"É o momento do Paraguai", diz Roberto Rezende Barbosa, magnata brasileiro da cana-de-açúcar, quando explica seu projeto de investir US$ 150 milhões (R$ 355 milhões) em uma usina de açúcar e álcool no país vizinho, que acaba de trocar de governo nesta semana.
"Nós comemoramos a chegada [do novo governo], mas o que me anima mais são os fundamentos da economia do Paraguai, cujo o PIB vai crescer mais que o Brasil, com moeda estável e bom ambiente tributário, climatologia, 1/4 a menos de custos do que aquin. Estamos muito otimistas", disse à Folha o empresário, que é presidente da holding Rezende Barbosa, uma dos maiores fornecedoras de cana-de-açúcar do Brasil.
"Seja o governo que for, a gente tem que conviver com o país, estamos pensando em um investimento de longuíssimo prazo. Esse governo ainda tem de se mostrar."
A chegada do conservador colorado Horacio Cartes também anima outros produtores brasileiros que migraram ao Paraguai nos a partir dos anos 70, os chamados brasiguaios. O grupo está no centro do boom da economia do país, o agronegócio, mas também no nó do grave conflito envolvendo a concentração de terras.
Cerca de 77% das terras agricultáveis do país estão nas mãos de 1% dos proprietários e Cartes chega à Presidência após um período de turbulência com a queda do esquerdista Fernando Lugo em junho passado.
O estopim da queda de Lugo foi o conflito entre sem-terra e policiais em Curuguaty, que deixou 17 mortos em junho de 2012.
50 mil hectares
Curuguaty fica no departamento (Estado) de Canindeyú, um dos três por onde se estendem os cerca de 50 mil hectares de terras da família Rezende Barbosa no Paraguai --os outros dois são Amambay e São Pedro.
Questionado se a chegada do novo governo é positiva para os grandes produtores, Barbosa diz que sim. "Facilita. Mas esses problemas sempre tem. Aqui tem o MST [Movimento Sem-Terra], tem lá. A gente convive com isso, mas não temos problemas pontuais, específicos. Convivemos lá como convivemos no Brasil e na Bolívia."
No Paraguai, o empresário diz que a ideia é montar usina que produza açúcar para o mercado paraguaio e também álcool (no país também há lei que obriga a mistura deálcool e gasolina no combustível). As terras, que hoje abrigam gado de corte e soja, abrigariam no primeiro momento até 10 mil ha de cana.
Flávia Marreiro
"É o momento do Paraguai", diz Roberto Rezende Barbosa, magnata brasileiro da cana-de-açúcar, quando explica seu projeto de investir US$ 150 milhões (R$ 355 milhões) em uma usina de açúcar e álcool no país vizinho, que acaba de trocar de governo nesta semana.
"Nós comemoramos a chegada [do novo governo], mas o que me anima mais são os fundamentos da economia do Paraguai, cujo o PIB vai crescer mais que o Brasil, com moeda estável e bom ambiente tributário, climatologia, 1/4 a menos de custos do que aquin. Estamos muito otimistas", disse à Folha o empresário, que é presidente da holding Rezende Barbosa, uma dos maiores fornecedoras de cana-de-açúcar do Brasil.
"Seja o governo que for, a gente tem que conviver com o país, estamos pensando em um investimento de longuíssimo prazo. Esse governo ainda tem de se mostrar."
A chegada do conservador colorado Horacio Cartes também anima outros produtores brasileiros que migraram ao Paraguai nos a partir dos anos 70, os chamados brasiguaios. O grupo está no centro do boom da economia do país, o agronegócio, mas também no nó do grave conflito envolvendo a concentração de terras.
Cerca de 77% das terras agricultáveis do país estão nas mãos de 1% dos proprietários e Cartes chega à Presidência após um período de turbulência com a queda do esquerdista Fernando Lugo em junho passado.
O estopim da queda de Lugo foi o conflito entre sem-terra e policiais em Curuguaty, que deixou 17 mortos em junho de 2012.
50 mil hectares
Curuguaty fica no departamento (Estado) de Canindeyú, um dos três por onde se estendem os cerca de 50 mil hectares de terras da família Rezende Barbosa no Paraguai --os outros dois são Amambay e São Pedro.
Questionado se a chegada do novo governo é positiva para os grandes produtores, Barbosa diz que sim. "Facilita. Mas esses problemas sempre tem. Aqui tem o MST [Movimento Sem-Terra], tem lá. A gente convive com isso, mas não temos problemas pontuais, específicos. Convivemos lá como convivemos no Brasil e na Bolívia."
No Paraguai, o empresário diz que a ideia é montar usina que produza açúcar para o mercado paraguaio e também álcool (no país também há lei que obriga a mistura deálcool e gasolina no combustível). As terras, que hoje abrigam gado de corte e soja, abrigariam no primeiro momento até 10 mil ha de cana.
Flávia Marreiro