Com o tema “Atualização sobre o uso de maturadores em cana-de-açúcar” a quarta reunião do Grupo Fitotécnico aconteceu no dia 18 de julho, no Centro de Cana IAC, em Ribeirão Preto-SP, e reuniu profissionais de associações, empresas e unidades produtoras de todas as regiões canavieiras. Com uma programação intensa, o evento contou com diversos painéis que abordaram a importância de se manter a qualidade dos canaviais e as ferramentas utilizadas para isso, como no caso, o maturador.
Ao dar as boas-vindas aos participantes, Marcos Guimarães de Andrade Landell, diretor do Centro de Cana IAC e do Grupo Fitotécnico, lembrou que o maturador é um dos insumos cada vez mais utilizado na canavicultura para manter ou promover a qualidade. “Por exemplo, nos novos modelos de manejo varietal que privilegia o ciclo (corte) da cultura, integrando-os aos ambientes cultivados como determinante da época de colheita, o uso de maturadores ganha mais relevância, pois a dependência de variedades precoces é bastante reduzida”, explica. “Desta maneira, o tema desta reunião desperta um grande interesse para os técnicos de produção da cana-de-açúcar”, ressalta.
Em uma palestra didática, o pesquisador do Programa Cana IAC, Dr Carlos Azania, mostrou a fisiologia da maturação, apresentando desde a formação da sacarose, sua translocação e o acúmulo de sacarose. “É importante ressaltar que a sacarose é produzida no campo e a usina apenas a extrai, esse foi um dos objetivos desta palestra. O outro foi mostrar a complexidade da produção de sacarose e da importância de se analisar este fato tecnicamente para ver como o maturador responde sobre a sacarose”, ensinou.
Azania abordou ainda a questão do florescimento. “Após o processo fisiológico terminado, a cana estará totalmente madura, apta a ser colhida, e caso não seja, entrará em processo de florescimento”, afirmou.
Geralmente, o florescimento ocorre entre fevereiro e abril, nas condições do Brasil, devido ao período de luz necessário, água no solo e época que chove e tem temperaturas noturnas superiores a 18 graus. “Essas condições fazem com que a gema apical da cana deixe de secretar os hormônios de crescimento e passe a fazer os hormônios de florescimento, a panícula começa a ser formada dois meses antes de ser emitida e, neste período, a sacarose é quebrada em detrimento da formação da panícula e os entrenós do ápice vão ficando secos, o que chamamos de isoporização”, disse, ressaltando que não é interessante deixar tanto tempo a cana florescida no campo. “É perda de qualidade”, assegura.
A importância da análise tecnológica para a cana-de-açúcar, o objetivo da sua realização e os conceitos envolvidos foram destacados pela Dra. Raffaella Rossetto, pesquisadora do Programa Cana IAC/APTA – Polo Regional Centro-Sul, na oportunidade.
“A análise tecnológica pode ser feita para saber a maturação da cana e se ela já está pronta para ser colhida ou para acompanhar o processo dentro da usina”, disse, explicando ainda os principais componentes tecnológicos do caldo de cana, como brix; pol; pureza; açúcares redutores; açúcares redutores totais e fibra.
De acordo com a pesquisadora, além das variáveis que são normalmente exigidas para o pagamento de cana pelo teor de sacarose, existem outras que são importantes. “Existem outras variáveis que indicam como está a qualidade da matéria-prima, como no caso do teor de amido e a presença de ácidos orgânicos”, advertiu. “O manejo da produção da matéria-prima é de fundamental importância para a obtenção de eficiências, redução e produtividades. A redução das perdas deve ser priorizada no planejamento da produção agroindustrial”, alertou a prof. Dra. Márcia Mutton, da UNESP Jaboticabal, ao apresentar a palestra “Uso de maturadorese reflexos sobre a qualidade da matéria-prima”.
Para ela, o maturador é uma ferramenta e pode ou não ser usada. “Deve-se ter responsabilidade e visar a qualidade do canavial”, disse, explicando que a qualidade ou falta dela pode ter efeitos indiretos e diretos. “Os diretos vão afetar o processo, a eficiência do setor, sendo que vários setores da produção são impactados, do agrícola até a operação final, afetando o rendimento industrial, provocando a perda de receita e aumentando o custo de produção”, elucidou.
Ao falar sobre a importância do equilíbrio nutricional na maturação da cana-de-açúcar, o prof. Dr. Carlos Alexandre Costa Crusciol, da Universidade Estadual Paulista – UNESP/FCA – Botucatu – SP, explicou que o desequilíbrio de nutrientes, mesmo quando não há deficiência, reduz a síntese e partição de sacarose. “A suplementação nutricional em pré-maturação melhora o acúmulo de sacarose e aumenta a resposta dos maturadores, potencializando-os”, afirmou.
A época de aplicação dos nutrientes em pré-maturação também deve ser levada em conta, pois é determinante para o sucesso dessa prática, informou o especialista, ressaltando ainda que a associação de pré-maturadores (complexo de nutrientes) com maturadores é melhor que a aplicação apenas de um ou de outro isoladamente, com resultados positivos em TCH, ATR, TAH e na rebrota da soqueira. “A aplicação de pré-maturadores para a colheita do segundo terço da safra pode aliviar o estresse hídrico da planta e possibilitar maior acúmulo de sacarose”, concluiu.
A programação contou ainda com apresentação de Lucas Perim, representante da DOW Agrosciences, que abordou as tecnologias da multinacional para o segmento canavieiro. Finalizando a intensa tarde de compartilhamento, o agrônomo Pedro Machado, coordenador Tratos Culturais na Usina Atena Açúcar e Álcool, mostrou o planejamento de aplicação de maturador na usina e os resultados positivos que vêm conseguindo com a prática.
Com o tema “Atualização sobre o uso de maturadores em cana-de-açúcar” a quarta reunião do Grupo Fitotécnico aconteceu no dia 18 de julho, no Centro de Cana IAC, em Ribeirão Preto-SP, e reuniu profissionais de associações, empresas e unidades produtoras de todas as regiões canavieiras. Com uma programação intensa, o evento contou com diversos painéis que abordaram a importância de se manter a qualidade dos canaviais e as ferramentas utilizadas para isso, como no caso, o maturador.
Ao dar as boas-vindas aos participantes, Marcos Guimarães de Andrade Landell, diretor do Centro de Cana IAC e do Grupo Fitotécnico, lembrou que o maturador é um dos insumos cada vez mais utilizado na canavicultura para manter ou promover a qualidade. “Por exemplo, nos novos modelos de manejo varietal que privilegia o ciclo (corte) da cultura, integrando-os aos ambientes cultivados como determinante da época de colheita, o uso de maturadores ganha mais relevância, pois a dependência de variedades precoces é bastante reduzida”, explica. “Desta maneira, o tema desta reunião desperta um grande interesse para os técnicos de produção da cana-de-açúcar”, ressalta.
Em uma palestra didática, o pesquisador do Programa Cana IAC, Dr Carlos Azania, mostrou a fisiologia da maturação, apresentando desde a formação da sacarose, sua translocação e o acúmulo de sacarose. “É importante ressaltar que a sacarose é produzida no campo e a usina apenas a extrai, esse foi um dos objetivos desta palestra. O outro foi mostrar a complexidade da produção de sacarose e da importância de se analisar este fato tecnicamente para ver como o maturador responde sobre a sacarose”, ensinou.
Azania abordou ainda a questão do florescimento. “Após o processo fisiológico terminado, a cana estará totalmente madura, apta a ser colhida, e caso não seja, entrará em processo de florescimento”, afirmou.
Geralmente, o florescimento ocorre entre fevereiro e abril, nas condições do Brasil, devido ao período de luz necessário, água no solo e época que chove e tem temperaturas noturnas superiores a 18 graus. “Essas condições fazem com que a gema apical da cana deixe de secretar os hormônios de crescimento e passe a fazer os hormônios de florescimento, a panícula começa a ser formada dois meses antes de ser emitida e, neste período, a sacarose é quebrada em detrimento da formação da panícula e os entrenós do ápice vão ficando secos, o que chamamos de isoporização”, disse, ressaltando que não é interessante deixar tanto tempo a cana florescida no campo. “É perda de qualidade”, assegura.
A importância da análise tecnológica para a cana-de-açúcar, o objetivo da sua realização e os conceitos envolvidos foram destacados pela Dra. Raffaella Rossetto, pesquisadora do Programa Cana IAC/APTA – Polo Regional Centro-Sul, na oportunidade.
“A análise tecnológica pode ser feita para saber a maturação da cana e se ela já está pronta para ser colhida ou para acompanhar o processo dentro da usina”, disse, explicando ainda os principais componentes tecnológicos do caldo de cana, como brix; pol; pureza; açúcares redutores; açúcares redutores totais e fibra.
De acordo com a pesquisadora, além das variáveis que são normalmente exigidas para o pagamento de cana pelo teor de sacarose, existem outras que são importantes. “Existem outras variáveis que indicam como está a qualidade da matéria-prima, como no caso do teor de amido e a presença de ácidos orgânicos”, advertiu. “O manejo da produção da matéria-prima é de fundamental importância para a obtenção de eficiências, redução e produtividades. A redução das perdas deve ser priorizada no planejamento da produção agroindustrial”, alertou a prof. Dra. Márcia Mutton, da UNESP Jaboticabal, ao apresentar a palestra “Uso de maturadorese reflexos sobre a qualidade da matéria-prima”.
Para ela, o maturador é uma ferramenta e pode ou não ser usada. “Deve-se ter responsabilidade e visar a qualidade do canavial”, disse, explicando que a qualidade ou falta dela pode ter efeitos indiretos e diretos. “Os diretos vão afetar o processo, a eficiência do setor, sendo que vários setores da produção são impactados, do agrícola até a operação final, afetando o rendimento industrial, provocando a perda de receita e aumentando o custo de produção”, elucidou.
Ao falar sobre a importância do equilíbrio nutricional na maturação da cana-de-açúcar, o prof. Dr. Carlos Alexandre Costa Crusciol, da Universidade Estadual Paulista – UNESP/FCA – Botucatu – SP, explicou que o desequilíbrio de nutrientes, mesmo quando não há deficiência, reduz a síntese e partição de sacarose. “A suplementação nutricional em pré-maturação melhora o acúmulo de sacarose e aumenta a resposta dos maturadores, potencializando-os”, afirmou.
A época de aplicação dos nutrientes em pré-maturação também deve ser levada em conta, pois é determinante para o sucesso dessa prática, informou o especialista, ressaltando ainda que a associação de pré-maturadores (complexo de nutrientes) com maturadores é melhor que a aplicação apenas de um ou de outro isoladamente, com resultados positivos em TCH, ATR, TAH e na rebrota da soqueira. “A aplicação de pré-maturadores para a colheita do segundo terço da safra pode aliviar o estresse hídrico da planta e possibilitar maior acúmulo de sacarose”, concluiu.
A programação contou ainda com apresentação de Lucas Perim, representante da DOW Agrosciences, que abordou as tecnologias da multinacional para o segmento canavieiro. Finalizando a intensa tarde de compartilhamento, o agrônomo Pedro Machado, coordenador Tratos Culturais na Usina Atena Açúcar e Álcool, mostrou o planejamento de aplicação de maturador na usina e os resultados positivos que vêm conseguindo com a prática.