Etanol precisa de política clara na matriz energética
27/08/2012
Etanol
POR: Folha de S. Paulo
Não é de hoje que o setor sucroenergético clama por condições concretas para seguir investindo no etanol combustível.
Por isso, é indispensável que haja uma política clara do governo em relação ao etanol na matriz energética brasileira.
Mesmo sem essa política, o setor privado já realiza aportes na tentativa de atender plenamente o mercado interno, por meio do investimento na melhoria da produção dos canaviais e em tecnologias que aumentem a produtividade.
A indústria aposta alto em tecnologia para tirar maior proveito da atual área plantada, seja por meio da melhora da primeira geração, seja no etanol de segunda geração e em outras culturas que possam incrementar a produção.
O país já conta com importantes centros de pesquisa, como o Centro de Tecnologia Canavieira. Mas, ainda assim, é preciso incentivar a pesquisa por meio de investimentos e parcerias com grandes companhias.
Enquanto novas unidades ainda não se mostram economicamente viáveis, o setor investe na ampliação da capacidade das já existentes, além do aprimoramento dos processos agrícolas e industriais, na mecanização do campo e na formação de profissionais mais qualificados.
As últimas medidas anunciadas pelo governo, que incluem as linhas de crédito do BNDES para a recuperação dos canaviais e o financiamento para estocagem, também são iniciativas importantes para revalorizar o setor.
Entretanto, é preciso ir além das medidas de efeito paliativo.
O segmento sucroenergético precisa de políticas e investimentos de longo prazo para que o etanol de cana-de-açúcar continue sendo um ativo valorizado no país, capaz de gerar empregos, divisas e investimentos.
O etanol pode e deve ser a principal aposta do Brasil para se tornar uma potência em energia renovável.
Temos condições naturais e expertise que nenhum outro país possui.
Com políticas e investimentos consistentes e, em especial, previsibilidade, podemos elevar significativamente os índices de produção.
O caminho é longo, mas possível de ser alcançado.