José Pedro Toniello: a epopeia rumo ao “Vale Esquecido”

24/01/2025 Noticias POR: Marino Guerra

Eu acredito muito no dom, tem gente que nasce com o dom de jogar futebol, outros com o da cura, eu nasci com o dom de trabalhar”! Esta frase é o resumo de toda trajetória e personalidade de um verdadeiro agricultor da prosperidade.

De um início modesto, onde o que havia era um pequeno engenho de pinga, nada teria se concretizado sem a união e empenho de quatro irmãos (José Pedro, Antonio Eduardo, Renato (in memoriam) e Waldemar (in memoriam), para se transformarem em um dos grupos empresariais mais respeitados do interior paulista e do setor sucroenergético.

“Quando voltei para a fazenda, depois de ter ficado três anos na casa de minha irmã na cidade, eu queria aprender como lidar na roça. Eu montava num trator às quatro horas da manhã e ficava nele até as dez da noite. Eu tinha muita vontade de aprender”, disse José Pedro, conhecido por todos como Zé Pedro, sem se esquecer da importância da Copercana nesse momento inicial.

“Eu tive duas pessoas muito importantes da Copercana que me ensinaram muito no começo, que foi o Antônio Verri (in memoriam) e o Manoel Ortolan (in memoriam), os dois eram agrônomos da cooperativa e como eu não tinha formação, conversava muito com eles. Me lembro de um caso em que o Manoel Ortolan disse para eu não plantar amendoim numa área, pois não iria produzir, mas eu insisti e plantei, na colheita deu uma produção enorme, fiquei feliz não porque minha opinião estava certa, mas porque estava começando a entender como funcionava o campo”.

União e trabalho, o segredo dos quatro irmãos Toniello (José Pedro, Antonio Eduardo, Renato e Waldemar) de saírem de um pequeno engenho de pinga e montar um dos grupos empresariais mais respeitados do interior paulista e do setor sucroenergético

Trabalho intenso

Cada metro quadrado que eles conseguiam plantar cana significava um enorme obstáculo superado. José Pedro narra diversas dificuldades que surgiam antes mesmo de sulcar a terra, como por exemplo, convencer os agricultores e proprietários de fazendas da época para arrendar para a formação de um canavial, pois havia o mito de que a cultura estragava o solo.

Outra dificuldade da época era a falta de tecnologia no campo, que estimulava a criatividade e poder de observação dos produtores: “O Zé Pedro, depois de uma viagem que fizemos para os Estados Unidos, desenvolveu uma máquina basculante para o amendoim que possibilitou seu transporte e armazenamento a granel”, lembra seu sócio e irmão, Antonio Eduardo Tonielo, também conhecido como Toninho.

“Hoje você tem a internet e com isso o mundo inteiro para pesquisar na mão, a cooperativa com as empresas parceiras traz informações o tempo todo, naquela época não tinha nada. Quando fomos para os Estados Unidos, já tínhamos uma colhedora de amendoim que compramos na Argentina, mas havia o problema de ter muita gente na roça, pois precisava ensacar a colheita. Chegando lá, vi a máquina basculante e comecei a tirar várias fotos, e só havia elas para me espelhar e montar algo parecido, foi muito difícil, mas consegui. Hoje todos os produtores utilizam um modelo parecido, e assim fiz várias coisas, essa foi minha faculdade”, contou Zé Pedro.

Ele também se lembra da época da formação do canavial em Pitangueiras, onde as áreas tinham muita erosão, muitas fazendas eram formadas com pasto degradado, não havia estradas, o que demandava muito trabalho de terraplanagem e correção do relevo, e assim todos os dias ele se levantava às três da manhã e não tinha hora para voltar. “A estrada que ligava a usina até Pitangueiras era de terra e não oferecia condições de passar dois carros, eu tive que abrir ela inteira, tinha vez que alguma peça das máquinas quebrava e eu tinha que ir até Ribeirão Preto, já de noite, para buscar e levar de volta para o serviço continuar”.

Lógico que ele não fez isso sozinho. Para acompanhá-lo nas empreitadas, ele contou com uma equipe de pessoas que se transformaram em verdadeiras amigas de batalha: “Eu sempre fui de equipe, de formar e acreditar nas pessoas, mesmo que elas não acreditassem nelas próprias, por isso sempre demorei bastante para mandar alguém embora. Têm casos que é preciso insistir muito até que a pessoa entenda que o melhor caminho é o do trabalho”.

“Desde que entrei aqui, logo após que me formei, sempre ouvi histórias que o Toninho, o Zé Pedro, o Renato e o Waldemar nasceram agarrados na roça, eles sabiam o que acontecia e o Zé Pedro, por conviver no dia a dia de trabalho, me apresentou todo esse caminho, mostrando que as dificuldades apareceriam, mas se você trabalhasse, uma hora venceria”, disse Fernando Prati, agrônomo e colaborador com mais de 40 anos de Viralcool.

Praticamente formado na Viralcool, o agrônomo Fernando Prati construiu uma carreira de sucesso trabalhando ao lado de José Pedro Toniello

Porém, não bastava ser dedicado ao trabalho, para crescer também era preciso ser esperto: “Eu me lembro que antes da Viralcool Pitangueiras começar a moer houve uma denúncia que meu pai e meus tios estavam montando uma usina clandestina, foi uma época bastante complicada, pois era criança e meu pai saía de casa antes que eu acordasse para ir para a escola e quando chegava eu já estava dormindo”, disse o filho e hoje diretor do Grupo Viralcool, Ricardo Toniello.

O caso que ele se refere aconteceu quando a usina ainda estava em construção, onde foi feita uma denúncia que eles estavam construindo uma destilaria clandestina, isso porque eles não tinham conseguido a cota do governo para a produção de álcool, contudo quem denunciou não sabia que o projeto era para a produção de cachaça, o que aconteceu ao longo das quatro primeiras safras, produto que era destinado para a Copacesp (Cooperativa dos Produtores de Cana, Aguardente, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo), que a transformava em etanol. 

Diante de tantos desafios eram raros os sábados e domingos de folga.  Sr. Toninho lembra que nos finais de semana eles sempre aproveitavam para rodar a roça e buscar novas oportunidades para crescer em produtividade e área o canavial da família.

A escolha pela empreitada

Se você fosse um empresário com duas usinas rodando, em pleno crescimento, aceitaria o desafio de ir para uma região a quase 500 quilômetros de distância de casa, totalmente carente, onde ao passar por uma estrada de terra havia de um lado grandes áreas com a pastagem degradada e alagada, e do outro, terras invadidas pelo MST.

Zé Pedro Toniello não teve dúvida nenhuma para aceitar o desafio: “As dificuldades que vivemos no começo de tudo, plantar cana de carrinho, não ter um telefone, não ter nada, me estimularam a tocar a minha vida procurando soluções para os problemas. Quando fui para Pitangueiras também não tinha nada, então ir para Castilho foi apenas mais uma nova empreitada”.

“Lembro que nosso primeiro contato com a região surgiu através de uma viagem de volta de Terenos, no Mato Grosso do Sul, onde tínhamos ido ver uma área para fazer a terceira unidade do grupo. Nela paramos em Castilho para dormir, e de manhã, na padaria, encontramos um amigo, Dalvo Rodrigues, que nos apresentou o prefeito e então a conversa começou a ganhar corpo”, conta Ricardo Toniello, que deixou uma carreira de mais de dez anos na rede de concessionárias do grupo para assumir o desafio de, ao lado do pai, instalar e fazer rodar a nova usina.

Ao trocar uma carreira de mais de dez anos no segmento de concessionárias para ir ao lado do pai construir e colocar para rodar a Viralcool Castilho, Ricardo Toniello também estava se matriculando numa das melhores faculdades da vida, que o transformou em uma liderança do grupo e do setor

Fernando Prati se recorda que o conhecimento que o Zé Pedro tinha em desbravar novas áreas para a formação de canavial, mesmo em ambientes muito restritivos, foi fundamental para que o projeto de Castilho desse certo. Mas não era só ele, muitos profissionais formados em Sertãozinho e Pitangueiras estiveram ao lado dele.

“Assim como eu, o pessoal que foi no começo ficava em alojamento, mas não tinha medo de trabalhar e, mais importante, sabia do nosso modo de trabalho”, conta Ricardo.

Então, por que a escolha por Castilho? Zé Pedro não tem dúvidas em falar que quando ele observou o relevo da região, extremamente plano, teve a certeza de que não importava a dificuldade, aquele era o local ideal para a instalação de uma usina pelo fato de, na época, final da década de 90, já se saber que o futuro da colheita da cana seria mecanizado, o que ficou comprovado anos depois com a transformação da região em um pólo do setor.

Zé Miguel, Tonho, Zé Pedro e Fernando. Na foto da fazenda onde hoje está instalada a Viralcool Castilho

O Vale Esquecido

Toda a história que será contada nas próximas linhas do texto é ainda mais estarrecedora por se tratar de um passado bem recente, da virada do século, é assustador descobrir que em pleno estado de São Paulo havia um lugar tão esquecido.

“Eu morei e trabalhei na Fazenda Pantaneira por 26 anos antes da Viralcool chegar, Castilho não tinha nada. Antes da vinda do Zé Pedro, meus filhos andavam seis quilômetros a cavalo para irem estudar, as áreas eram todas inundadas, sofríamos bastante”, contou o primeiro colaborador da Viralcool Castilho, Luiz Rosa.

Antes de se tornar o primeiro colaborador da Viralcool Castilho, Luiz Rosa trabalhou ao longo de 26 anos numa fazenda da região: “Castilho não tinha nada, antes do Zé Pedro chegar, meus filhos andavam seis quilômetros a cavalo para irem para a escola”

Além da estrutura muito precária das fazendas, também havia problemas de segurança com grandes invasões do MST, como lembra Ricardo Toniello: “Quando cheguei lá havia muitos sem-terra, gente do Brasil inteiro com muitos interessados em levar vantagens, outros iam para lá para se esconder, eram bandidos. Por outro lado, muitas fazendas tinham como atividade uma pecuária extensiva arcaica, onde o pouco de riqueza que era gerada não era distribuído, fatores que eram determinantes para a região crescer sua pobreza”.

Na opinião do gerente administrativo e morador de Castilho antes da chegada da Viralcool, Jucelino Vieira, a situação era tão complexa que somente uma pessoa diferenciada como o Zé Pedro poderia mudar a condição.

Cenário que próprio Zé Pedro desenha de maneira bem realista: “Os sem-terra que queriam ser assentados não eram más pessoas, as porcarias eram os líderes, pois eles colocam a base para sofrer para ganharem dinheiro em cima. O assentado sempre foi um sofredor, eu dava muita carona para eles e um dia uma mulher com duas crianças me disse que eu não gostava deles. Eu respondi que tinha dó da situação que eles estavam, ainda mais porque não havia saída, a não ser sustentar os que comandavam o grupo”.

O gerente administrativo da Viralcool Castilho, Jucelino Vieira, acredita que somente uma pessoa com a experiência do José Pedro poderia liderar a equipe para desatar todos os nós e com isso alcançar o sucesso na empreitada

Sobre os fazendeiros, Zé Pedro também lembra que a grande maioria tinha uma mentalidade bastante atrasada, que se preocupava em apenas extrair o que a terra dava. Ele conta que conversou com pecuaristas que se orgulhavam de nunca terem feito sequer um manejo no capim por mais de 20 anos: “Eles achavam que capim era obrigação da terra dar”.

 Isso refletia diretamente no valor da terra, onde um alqueire era vendido por menos de R$ 2 mil, pois além de não produzir, estava em constante ameaça de invasão, como narra Luiz Rosa: “A Pantaneira (Fazenda que ele morava) estava à venda há uns quatro anos e ninguém se interessava”.

Contudo, a terra barata guardava uma grande armadilha: “Certa vez andando com o Zé Pedro pelos canaviais eu perguntei para ele sobre uma dúvida que sempre tive. Por que a terra dessa região valia menos que a de Ribeirão Preto? Ele me respondeu que o valor era menor, só que o preço era igual. E explicou que a diferença no valor é preciso investir para deixá-la no mesmo nível de fertilidade somada ao custo de formação de mão de obra. Aí eu perguntei por que ele havia ido para lá, e ele respondeu que lá havia espaço para crescer”, contou o amigo e cardiologista, dr. Gustavo Mariani.

Cardiologista e amigo do José Pedro, o Dr. Gustavo Mariani o admira por ele ter como principal característica de sua personalidade a mistura da simplicidade com a inteligência

Essa história deixa claro porque muitas usinas que foram para o Oeste Paulista acabaram fechando ou sendo vendidas: “Quanto à expansão, eu acredito que teve muita gente que não estava preparada, que foi sem planejamento algum, sem saber para onde estava indo, e aí as coisas acabam não dando certo, porque o agrícola é a parte mais importante de uma usina”, comentou Ricardo. “Se a usina não tem cana, ela é um ferro-velho”, completou Zé Pedro.

Em um relato bastante preciso, Fernando Prati mostra como demandou investimentos para a formação de mão de obra: “Era preciso encontrar pessoas para trabalhar, elas eram muito acostumadas com a lida do gado e precisávamos de gente que sabia manejar um trator, que tinha a mínima noção de como usava um sulcador. Tiveram casos que nós tiramos a carteira de trabalho, levávamos para fazer o registro, e a pessoa sumia, não aparecia nem para buscar o novo documento. Muitos se assustavam quando viam que tinham que trabalhar o dia inteiro”.

Muitos não sabiam o que era ser registrado, não tinham noção da importância de um documento, para eles era normal não aparecer no trabalho porque havia aparecido um bico de pirangueiro.

E o cenário urbano não era diferente. Dona Marta Toniellolembra da situação quando atuou na assistência social de Nova Independência, de 2009 até 2012, período que o Zé Pedro assumiu a prefeitura do pequeno município vizinho de Castilho e que fica cerca de 15 km da usina.

“As crianças não sabiam o que era uma pera, as que vinham da zona rural chegavam à escola com fome, tinha criança que desmaiava, era levada para o posto de saúde, tomava um copo de leite e melhorava. As mocinhas não sabiam como evitar filho, e as que já tinham não tinham noção de como cuidar dos bebês. A cidade era fraca em educação, na parte social, em tudo”.

Marta Toniello foi para Nova Independência ao lado do marido sendo uma peça fundamental em levar o desenvolvimento social que o município era tão carente

O que é confirmado por moradores antigos: “Desde pequeno eu moro em Nova Independência e o desenvolvimento da cidade foi enorme, antes da usina não tinha nem asfalto. Na creche eles serviam macarrão com pé de galinha”, disse o colaborador Vagner Ferreira.

“A coisa era braba aqui em Nova Independência, registro em carteira era muito pouco, só havia serviços braçais como arrancar feijão, quebrar milho na colheita, as pessoas não tinham emprego porque não tinham vontade de trabalhar, mas porque não tinha oportunidade nenhuma”, lembra o colaborador, Nelson Pereira Júnior.

“Aqui era uma cidade muito pobre, não tinha estrutura nenhuma, para comprar um remédio tínhamos que ir para Andradina, pois não havia farmácia”, disse a colaboradora Celeste Pereira.

Os relatos explicam por que lá era conhecido como o Vale Esquecido do Estado de São Paulo, como explica Ricardo: “Ali é o último lugar do estado, e sempre ele é mais prejudicado em relação ao primeiro do outro estado, isso explica por que Três Lagoas tinha um desenvolvimento maior. Se você pegar Andradina, por exemplo, a cidade diminuiu, resumindo a história, não rodava dinheiro lá, a criança ia para a escola com fome porque não tinha dinheiro para comprar comida”.

Lógico que essa situação teve a grande contribuição por más gestões municipais, como lembra Zé Pedro: “Passaram diversos prefeitos que não tinham condições para realizar uma boa administração pública, e o anterior à minha gestão literalmente roubou o município. Se olhar o volume de dinheiro comparado com o tamanho de uma cidade que se chamava como vila, assusta. Para ver a situação de abandono, quando assumi a prefeitura havia 1,2 mil casas, eu fiz 750 ligações de esgoto”.

Os colaboradores Vagner Ferreira e os irmãos Nelson e Celeste Pereira, criados na Independência antes da Viralcool se recordam bastante das dificuldades e principalmente da falta completa de prosperidade

E o tamanho da carência do povo se refletia na completa falta de esperança, isso porque os habitantes estavam calejados por promessas de implantação de diversas indústrias, mas pelo fato de sempre estarem atreladas a interesses políticos, nenhuma se tornou realidade.

Quando chegou alguém sério, a primeira reação das pessoas foi desconfiar: “Eu me lembro que as pessoas duvidavam que a usina seria realmente construída”, disse Régis da Mata, colaborador e morador de Castilho antes da chegada da Viralcool.

“Quando o Zé Pedro chegou ninguém o conhecia, no primeiro leilão que participou ele deu um impulso muito grande no valor dos lances e as pessoas desconfiaram que aconteceria alguma coisa e ele não bancaria os arremates”, lembra a diretora da APAE de Andradina, Lídia Nakaguma.

“A primeira vez que eu vi o Zé Pedro foi num churrasco que ofereceram para ele na ocasião da compra das terras para montar a usina. Aí, quando eu vi ele, estava com uma camiseta nas costas, então eu perguntei: - Esse é o Zé Pedro que vai montar a usina aqui? Esse homem não monta usina nenhuma!

Mais tarde o Zé Pedro chegou do meu lado e me disse: - Você acha que eu não vou montar usina? Pois eu vou montar e arrendar a fazenda que você trabalha para você vir trabalhar nela.

Quando cheguei em casa liguei para o meu patrão que era de Ribeirão Preto e contei a história e então ele me disse: - Você tá ficando louco! Se ele quiser montar três usinas, com certeza vou arrendar as minhas terras para ele.

Passou um tempo, ele comprou a fazenda, montou a usina e eu fui trabalhar na Viralcool”, contou o ex-colaborador e amigo, José Miguel dos Santos Filho, conhecido como Miguelzinho.

Com esses relatos dá para fazer uma analogia com a história do Rei do Gado, moda de viola imortalizada pela dupla Tião Carreiro e Pardinho, só que de maneira invertida, pois na música, o Rei do Café, que é da região de Ribeirão Preto, menospreza o Rei do Gado, que chega num bar de maneira simples na viagem de volta para casa em Andradina. No caso do Zé Pedro Toniello, quando ele chegou ao oeste paulista, com sua simplicidade, não acreditavam que ele e a empresa que ele é sócio-fundador, iriam mudar de forma radical e positiva a vida de todos que desconfiaram pela aparência.

Tanto a diretora da APAE de Andradina, Lídia Nakaguma, como o amigo Miguelzinho, trazem histórias que quando o José Pedro chegou poucos acreditavam que ele traria tanta prosperidade para a região

Além de toda miséria, falta de estrutura e descrédito, ainda foi necessário enfrentar os que trabalhavam nas sombras para que o projeto não desse certo: “Quando fomos plantar a primeira área para muda de cana, eu levei uma turma da Santa Inês. No segundo dia que estávamos lá apareceu o sindicato para saber se o pessoal tinha registro, um tratamento muito diferente se comparado com o pessoal que trabalhava nas fazendas de lá por mais de vinte anos sem nunca ter sido registrado, ou seja, muita gente fez de tudo para atrapalhar a realização do negócio”, disse Zé Pedro.

A transformação

Sabe por que esse país não está “no fundo do poço”, vivendo em condições de miséria extrema? Graças à gente como os irmãos Toniello e outras famílias nascidas em pequenos sítios, que fizeram de regiões inteiras, afundadas no esquecimento, prosperarem e se desenvolverem.

Lembra do trecho que conta como era o ambiente rural? Hoje mais de 90% dos assentados da região trabalham na usina, porque pelo tamanho do sítio que receberam e a atividade que o governo permite que eles exerçam na terra, é impossível sustentar uma família. Isso mostra que o agronegócio, a cana-de-açúcar, a Viralcool foram mais responsáveis por garantir vida digna para quem fazia parte do MST do que o próprio movimento e as lideranças políticas que dizem defender eles.

“Há pouco tempo chegou um caminhão do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) com 500 quilos de calcário para serem divididos entre os assentados, o tipo de solo de lá pede, pelo menos, seis toneladas por hectare para começar a querer plantar alguma coisa, ou seja, o que ele mandou daria para colocar em cinco metros quadrados”, exemplifica Zé Pedro, mostrando o completo abandono do estado.

Como dito, a verdadeira prosperidade nunca virá de narrativas políticas, mas de trabalho, e a prova disso é a transformação de uma fazenda com capim surrado numa das mais modernas unidades produtoras de açúcar, etanol, energia e levedura do Brasil.

“A Unidade de Castilho é um orgulho para nós, pois saímos do zero e hoje empregamos cerca de dois mil colaboradores, sem calcular os empregos indiretos, com uma qualidade e segurança de trabalho alta”, comenta Toninho Tonielo.

Oportunidades, tanto profissionais da região, como Régis da Mata, como quem saiu de Sertãozinho e Pitangueiras, como o Marcos Amâncio, ambos encarregados de CTT (Corte, Transbordo e Transporte) construíram sua vida profissional dentro da Viralcool Castilho

“A Viralcool é um lugar bom para trabalhar, que gera muita oportunidade, só não evolui aquela pessoa que não se interessa mesmo”, confirma a fala do Sr. Toninho, o colaborador que foi de Viradouro para Castilho e de lá nunca mais saiu, Marcos Amâncio Vieira.

E se engana que a indústria ficou pronta do dia para a noite, como comenta Jucelino: “Foi um crescimento lento, inicialmente produzia apenas etanol, depois passou

“A Viralcool é um lugar bom para trabalhar, que gera muita oportunidade, só não evolui aquela pessoa que não se interessa mesmo”, confirma a fala do Sr. Toninho, o colaborador que foi de Viradouro para Castilho e de lá nunca mais saiu, Marcos Amâncio Vieira.

E se engana que a indústria ficou pronta do dia para a noite, como comenta Jucelino: “Foi um crescimento lento, inicialmente produzia apenas etanol, depois passou a fazer levedura, na sequência montou a fábrica de açúcar, sempre com muita firmeza dos diretores e sócios, em seguida veio a geração de energia e hoje vive um momento de ampliações fazendo dela uma empresa consolidada em todos os aspectos”.

Com capacidade para moer 4,5 milhões de toneladas, o ano de 2024 ficará marcado na história da usina pela finalização da obra de um barracão de açúcar que demandou, em recursos próprios, um investimento de R$ 60 milhões, estrutura feita especialmente para carregamento a granel, com capacidade de armazenar 180 mil toneladas, apontado como o maior do Brasil, sem falar em toda a tecnologia instalada nele.

Mais um fator, que agregado com outros, como o acionamento eletrificado das moendas, que dispensa o uso de turbinas, e a grande eficiência na relação queima de bagaço e geração de energia, fazem da planta industrial referência dentro de todo o setor no sentido de adoção tecnológica.

Nas fazendas o cenário atual também é outro, como narra Fernando Prati: “Tínhamos que vencer o enorme desafio das condições de solo muito pobre, devagar fomos melhorando e hoje estamos com uma produtividade já muito maior. É uma região de solo bastante arenoso, então precisamos trabalhar com manejos bem específicos de variedades, época de colheita, dentre outros fatores agrícolas, que permitem extrair o máximo perante as condições oferecidas.

Além da alta produtividade, que ainda tem muita margem para melhoria, hoje a Viralcool Castilho é a unidade que tem mais cana própria, o que facilita o trabalho, pois em Sertãozinho e Pitangueiras temos a concorrência com diversas usinas”.

Referência tecnológica industrial. Com uma evolução cadenciada e cada passo planejado, a unidade de Castilho chegou hoje num avançado estágio de desenvolvimento, com destaque para o barracão de açúcar a granel (apontado como o maior do Brasil) e a alta eficiência na relação queima de bagaço e geração de energia

E como ficaram as áreas urbanas? “Hoje, todo dia cinco, são injetados na economia local de seis a sete milhões de reais de folha de pagamento, isso destinado 60% para Castilho, 30% para Nova Independência e 10% para São João do Pau D´Alho. É bastante dinheiro na praça, fora que no dia 10 pagamos todos os parceiros fornecedores, isso sem colocar na conta o plano de saúde, o vale-refeição, proporcionando ao comércio das cidades o investimento em bons supermercados, bares, lanchonetes, entre outros estabelecimentos.

E como ficaram as áreas urbanas? “Hoje, todo dia cinco, são injetados na economia local de seis a sete milhões de reais de folha de pagamento, isso destinado 60% para Castilho, 30% para Nova Independência e 10% para São João do Pau D´Alho. É bastante dinheiro na praça, fora que no dia 10 pagamos todos os parceiros fornecedores, isso sem colocar na conta o plano de saúde, o vale-refeição, proporcionando ao comércio das cidades o investimento em bons supermercados, bares, lanchonetes, entre outros estabelecimentos.

Não apenas a Viralcool, mas as outras usinas que também se instalaram lá levaram crescimento para a região, ali as pessoas que querem trabalhar, que querem crescer, que se envolvem, estão se beneficiando. Eu acho que isso é o principal fator de transformação que a cana-de-açúcar levou para toda região. Lembro até hoje que na inauguração da usina meu pai falou que ela estava chegando para ficar e beneficiar o lugar, e isso aconteceu”, disse Ricardo.

“Com a vinda da cana para cá mudou tudo, o comércio cresceu, surgiram empregos e a vida melhorou para todo mundo, tanto que todos têm condições para ter seu carro, seu dinheiro, e todo esse progresso veio de forma tão saudável que embora tenha crescido, Nova Independência se manteve como uma cidade calma, sem violência, roubo, dá para andar na rua tranquilamente tarde da noite”, disse Celeste.

Outro fator que levou essa revolução é a grande formação de profissionais qualificados, fazendo com que hoje haja a exportação de mão de obra, como o caso do filho do Sr. Luiz Rosa, que iniciou como eletricista na usina e hoje assumiu a chefia do departamento de elétrica automotiva de uma unidade industrial de outra região, ou também a grande absorção de motoristas que se formam na Viralcool por outras usinas.

“Meu filho já se formou e continua trabalhando na usina, graças a Deus na vida dele tudo é mais fácil, no meu tempo era tudo mais difícil, nem estudar era possível”, completa Celeste. “Quando cheguei aqui em Nova Independência tinham duas ruas, hoje não apenas a cidade cresceu, mas toda população cresceu junto”, disse a colaboradora Marilda Ferreira.

 “Uma das características da Viralcool que me chama mais a atenção é a sua preocupação em capacitar de maneira constante novos profissionais com ampla gama de conhecimento demandado por uma agroindústria do seu porte, tanto que hoje exporta mão de obra e esse processo começa com os jovens, com o programa Jovem Aprendiz, que é realizado em parceria com a prefeitura”, disse o prefeito de Castilho, Paulo Boaventura.

Quanto à obstinação do Zé Pedro em mudar o cenário da região, ela se torna inquestionável perante duas grandes atitudes, a primeira na sua gestão como prefeito.

“Se não fosse o Zé Pedro Toniello, que mudou e se envolveu com o povo de Nova Independência, a mudança do jeito que foi não teria acontecido, por isso eu tenho certeza de que a grande maioria da população da cidade tem uma gratidão enorme por ele”, disse o atual prefeito, Fernando Santana.

Os prefeitos de Nova Independência, Fernando Santana, e Castilho, Paulo Boaventura, tem a gestão de Zé Pedro Toniello como referência de administração e, principalmente, empreendedorismo público

“Quando fui prefeito nunca trabalhei para mim ou para a usina, eu fiz um trabalho voltado para a população, para colocar a cidade no mapa. Certa vez fui à Secretaria Estadual da Cultura em São Paulo para conseguir instrumentos para montar uma fanfarra e uma escola de música. A moça viu no sistema e me disse que nunca ninguém de Nova Independência havia ido lá, nem prefeito, funcionário da prefeitura ou vereador”, disse Zé Pedro citando apenas uma de uma avalanche de ações que fez ao longo dos seus quatro anos de mandato.

Tamanho empenho fez com que ele deixasse até mesmo o seu trabalho em segundo plano, como ele próprio explica: “Existem coisas que Deus faz que nós não conseguimos entender num primeiro momento, mas depois fica claro. Quando fui prefeito eu acabei largando a usina, larguei o Mato Grosso (operação do grupo em Canarana), meio que sem perceber. Ao perder a eleição (Zé Pedro perdeu a reeleição para um adversário que mais tarde ficou provado que foi criado um esquema em que o Cartório Eleitoral cadastrou mais de 600 títulos de eleitor de fora) eu voltei para as minhas atividades e vi que no Mato Grosso não estava atendendo às minhas expectativas, então tive que atuar para ajeitar as coisas. Por fim, ter perdido naquela época foi muito bom para mim, não sei se foi para Nova Independência”.

A segunda está relacionada ao seu grande zelo em ajudar as entidades das regiões, especialmente a APAE, sendo hoje o principal entusiasta da entidade de Andradina, se envolvendo diretamente para a obtenção de recursos, inclusive organizando um leilão na sede de sua fazenda em Nova Independência.

“A presença do Zé Pedro conosco aqui na APAE é devido à filantropia natural de sua personalidade, além disso, com o passar do tempo e o crescimento da nossa amizade, pudemos conhecer o seu caráter tão digno e zeloso pelas questões sociais e, no nosso “Quando fui prefeito nunca trabalhei para mim ou para a usina, eu fiz um trabalho voltado para a população, para colocar a cidade no mapa. Certa vez fui à Secretaria Estadual da Cultura em São Paulo para conseguir instrumentos para montar uma fanfarra e uma escola de música. A moça viu no sistema e me disse que nunca ninguém de Nova Independência havia ido lá, nem prefeito, funcionário da prefeitura ou vereador”, disse Zé Pedro citando apenas uma de uma avalanche de ações que fez ao longo dos seus quatro anos de mandato.

Tamanho empenho fez com que ele deixasse até mesmo o seu trabalho em segundo plano, como ele próprio explica: “Existem coisas que Deus faz que nós não conseguimos entender num primeiro momento, mas depois fica claro. Quando fui prefeito eu acabei largando a usina, larguei o Mato Grosso (operação do grupo em Canarana), meio que sem perceber. Ao perder a eleição (Zé Pedro perdeu a reeleição para um adversário que mais tarde ficou provado que foi criado um esquema em que o Cartório Eleitoral cadastrou mais de 600 títulos de eleitor de fora) eu voltei para as minhas atividades e vi que no Mato Grosso não estava atendendo às minhas expectativas, então tive que atuar para ajeitar as coisas. Por fim, ter perdido naquela época foi muito bom para mim, não sei se foi para Nova Independência”.

A segunda está relacionada ao seu grande zelo em ajudar as entidades das regiões, especialmente a APAE, sendo hoje o principal entusiasta da entidade de Andradina, se envolvendo diretamente para a obtenção de recursos, inclusive organizando um leilão na sede de sua fazenda em Nova Independência.

“A presença do Zé Pedro conosco aqui na APAE é devido à filantropia natural de sua personalidade, além disso, com o passar do tempo e o crescimento da nossa amizade, pudemos conhecer o seu caráter tão digno e zeloso pelas questões sociais e, no nosso caso, dedicado às pessoas com deficiência. Tenho certeza que o seu surgimento foi um presente de Deus, pois sua presença significa para nós hoje conseguir executar com excelência o nosso trabalho em atender 350 alunos e amparar suas famílias”, disse Lídia, que ainda se referiu ao leilão organizado por ele.

“Ele consegue fazer desse evento algo grandioso, que somos beneficiados por isso. Graças a Deus sempre tivemos essa sintonia que nos levou a sermos escolhidos por ele, o que gera em nós uma gratidão que é difícil explicar o tamanho. Hoje estamos ampliando em decorrência de uma saúde financeira proporcionada por ele, além da segurança em sabermos que ele está do nosso lado, confiando em nosso trabalho”.

Essa preocupação pelo social, que é marca do Grupo Viralcool, foi transmitida para a segunda geração (filhos dos irmãos fundadores), como Ricardo se refere: “Eu enxergo que nós temos que pensar sempre em fazer um trabalho social bem-feito, eu não enxergo como um compromisso, mas como uma questão de honra nós termos um tratamento especial com as entidades que cuidam das pessoas das regiões onde estamos inseridos. Tenho que agradecer ao meu pai e meus tios por terem colocado essa visão no DNA do grupo”.

E de um modo simples, Zé Pedro explica o motivo da preocupação constante com os outros: “Você nunca vai ser uma ilha de prosperidade no meio de um mar poluído”, quer uma mostra da veracidade disso?

Em Nova Independência ele lidera uma comitiva chamada Poeira Alta, que envolve além do pessoal que faz as cavalgadas, também seus familiares, pois é rotineiro haver confraternizações no final dos passeios. Quando foi para fechar a realização do primeiro leilão da APAE em Nova Independência, o Zé Pedro perguntou para todos quem ajudaria ele na organização, serviço que envolveria desde a busca por prendas, até as tarefas do dia do evento, e todo mundo levantou a mão, formando uma verdadeira tropa do bem.

Nova Independência em 2024

“O Zé Pedro não traz somente a prosperidade financeira, nem da cidade, mas ele também une sempre bons amigos”, disse o amigo, Antonio Firmino do Amaral

“Ele não fez que apenas Nova Independência evoluísse, mas toda a população”, disse a colaboradora, Marilda Ferreira

“Quando eu falei para o pessoal da Comitiva Poeira Alta quem poderia me ajudar a realizar o leilão da APAE em Nova Independência, eles não levantaram apenas a mão, mas ficaram de pé e já começaram a trabalhar”, Zé Pedro Toniello