O endividamento do setor sucroenergético cresceu em cerca de US$ 20 por tonelada de cana, segundo estudo realizado pela MB Agro a pedido da Associação Brasileira do Agronegócio. (Abag). A entidade fez, nesta terça-feira, 1º de março, uma reunião do Comitê de Agroenergia, no qual os dados de endividamento e as expectativas para a safra 2016/2017 foram apresentados.
Entre os participantes estava o diretor do Departamento de Combustíveis Renováveis do Ministério de Minas e Energia (MME), Ricardo Dornelles, que teria deixado entender que uma elevação da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE) na gasolina, como deseja o setor sucroenergético, "pode ser de difícil implementação no cenário atual".
O presidente da Abag, Luiz Carlos Corrêa Carvalho, relatou que o endividamento entre as safras 2014/2015 e 2015/2016 cresceu em US$ 20 por tonelada de cana. Com esse incremento, a dívida passou para US$ 150 por tonelada de cana. "Piorou o endividamento, sobretudo pela alta do dólar frente o real. Quem conseguiu carregar estoque, ganhou dinheiro", resumiu o executivo.
Alexandre Figliolino, sócio da MB Agro, afirmou que em reais a dívida total do setor estaria em R$ 93 bilhões. "Cresceu cerca de 15% entre uma safra e outra", calculou. Figliolino listou a alta do dólar, dos juros e o fluxo de caixa líquido negativo em parte importante do setor como principais motivos para o avanço do endividamento.
Para a safra 2016/2017, ele projeta nova queda de preço entre a última quinzena de abril e a primeira de maio. "Tem muita cana para moer. Tem muitas usinas fragilizadas que não conseguem reter estoque e vão vender na baixa. Há ainda a demanda interna decrescente", explicou.
Segundo ele, depois desse período de baixa pode haver uma recuperação nos preços. Ainda para Figliolino, esse movimento prejudica as empresas de forma assimétrica. "As que conseguem manter estoques, podem esperar um momento de preços melhor. As que estão em dificuldade financeira, comercializarão mais cedo, com preços piores", argumentou.
Durante a reunião, a Abag defendeu "um reperfilamento das dívidas", de modo a permitir um melhor fluxo de caixa para as empresas. "Não sei quanto há de espaço na agenda para algumas discussões. Talvez possamos ao menos estimular acertos entre credores e empresas do setor. São coisas complexas que ainda precisam ser detalhadas", observou Figliolino.
Ele ainda alertou que se faz necessária atenção especial ao seguimento de algodão, que é financiado em dólar e tem enfrentado clima desfavorável, principalmente na Bahia. "É um pessoal que precisa de cuidado sob pena de estarmos aniquilando uma parcela produtiva importante".
O endividamento do setor sucroenergético cresceu em cerca de US$ 20 por tonelada de cana, segundo estudo realizado pela MB Agro a pedido da Associação Brasileira do Agronegócio. (Abag). A entidade fez, nesta terça-feira, 1º de março, uma reunião do Comitê de Agroenergia, no qual os dados de endividamento e as expectativas para a safra 2016/2017 foram apresentados.
Entre os participantes estava o diretor do Departamento de Combustíveis Renováveis do Ministério de Minas e Energia (MME), Ricardo Dornelles, que teria deixado entender que uma elevação da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE) na gasolina, como deseja o setor sucroenergético, "pode ser de difícil implementação no cenário atual".
O presidente da Abag, Luiz Carlos Corrêa Carvalho, relatou que o endividamento entre as safras 2014/2015 e 2015/2016 cresceu em US$ 20 por tonelada de cana. Com esse incremento, a dívida passou para US$ 150 por tonelada de cana. "Piorou o endividamento, sobretudo pela alta do dólar frente o real. Quem conseguiu carregar estoque, ganhou dinheiro", resumiu o executivo.
Alexandre Figliolino, sócio da MB Agro, afirmou que em reais a dívida total do setor estaria em R$ 93 bilhões. "Cresceu cerca de 15% entre uma safra e outra", calculou. Figliolino listou a alta do dólar, dos juros e o fluxo de caixa líquido negativo em parte importante do setor como principais motivos para o avanço do endividamento.
Para a safra 2016/2017, ele projeta nova queda de preço entre a última quinzena de abril e a primeira de maio. "Tem muita cana para moer. Tem muitas usinas fragilizadas que não conseguem reter estoque e vão vender na baixa. Há ainda a demanda interna decrescente", explicou.
Segundo ele, depois desse período de baixa pode haver uma recuperação nos preços. Ainda para Figliolino, esse movimento prejudica as empresas de forma assimétrica. "As que conseguem manter estoques, podem esperar um momento de preços melhor. As que estão em dificuldade financeira, comercializarão mais cedo, com preços piores", argumentou.
Durante a reunião, a Abag defendeu "um reperfilamento das dívidas", de modo a permitir um melhor fluxo de caixa para as empresas. "Não sei quanto há de espaço na agenda para algumas discussões. Talvez possamos ao menos estimular acertos entre credores e empresas do setor. São coisas complexas que ainda precisam ser detalhadas", observou Figliolino.
Ele ainda alertou que se faz necessária atenção especial ao seguimento de algodão, que é financiado em dólar e tem enfrentado clima desfavorável, principalmente na Bahia. "É um pessoal que precisa de cuidado sob pena de estarmos aniquilando uma parcela produtiva importante".