O mercado de açúcar em NY fechou a semana em queda com o vencimento outubro/2014 encerrando a sexta-feira cotado a 16.97 centavos de dólar por libra-peso. Foi uma queda modesta no outubro/2014, de apenas 7 pontos. O mesmo não pode se dizer, no entanto, dos demais meses de negociação que conheceram quedas vigorosas entre 47 e 59 pontos, ou seja, entre 10 e 13 dólares por tonelada de variação negativa na semana. Note que o mercado continua caindo com pouco volume. E os fundos liquidaram suas posições compradas.
Desde o dia 10 de julho o mercado negocia abaixo da média de 50, 100 e 200 dias. Foi nessa condição que o mercado bateu as mínimas do ano, em janeiro.
Na exportação, os descontos precisam ser generosos para que os compradores apareçam. E os negócios na semana (umas 200.000 toneladas) com descontos de até 78 pontos para primeira quinzena de agosto.
O total de moagem divulgado pela UNICA, acumulado até a segunda quinzena de junho, foi de 202.9 milhões de toneladas. O número foi considerado baixista pelo mercado que o comparou com o mesmo período do ano passado em que o total de moagem foi de 182.0 milhões de toneladas. A leitura do mercado é que o ritmo acelerado de moagem vai se manter. No contraponto, veja, por exemplo, a safra 2010/2011 quando no mesmo período analisado, mais de 215 milhões de toneladas foram moídas e depois encerrou-se o ano com 557 milhões. As previsões refeitas para este ano, em sua maioria, revisam o número para baixo. O consenso está agora entre 550-560 milhões de toneladas. E, no entanto, o mercado cai.
As vendas mensais de etanol para o mercado interno nos primeiros seis meses do ano, atingiram o total de 11.25 bilhões de litros, 12.3% maior do que o mesmo período no ano passado. O anidro respondeu por 4.83 bilhões de litros e o hidratado 6.42 bilhões de litros com variações de 24.2% e 4.8%, respectivamente. Por que essa diferença tão grande do hidratado em relação ao anidro? Claramente demonstra que o número de proprietários de veículos flex que preferem abastecer com etanol hidratado é estável (em função da perda da paridade com o preço da gasolina na maioria dos estados) enquanto que o anidro continua crescendo para fazer frente a alta no consumo de combustíveis (8.5% nos últimos 12 meses), conforme discutido aqui nesse espaço na semana passada. Como em média o primeiro semestre do ano representa 45% das vendas totais do ano, encerraríamos o ano de 2014 com 25 bilhões de litros.
O que surpreende negativamente é o desempenho das exportações de etanol. Nos seis primeiros meses de 2014, o volume foi de apenas 768 milhões de litros, uma queda brusca de 36% em relação ao mesmo período do ano passado. Com o preço do milho caindo na bolsa de Chicago do nos últimos 30 dias em 13.4%, acumulando uma perda de 31.4% nos últimos doze meses, é natural que o etanol de milho ocupe alguns espaços no mercado internacional deixando o etanol brasileiro sem condições de competir.
Rumores que circularam no mercado na última semana, dão conta de que uma grande trading europeia com forte presença no mercado de petróleo e gás natural, estaria encerrando suas atividades no açúcar. Se for verdade, é mais um importante participante que se vai, diminuindo as opções para as usinas e concentrando ainda mais o mercado.
A boa notícia para o setor veio com a divulgação da pesquisa eleitoral para presidente. Dilma agora empataria com Aécio no segundo turno. Como ainda faltam 11 semanas até o pleito, existe real chance de o PT perder a eleição. Teria essa queda sido provocada pela antipatia, soberba e arrogância que Dilma demonstrou na final da Copa do Mundo quando centenas de milhões de espectadores viram pela TV sua indisfarçável expressão de desprazer que carregava ao entregar a taça para os campeões alemães e a deselegância da presidente no momento do gol alemão?
Se Dilma perder a eleição terá sido a primeira presidente a não se reeleger (exceto Fernando Collor que é outra história) para um segundo mandato, clara demonstração de que o eleitor não atura gente incompetente por tanto tempo. Nos últimos 100 anos, nos Estados Unidos, por exemplo, apenas 4 presidentes não conseguiram se eleger: George Bush (pai), Jimmy Carter, Gerald Ford and Herbert Hoover. E todos sabem as razões. Dilma saberá as suas.
Nos últimos 30 dias o óleo de soja caiu 9% no mercado internacional, trigo quase 11%, milho 13.4%, soja 18.6% e algodão 24.7%. Não tem sido um bom mês para as commodities. Para o governo, a queda representa um alivio no preço dos alimentos enquanto empurra com a barriga o máximo que puder para não haver crescimento da inflação em ano eleitoral.
19/07/14 - Arnaldo Luiz Corrêa
Diretor da Archer Consulting
O mercado de açúcar em NY fechou a semana em queda com o vencimento outubro/2014 encerrando a sexta-feira cotado a 16.97 centavos de dólar por libra-peso. Foi uma queda modesta no outubro/2014, de apenas 7 pontos. O mesmo não pode se dizer, no entanto, dos demais meses de negociação que conheceram quedas vigorosas entre 47 e 59 pontos, ou seja, entre 10 e 13 dólares por tonelada de variação negativa na semana. Note que o mercado continua caindo com pouco volume. E os fundos liquidaram suas posições compradas.
Desde o dia 10 de julho o mercado negocia abaixo da média de 50, 100 e 200 dias. Foi nessa condição que o mercado bateu as mínimas do ano, em janeiro.
Na exportação, os descontos precisam ser generosos para que os compradores apareçam. E os negócios na semana (umas 200.000 toneladas) com descontos de até 78 pontos para primeira quinzena de agosto.
O total de moagem divulgado pela UNICA, acumulado até a segunda quinzena de junho, foi de 202.9 milhões de toneladas. O número foi considerado baixista pelo mercado que o comparou com o mesmo período do ano passado em que o total de moagem foi de 182.0 milhões de toneladas. A leitura do mercado é que o ritmo acelerado de moagem vai se manter. No contraponto, veja, por exemplo, a safra 2010/2011 quando no mesmo período analisado, mais de 215 milhões de toneladas foram moídas e depois encerrou-se o ano com 557 milhões. As previsões refeitas para este ano, em sua maioria, revisam o número para baixo. O consenso está agora entre 550-560 milhões de toneladas. E, no entanto, o mercado cai.
As vendas mensais de etanol para o mercado interno nos primeiros seis meses do ano, atingiram o total de 11.25 bilhões de litros, 12.3% maior do que o mesmo período no ano passado. O anidro respondeu por 4.83 bilhões de litros e o hidratado 6.42 bilhões de litros com variações de 24.2% e 4.8%, respectivamente. Por que essa diferença tão grande do hidratado em relação ao anidro? Claramente demonstra que o número de proprietários de veículos flex que preferem abastecer com etanol hidratado é estável (em função da perda da paridade com o preço da gasolina na maioria dos estados) enquanto que o anidro continua crescendo para fazer frente a alta no consumo de combustíveis (8.5% nos últimos 12 meses), conforme discutido aqui nesse espaço na semana passada. Como em média o primeiro semestre do ano representa 45% das vendas totais do ano, encerraríamos o ano de 2014 com 25 bilhões de litros.
O que surpreende negativamente é o desempenho das exportações de etanol. Nos seis primeiros meses de 2014, o volume foi de apenas 768 milhões de litros, uma queda brusca de 36% em relação ao mesmo período do ano passado. Com o preço do milho caindo na bolsa de Chicago do nos últimos 30 dias em 13.4%, acumulando uma perda de 31.4% nos últimos doze meses, é natural que o etanol de milho ocupe alguns espaços no mercado internacional deixando o etanol brasileiro sem condições de competir.
Rumores que circularam no mercado na última semana, dão conta de que uma grande trading europeia com forte presença no mercado de petróleo e gás natural, estaria encerrando suas atividades no açúcar. Se for verdade, é mais um importante participante que se vai, diminuindo as opções para as usinas e concentrando ainda mais o mercado.
A boa notícia para o setor veio com a divulgação da pesquisa eleitoral para presidente. Dilma agora empataria com Aécio no segundo turno. Como ainda faltam 11 semanas até o pleito, existe real chance de o PT perder a eleição. Teria essa queda sido provocada pela antipatia, soberba e arrogância que Dilma demonstrou na final da Copa do Mundo quando centenas de milhões de espectadores viram pela TV sua indisfarçável expressão de desprazer que carregava ao entregar a taça para os campeões alemães e a deselegância da presidente no momento do gol alemão?
Se Dilma perder a eleição terá sido a primeira presidente a não se reeleger (exceto Fernando Collor que é outra história) para um segundo mandato, clara demonstração de que o eleitor não atura gente incompetente por tanto tempo. Nos últimos 100 anos, nos Estados Unidos, por exemplo, apenas 4 presidentes não conseguiram se eleger: George Bush (pai), Jimmy Carter, Gerald Ford and Herbert Hoover. E todos sabem as razões. Dilma saberá as suas.
Nos últimos 30 dias o óleo de soja caiu 9% no mercado internacional, trigo quase 11%, milho 13.4%, soja 18.6% e algodão 24.7%. Não tem sido um bom mês para as commodities. Para o governo, a queda representa um alivio no preço dos alimentos enquanto empurra com a barriga o máximo que puder para não haver crescimento da inflação em ano eleitoral.
Arnaldo Luiz Corrêa
Diretor da Archer Consulting