A acelerada rotina do dia a dia às vezes não permite enxergar qual o real alcance do ato de trabalhar. Para uma boa parte das pessoas, a atividade que se desenvolve ao longo de 30, 40 e até mesmo 50 anos da vida é meramente a base para o sustento próprio e da família.
De longe achar que esse não tenha que ser o objetivo principal, até porque o pescador encara o mar para trazer os peixes para sua família. Contudo, trabalhar é ir além disso, pois o simples fato de fazer uma pipoca e vender à noite na praça pode ser o elemento final para que se inicie uma grande amizade entre duas crianças, ou a criação de uma linda família através do início de um namoro.
Para quem trabalha diretamente com o público, seja na prestação de serviços ou na área comercial, o principal legado é conseguir ter a confiança fazendo a diferença na vida dos clientes e assim manter as portas, ou porteiras abertas, que levem a tão cobiçada fidelização, fator essencial para a perpetuação de um negócio.
Falando em confiança, vamos contar a história da carreira do RTV da Copercana na região de Serrana, José Mario Silveira, que ao longo de 39 anos prestou serviço de assistência técnica pela Canaoeste e depois ingressou na área comercial do Departamento de Insumos, sendo uma verdadeira cartilha sobre como manter a credibilidade perante o cliente.
O ponto de partida é quando Zé Mário (como é conhecido por todos) tinha 13 anos de idade e ingressou no Colégio Técnico Agrícola de São Simão, onde permaneceu, em regime de internato, até os 21 anos: “Lá eu aprendi sobre todas as práticas agrícolas além de ter a formação básica. Tínhamos aula o dia inteiro, das sete da manhã às cinco da tarde, e à noite fazíamos os deveres”.
Saindo da escola ele logo encontrou o primeiro emprego, na Fazenda Santa Maria Agrícola, localizada em Ribeirão Preto-SP, e na época administrada pelo Sr. Gaudêncio Biagi, onde trabalhou com cana-de-açúcar por cinco anos e meio.
Quando foi convidado a entrar na Canaoeste para compor o time de fiscais de sacarose, onde permaneceu por cerca de seis anos, passando a atender à demanda dos associados quanto aos serviços relacionados à assistência técnica agrícola: “Nós executávamos todos os tipos de serviços, como coleta de material para levar ao laboratório, fazíamos também muita curva de nível, regulávamos implementos, enfim, tudo que era solicitado pelos produtores”, disse Silveira, que valoriza todo aprendizado adquirido na época quando teve a oportunidade de trabalhar com o atual diretor comercial agrícola da Copercana, Augusto Cesar Strini Paixão: “A convivência com o Augusto nessa época me mostrou os valores que tínhamos que desenvolver em nossa atividade, principalmente na questão de manter a confiança dos produtores, ele praticamente deixou o terreno arado e plantado para crescermos”.
Ida para o Departamento de Insumos
Depois de quase uma década e meia, ele foi para a Copercana na montagem do time comercial do Departamento de Insumos: “No início era complexo o trabalho, porque a quantidade de produtos era muito escassa, a logística difícil, quando alguém vê a estrutura que temos hoje não dá para imaginar o tamanho que começamos”.
E como maior responsável por essa evolução, ele aponta para o superintendente comercial da Copercana, Frederico José Dalmaso, sua segunda referência na carreira, o qual, na sua visão, teve como méritos conseguir aproximar os principais representantes da indústria de insumos e com isso ter disponibilidade de produtos e também atuar internamente mostrando a importância em se investir na estrutura logística (principalmente depósitos nas filiais e instalações dos Centros de Distribuição) atendendo uma carência de estocagem não só do produtor rural, mas também das usinas.
“Hoje as usinas que atendo enxergam a Copercana com ótimos olhos, e prova disso é o volume de vendas crescente. Isso porque conseguimos atender boa parte da demanda de pronta entrega, além da nossa capacidade de entrega posterior dos produtos adquiridos nas épocas mais atrativas sob o ponto de vista financeiro”.
Mensagem aos mais novos
Somente quem surgiu do nada e teve a competência de evoluir junto com a cooperativa mantendo a qualidade no mais alto grau, mesmo enfrentando duas grandes revoluções, a do cultivo de cana-de-açúcar e a tecnológica, pode ter a sabedoria de apontar para coisas simples, mas fundamentais, na prosperidade futura do Departamento de Insumos da Copercana.
Sendo a primeira a união da equipe: “Hoje nosso time é formado por profissionais com 40 anos de experiência e outros que não completaram nem cinco. Nossa união nos permite que os mais novos tragam informações, principalmente tecnológicas e nós passamos o que aprendemos ao longo de nossa vivência profissional”.
A segunda qualidade é a credibilidade: “Quando comecei a trabalhar atendia produtores bem mais velhos, então há casos que o filho assumiu e a administração está com o neto, e o meu maior orgulho é que a confiança é a mesma, é como se fosse de pai para filho, raramente fechamos uma porteira”, disse Zé Mario, que completou com a dica aos RTVs que vão ler essa reportagem no futuro: “Vir trabalhar como venho há 40 anos, vestir a camisa, ter amor e, sobretudo, respeitar e manter o respeito que o nome da Copercana tem perante todos”.
Valores confirmados por quem é atendido pelo profissional há mais de 30 anos, como o diretor presidente executivo da Copercana, Francisco Cesar Urenha, que como cooperado ressalta sua dedicação e fidelidade aos princípios que norteiam sua atividade e como diretor, num outro ponto de vista, destaca a forma exemplar como ele veste a camisa da cooperativa.