Estudo feito pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA), da Secretaria de Agricultura de São Paulo, mostra que se aprofundou a diferença no custo de produção dos fornecedores de cana das principais regiões canavieiras do Estado de São Paulo em 2012. Em linhas gerais, o estudo revela que esse custo pode variar até 105% - entre R$ 36,22 e R$ 74 por tonelada - dependendo da região e do sistema adotado. Na primeira edição da pesquisa, em 2010, essa diferença era de 41%, com custos entre R$ 32,08 e R$ 45,42.
Uma das pesquisadoras responsáveis pelo estudo, Katia Nachiluk, explica que o aumento dos custos e a maior disparidade entre eles se devem ao fato de que as relações entre fornecedores e usinas diferem muito dentro de uma mesma região e também de uma região para outra.
Além disso, houve uma maior migração da colheita manual para a mecanizada entre esses produtores. Esse acréscimo, no entanto, ocorreu muito mais em situações em que as usinas realizam a colheita do que com os próprios fornecedores investindo em máquinas próprias. Isso porque os investimentos em maquinário são elevados.
A exceção, afirma ela, é a região de Lençóis Paulista, onde praticamente não há cana de fornecedor sendo colhida mecanicamente por usinas. "Lá, predomina o sistema de condomínios, que consiste na utilização conjunta de maquinário de colheita por um grupo de produtores", explica Kátia. Mas é lá também onde estão os maiores custos de produção do Estado.
Um fornecedor de Lençóis Paulista que usa plantio e colheita mecanizados em sistema de condomínio tem um custo de R$ 61,65 por tonelada. Se a colheita for realizada manualmente - por meio de queimada - pelo fornecedor, esse valor sobe para R$ 74,48, o maior montante observado na pesquisa.
Mas quando se considera o mesmo sistema de produção, as diferenças entre os custos são menores, explica Kátia. Conforme preços apurados em outubro de 2012, um produtor de Ribeirão Preto que fez plantio manual e teve sua área colhida por máquinas pela usina teve um custo de R$ 40,86 por tonelada.
O mesmo sistema para um produtor de Andradina custa R$ 57,66, uma diferença de 39%. "Cada região e cada fornecedor pagam um valor por insumos e têm uma negociação com a usina para a qual fornecem a matéria-prima", diz a pesquisadora.
O chamado Corte, Transbordo e Transporte (CTT) da cana é um dos maiores componentes de custo de produção de cana. O peso desse serviço no custo total de produção da cana-de-açúcar de fornecedor do Estado de São Paulo variou de 39% para 66%, dependendo do sistema usado e da região. Araraquara foi onde esse peso foi menor, de 39%. O sistema utilizado é o plantio manual, mas a colheita é feita com máquinas pela usina.
"Esse é um caso típico de efeito do relacionamento entre fornecedor e usina. O valor aproximado que a indústria cobra pelo CTT é de R$ 20,19 por tonelada em Araraquara. Em outras regiões, esse valor costuma ficar próximo de R$ 24 por tonelada", compara a pesquisadora.
Os dados do IEA foram apurados em 2011, mas os preços de insumos usados para calcular os custos foram levantados em outubro de 2012, segundo Katia. A metodologia do IEA considera, principalmente, o custo operacional total (COT), que contabiliza também juros de custeio, encargos sociais e depreciação.
Fabiana Batista
Estudo feito pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA), da Secretaria de Agricultura de São Paulo, mostra que se aprofundou a diferença no custo de produção dos fornecedores de cana das principais regiões canavieiras do Estado de São Paulo em 2012. Em linhas gerais, o estudo revela que esse custo pode variar até 105% - entre R$ 36,22 e R$ 74 por tonelada - dependendo da região e do sistema adotado. Na primeira edição da pesquisa, em 2010, essa diferença era de 41%, com custos entre R$ 32,08 e R$ 45,42.
Uma das pesquisadoras responsáveis pelo estudo, Katia Nachiluk, explica que o aumento dos custos e a maior disparidade entre eles se devem ao fato de que as relações entre fornecedores e usinas diferem muito dentro de uma mesma região e também de uma região para outra.
Além disso, houve uma maior migração da colheita manual para a mecanizada entre esses produtores. Esse acréscimo, no entanto, ocorreu muito mais em situações em que as usinas realizam a colheita do que com os próprios fornecedores investindo em máquinas próprias. Isso porque os investimentos em maquinário são elevados.
A exceção, afirma ela, é a região de Lençóis Paulista, onde praticamente não há cana de fornecedor sendo colhida mecanicamente por usinas. "Lá, predomina o sistema de condomínios, que consiste na utilização conjunta de maquinário de colheita por um grupo de produtores", explica Kátia. Mas é lá também onde estão os maiores custos de produção do Estado.
Um fornecedor de Lençóis Paulista que usa plantio e colheita mecanizados em sistema de condomínio tem um custo de R$ 61,65 por tonelada. Se a colheita for realizada manualmente - por meio de queimada - pelo fornecedor, esse valor sobe para R$ 74,48, o maior montante observado na pesquisa.
Mas quando se considera o mesmo sistema de produção, as diferenças entre os custos são menores, explica Kátia. Conforme preços apurados em outubro de 2012, um produtor de Ribeirão Preto que fez plantio manual e teve sua área colhida por máquinas pela usina teve um custo de R$ 40,86 por tonelada.
O mesmo sistema para um produtor de Andradina custa R$ 57,66, uma diferença de 39%. "Cada região e cada fornecedor pagam um valor por insumos e têm uma negociação com a usina para a qual fornecem a matéria-prima", diz a pesquisadora.
O chamado Corte, Transbordo e Transporte (CTT) da cana é um dos maiores componentes de custo de produção de cana. O peso desse serviço no custo total de produção da cana-de-açúcar de fornecedor do Estado de São Paulo variou de 39% para 66%, dependendo do sistema usado e da região. Araraquara foi onde esse peso foi menor, de 39%. O sistema utilizado é o plantio manual, mas a colheita é feita com máquinas pela usina.
"Esse é um caso típico de efeito do relacionamento entre fornecedor e usina. O valor aproximado que a indústria cobra pelo CTT é de R$ 20,19 por tonelada em Araraquara. Em outras regiões, esse valor costuma ficar próximo de R$ 24 por tonelada", compara a pesquisadora.
Os dados do IEA foram apurados em 2011, mas os preços de insumos usados para calcular os custos foram levantados em outubro de 2012, segundo Katia. A metodologia do IEA considera, principalmente, o custo operacional total (COT), que contabiliza também juros de custeio, encargos sociais e depreciação.
Fabiana Batista