A área de soja avança. E vai avançar mais. Mato Grosso utilizava 5,6 milhões de hectares em 2008. Neste ano, são 9,4 milhões e, em 2025, serão 14,8 milhões, segundo o Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária).
A necessidade de mais áreas não significa abertura de novas fronteiras. Elas poderão vir do aproveitamento de terras já utilizadas.
Na abertura de novas áreas devem ser levadas em conta as aptidões da terra, o que nem sempre foi feito.
Em sua maioria, as áreas já abertas foram úteis para a agricultura ou para a pecuária. Parte delas, porém, "não serve nem para uma nem para outra coisa. Terão de ser devolvidas à natureza", diz Leandro Zancanaro, pesquisador da Fundação MT.
Cada ambiente tem uma aptidão específica e é preciso agir de maneira diferenciada em cada um deles.
À procura de um acerto maior na exploração das áreas agrícolas e de maior produtividade, a Fundação MT busca um mapeamento das áreas e uma definição estratégica de manejo.
Um dos objetivos desse mapeamento é dar conhecimento ao produtor para que não abra áreas em terra imprópria para a agropecuária.
"Não devemos desmerecer o passado, mas entender o que foi feito", diz Zancanaro. Em boa parte das terras de 30 anos os produtores encontraram um solo ácido e pobre.
SEM RECEITA
"Mas não há uma receita de solo. É preciso que cada produtor busque a melhor solução para a sua propriedade. Há coisas ocultas que precisam ser procuradas", diz Francisco Soares Neto, diretor-presidente da fundação.
Aí entra um dos objetivos da fundação: desenvolver conhecimentos e difundi-los. E os estudos da fundação mostram dados interessantes.
Se o produtor de Mato Grosso tivesse continuado adotando as mesmas práticas de quando iniciou o cultivo de soja no Estado, a produtividade ainda estaria em 29 sacas por hectare. A média atual é de 54 sacas, com áreas atingindo 70 ou mais.
"O sistema de produção define o jogo", diz Zancanaro. Antes as pesquisas eram isoladas. Hoje se chegou à conclusão de que é necessária uma integração de todas as áreas envolvidas na produção. O manejo do solo, por exemplo, interfere na ampliação ou na redução de pragas e insetos.
Os dados da fundação mostram isso. Há nove anos os pesquisadores da entidade vão a campo e fazem experimentos para descobrir o que é melhor para o solo.
Plantar soja todos os anos e, na sequência, deixar a terra nua, por exemplo, é uma das piores escolhas. O solo se desgasta, perde vida e a produtividade é baixíssima.
O plantio do milheto após a soja dá palhada para o solo e eleva a produção. A inclusão do milho, além da palha, traz uma segunda renda.
A braquiária, como outras gramíneas, dá palhada ao solo e, devido às raízes profundas, melhora a umidade. O desafio é achar meios de recuperar a capacidade produtora do solo. O futuro depende de boas práticas.
Para Zancanaro, "o que o produtor fez lá atrás interfere no hoje e o que está fazendo hoje interfere no futuro".
Ou seja, os resultados de um boa prática agrícola não aparecem de um ano para o outro. A diversificação de culturas e até o cancelamento de plantio de soja em alguns anos serão inevitáveis.
As pesquisas da fundação mostram, portanto, que uma das condições básicas para a melhora do solo, e a consequente alta da produtividade, é o aumento de palhada.
Esta pode desde reduzir nematóides (vermes que atacam as raízes das plantas) até garantir mais água no solo
A área de soja avança. E vai avançar mais. Mato Grosso utilizava 5,6 milhões de hectares em 2008. Neste ano, são 9,4 milhões e, em 2025, serão 14,8 milhões, segundo o Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária).
A necessidade de mais áreas não significa abertura de novas fronteiras. Elas poderão vir do aproveitamento de terras já utilizadas.
Na abertura de novas áreas devem ser levadas em conta as aptidões da terra, o que nem sempre foi feito.
Em sua maioria, as áreas já abertas foram úteis para a agricultura ou para a pecuária. Parte delas, porém, "não serve nem para uma nem para outra coisa. Terão de ser devolvidas à natureza", diz Leandro Zancanaro, pesquisador da Fundação MT.
Cada ambiente tem uma aptidão específica e é preciso agir de maneira diferenciada em cada um deles.
À procura de um acerto maior na exploração das áreas agrícolas e de maior produtividade, a Fundação MT busca um mapeamento das áreas e uma definição estratégica de manejo.
Um dos objetivos desse mapeamento é dar conhecimento ao produtor para que não abra áreas em terra imprópria para a agropecuária.
"Não devemos desmerecer o passado, mas entender o que foi feito", diz Zancanaro. Em boa parte das terras de 30 anos os produtores encontraram um solo ácido e pobre.
SEM RECEITA
"Mas não há uma receita de solo. É preciso que cada produtor busque a melhor solução para a sua propriedade. Há coisas ocultas que precisam ser procuradas", diz Francisco Soares Neto, diretor-presidente da fundação.
Aí entra um dos objetivos da fundação: desenvolver conhecimentos e difundi-los. E os estudos da fundação mostram dados interessantes.
Se o produtor de Mato Grosso tivesse continuado adotando as mesmas práticas de quando iniciou o cultivo de soja no Estado, a produtividade ainda estaria em 29 sacas por hectare. A média atual é de 54 sacas, com áreas atingindo 70 ou mais.
"O sistema de produção define o jogo", diz Zancanaro. Antes as pesquisas eram isoladas. Hoje se chegou à conclusão de que é necessária uma integração de todas as áreas envolvidas na produção. O manejo do solo, por exemplo, interfere na ampliação ou na redução de pragas e insetos.
Os dados da fundação mostram isso. Há nove anos os pesquisadores da entidade vão a campo e fazem experimentos para descobrir o que é melhor para o solo.
Plantar soja todos os anos e, na sequência, deixar a terra nua, por exemplo, é uma das piores escolhas. O solo se desgasta, perde vida e a produtividade é baixíssima.
O plantio do milheto após a soja dá palhada para o solo e eleva a produção. A inclusão do milho, além da palha, traz uma segunda renda.
A braquiária, como outras gramíneas, dá palhada ao solo e, devido às raízes profundas, melhora a umidade. O desafio é achar meios de recuperar a capacidade produtora do solo. O futuro depende de boas práticas.
Para Zancanaro, "o que o produtor fez lá atrás interfere no hoje e o que está fazendo hoje interfere no futuro".
Ou seja, os resultados de um boa prática agrícola não aparecem de um ano para o outro. A diversificação de culturas e até o cancelamento de plantio de soja em alguns anos serão inevitáveis.
As pesquisas da fundação mostram, portanto, que uma das condições básicas para a melhora do solo, e a consequente alta da produtividade, é o aumento de palhada.
Esta pode desde reduzir nematóides (vermes que atacam as raízes das plantas) até garantir mais água no solo