra do combustível fóssil no mercado externo, neste ano, para atender a demanda interna. O processo de reaproveitamento também pode aumentar a produção de etanol e ainda tem potencial de geração de até 20,1 GW - ou 160 GWh/ano - através do resíduo de cana.
A companhia Geo Energética se utiliza de resíduos do setor sucroenergético e orgânicos agroindustriais para a produção de combustíveis renováveis. "O principal produto primário é o biogás, processado através de energia elétrica, vapor, biometano e gás carbônico", afirma o diretor, Alessandro Gardemann. Segundo ele, "com os resíduos da produção de 4 litros de etanol, é possível produzir mais 4 litros do combustível, ou seja, dobrar".
Com relação ao biometano, o diretor conta que o combustível renovável pode ser inserido direto no gasoduto ou substituir o óleo diesel na frota de caminhões e tratores das usinas.