Europa se prepara para investida por mercado açucareiro quando restrições expirarem

05/08/2015 Açúcar POR: Bloomberg
As empresas açucareiras europeias estão se preparando para um incremento nas vendas ao exterior com o fim das restrições às exportações, em 2017, que abre a porta para a concorrência com grandes produtores como o Brasil.
A União Europeia se tornará exportadora líquida de açúcar e os embarques deverão alcançar 4 milhões de toneladas por ano, segundo o Rabobank International. O montante representa quase o triplo do máximo atual, de 1,37 milhão de toneladas.
A presença maior da Europa no mercado açucareiro poderá alterar os padrões comerciais do Brasil, que domina a indústria global e vende a países do Oriente Médio e do Norte da África.
Os preços do açúcar caíram ao nível mais baixo em seis anos após uma saturação que começou em 2011. 
“Todas as grandes traders estão se posicionando para ficar com um pedaço da torta”, disse Tracey Allen, analista do Rabobank em Londres. “Haverá muita concorrência por esse volume”.
As empresas de trading europeias estão se preparando para mais negócios. A produtora francesa Tereos comprou a Napier Brown Sugar em maio e criou um negócio de distribuição no ano passado. A maioria dos produtores extrai o açúcar da beterraba e tem visto a produtividade aumentar com melhores técnicas de cultivo e um clima favorável. Os rendimentos cresceram cerca de 10 por cento de 2009 para cá, segundo dados da Eurostat.
O oposto está ocorrendo no Brasil, onde a cana-de-açúcar antiga, que caminha para o fim do ciclo de seis anos da cultura, não está sendo replantada. Os rendimentos da cana caíram 4,8 por cento em seis anos até a safra 2014-15, segundo dados da União da Indústria de Cana-de-Açúcar, a UNICA. O país responde por cerca de 45 por cento das exportações globais de açúcar, segundo dados do Departamento de Agricultura dos EUA.
Lacuna do Brasil
“Se você considera o Brasil, onde praticamente não há investimento ou expansão em termos de crescimento da capacidade, percebe que é preciso começar a procurar pelo mundo para ver onde se pode enxergar crescimento”, disse Kona Haque, chefe de pesquisa de commodities da ED&F Man Holdings Ltd. em Londres. “A UE pode preencher a lacuna”.
Os produtores rurais europeus poderão optar por cultivar beterrabas em vez de trigo por ser uma cultura mais lucrativa, segundo Claudiu Covrig, analista agrícola sênior em Lausanne, na Suíça, da Kingsman SA, uma unidade da Platts, pertencente à McGraw Hill Financial Inc. O aumento da oferta pode empurrar os preços do açúcar a um patamar ainda mais baixo, disse ele.
O Brasil embarca cerca de um terço de suas exportações de açúcar para o Oriente Médio e o Norte da África, onde o açúcar bruto é transformado em açúcar branco e vendido aos consumidores locais. As produtoras europeias, que estão mais próximas dessescompradores, já produzem açúcar refinado a partir da beterraba. 
Preços mais baixos 
Os preços do açúcar bruto e do refinado estão próximos do nível mais baixo em seis anos. O preço médio do açúcar na Europa poderá atingir 400 euros a tonelada até 2019, valor 4,1 por cento mais baixo que o de agora, segundo estimativa de dezembro da Comissão Europeia.
Mesmo com mais exportações, a Europa ficaria atrás do Brasil, cujo volume de embarque totalizou 24,1 milhões de toneladas em 2014, segundo a Organização Internacional do Açúcar. A UE poderá embarcar até 2,5 milhões de toneladas no primeiro ano após o fim das cotas porque está lutando pelos negócios, estima Covrig, da Kingsman. “Eu não vejo as exportações subindo no telhado”, disse ele. “Seria muito difícil reconquistar os canais perdidos desde 2006”.
As empresas açucareiras europeias estão se preparando para um incremento nas vendas ao exterior com o fim das restrições às exportações, em 2017, que abre a porta para a concorrência com grandes produtores como o Brasil.

 
A União Europeia se tornará exportadora líquida de açúcar e os embarques deverão alcançar 4 milhões de toneladas por ano, segundo o Rabobank International. O montante representa quase o triplo do máximo atual, de 1,37 milhão de toneladas.

 
A presença maior da Europa no mercado açucareiro poderá alterar os padrões comerciais do Brasil, que domina a indústria global e vende a países do Oriente Médio e do Norte da África.

 
Os preços do açúcar caíram ao nível mais baixo em seis anos após uma saturação que começou em 2011. 

 
“Todas as grandes traders estão se posicionando para ficar com um pedaço da torta”, disse Tracey Allen, analista do Rabobank em Londres. “Haverá muita concorrência por esse volume”.

 
As empresas de trading europeias estão se preparando para mais negócios. A produtora francesa Tereos comprou a Napier Brown Sugar em maio e criou um negócio de distribuição no ano passado. A maioria dos produtores extrai o açúcar da beterraba e tem visto a produtividade aumentar com melhores técnicas de cultivo e um clima favorável. Os rendimentos cresceram cerca de 10 por cento de 2009 para cá, segundo dados da Eurostat.

 
O oposto está ocorrendo no Brasil, onde a cana-de-açúcar antiga, que caminha para o fim do ciclo de seis anos da cultura, não está sendo replantada. Os rendimentos da cana caíram 4,8 por cento em seis anos até a safra 2014-15, segundo dados da União da Indústria de Cana-de-Açúcar, a UNICA. O país responde por cerca de 45 por cento das exportações globais de açúcar, segundo dados do Departamento de Agricultura dos EUA.

 
Lacuna do Brasil
“Se você considera o Brasil, onde praticamente não há investimento ou expansão em termos de crescimento da capacidade, percebe que é preciso começar a procurar pelo mundo para ver onde se pode enxergar crescimento”, disse Kona Haque, chefe de pesquisa de commodities da ED&F Man Holdings Ltd. em Londres. “A UE pode preencher a lacuna”.
Os produtores rurais europeus poderão optar por cultivar beterrabas em vez de trigo por ser uma cultura mais lucrativa, segundo Claudiu Covrig, analista agrícola sênior em Lausanne, na Suíça, da Kingsman SA, uma unidade da Platts, pertencente à McGraw Hill Financial Inc. O aumento da oferta pode empurrar os preços do açúcar a um patamar ainda mais baixo, disse ele.

 
O Brasil embarca cerca de um terço de suas exportações de açúcar para o Oriente Médio e o Norte da África, onde o açúcar bruto é transformado em açúcar branco e vendido aos consumidores locais. As produtoras europeias, que estão mais próximas dessescompradores, já produzem açúcar refinado a partir da beterraba. 


Preços mais baixos 

 
Os preços do açúcar bruto e do refinado estão próximos do nível mais baixo em seis anos. O preço médio do açúcar na Europa poderá atingir 400 euros a tonelada até 2019, valor 4,1 por cento mais baixo que o de agora, segundo estimativa de dezembro da Comissão Europeia.

 
Mesmo com mais exportações, a Europa ficaria atrás do Brasil, cujo volume de embarque totalizou 24,1 milhões de toneladas em 2014, segundo a Organização Internacional do Açúcar. A UE poderá embarcar até 2,5 milhões de toneladas no primeiro ano após o fim das cotas porque está lutando pelos negócios, estima Covrig, da Kingsman. “Eu não vejo as exportações subindo no telhado”, disse ele. “Seria muito difícil reconquistar os canais perdidos desde 2006”.