O processamento, que vinha há várias quinzenas superando o desempenho da mesma quinzena do ano anterior, recuou na primeira metade deste mês. Foram processadas 41,3 milhões de toneladas da matéria-prima, 3,88% menos que em período análogo de 2013. Em relatório divulgado ontem, a consultoria FCStone observou que uma "morte súbita" da safra já vem sendo considerada pelo setor, referindo-se à antecipação para outubro do fim da moagem devido à falta de cana.
Mas segundo o analista da Pharos Risk Commodities Management, Carlos Costa, o mercado futuro ainda não tem uma visão clara de quando se dará o fim da safra, o que será possível somente em meados de agosto. Ontem, apesar dos números da UNICA, que apontaram aumento de 5,34% na produção de açúcar na última quinzena, as cotações da commodity subiram na bolsa de Nova York, impulsionadas por movimentos técnicos. Os contratos para março subiram 13 pontos, a 18,67 centavos de dólar por libra-peso.
Ao Valor, o diretor-Técnico UNICA, Antonio de Padua Rodrigues, confirmou que a entressafra de 2014/15 vai começar mais cedo. "Acredito que a partir de 1º de outubro já teremos usinas parando de moer". Mas ele disse que não será algo generalizado. "Teremos todo tipo de caso: usina parando em outubro e outras encerrando a safra em março do ano que vem. No começo de outubro, acredito que teremos poucas usinas parando: uma ou duas", disse Rodrigues.
A forte estiagem que persiste não afeta todos os Estados produtores. Segundo o diretor da UNICA, em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraná o clima está adequado às necessidades da planta. "Em Goiás, houve até aumento de produtividade".
Mesmo em São Paulo, Estado mais afetado pela seca, as perdas devem ocorrer em intensidades diferentes. "Prevemos para São Paulo uma quebra média de 15%", disse. Entre as regiões paulistas mais afetadas pela estiagem está a de Piracicaba. "Ainda assim, há nessa localidade usinas que tiveram quebra de 5% e outras, de 30%", comparou.
Por enquanto, a falta de chuvas no Centro-Sul tem permitido colheita e processamento de cana mais adiantados em comparação ao ano anterior, disse Costa, da Pharos. Desde o início da safra até 16 de julho, as usinas da região moeram 244,381 milhões de toneladas de cana, 8,26% mais. "Nesta segunda quinzena de julho, algumas usinas já estão moendo a cana que deveriam processar apenas em setembro, o que tende a trazer o início da entressafra para meados de outubro", afirmou.
O executivo da UNICA acrescentou que há usinas que estão até desacelerando a moagem para que a cana tenha condição de se recuperar para ser moída mais à frente. Essa é uma das razões, segundo ele, que também explicam o recuo do processamento na última quinzena. Mas há indústrias que estão fazendo o contrário, observou Costa.
Antecipam o processamento para evitar mais perdas na cana, afetada por meses de chuvas insuficientes. O raciocínio é que se houver demora para colher e não chover nesse intervalo, pode haver sérias perdas no teor de açúcar na matéria-prima (ATR).
"O receio é deixar a cana no campo e depois não ter o que tirar dela", disse.Costa acredita ainda que as chuvas previstas para os próximos dias no Sudeste devem ter efeitos limitados sobre a colheita. As precipitações tendem a se concentrar no norte do Paraná, São Paulo e sul de Minas Gerais. No interior paulista, disse ele, será insuficiente tanto para interromper a colheita como para recuperar a produtividade.
O processamento, que vinha há várias quinzenas superando o desempenho da mesma quinzena do ano anterior, recuou na primeira metade deste mês. Foram processadas 41,3 milhões de toneladas da matéria-prima, 3,88% menos que em período análogo de 2013. Em relatório divulgado ontem, a consultoria FCStone observou que uma "morte súbita" da safra já vem sendo considerada pelo setor, referindo-se à antecipação para outubro do fim da moagem devido à falta de cana.
Mas segundo o analista da Pharos Risk Commodities Management, Carlos Costa, o mercado futuro ainda não tem uma visão clara de quando se dará o fim da safra, o que será possível somente em meados de agosto. Ontem, apesar dos números da UNICA, que apontaram aumento de 5,34% na produção de açúcar na última quinzena, as cotações da commodity subiram na bolsa de Nova York, impulsionadas por movimentos técnicos. Os contratos para março subiram 13 pontos, a 18,67 centavos de dólar por libra-peso.
Ao Valor, o diretor-Técnico UNICA, Antonio de Padua Rodrigues, confirmou que a entressafra de 2014/15 vai começar mais cedo. "Acredito que a partir de 1º de outubro já teremos usinas parando de moer". Mas ele disse que não será algo generalizado. "Teremos todo tipo de caso: usina parando em outubro e outras encerrando a safra em março do ano que vem. No começo de outubro, acredito que teremos poucas usinas parando: uma ou duas", disse Rodrigues.
A forte estiagem que persiste não afeta todos os Estados produtores. Segundo o diretor da UNICA, em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraná o clima está adequado às necessidades da planta. "Em Goiás, houve até aumento de produtividade".
Mesmo em São Paulo, Estado mais afetado pela seca, as perdas devem ocorrer em intensidades diferentes. "Prevemos para São Paulo uma quebra média de 15%", disse. Entre as regiões paulistas mais afetadas pela estiagem está a de Piracicaba. "Ainda assim, há nessa localidade usinas que tiveram quebra de 5% e outras, de 30%", comparou.
Por enquanto, a falta de chuvas no Centro-Sul tem permitido colheita e processamento de cana mais adiantados em comparação ao ano anterior, disse Costa, da Pharos. Desde o início da safra até 16 de julho, as usinas da região moeram 244,381 milhões de toneladas de cana, 8,26% mais. "Nesta segunda quinzena de julho, algumas usinas já estão moendo a cana que deveriam processar apenas em setembro, o que tende a trazer o início da entressafra para meados de outubro", afirmou.
O executivo da UNICA acrescentou que há usinas que estão até desacelerando a moagem para que a cana tenha condição de se recuperar para ser moída mais à frente. Essa é uma das razões, segundo ele, que também explicam o recuo do processamento na última quinzena. Mas há indústrias que estão fazendo o contrário, observou Costa.
Antecipam o processamento para evitar mais perdas na cana, afetada por meses de chuvas insuficientes. O raciocínio é que se houver demora para colher e não chover nesse intervalo, pode haver sérias perdas no teor de açúcar na matéria-prima (ATR).
"O receio é deixar a cana no campo e depois não ter o que tirar dela", disse.Costa acredita ainda que as chuvas previstas para os próximos dias no Sudeste devem ter efeitos limitados sobre a colheita. As precipitações tendem a se concentrar no norte do Paraná, São Paulo e sul de Minas Gerais. No interior paulista, disse ele, será insuficiente tanto para interromper a colheita como para recuperar a produtividade.