No último mês de julho, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) publicou o Anuário do Setor Ferroviário, com o objetivo de consolidar e divulgar os principais dados na movimentação de carga por ferrovias durante o período de 2006 a 2016. O Anuário indicou que a movimentação de açúcar, soja e farelo de soja por via férrea apresentou um crescimento de 28,9% durante o período de 2006 a 2016. No último ano, o açúcar foi responsável pela movimentação de 14,359 milhões de toneladas, enquanto a soja e farelo de soja totalizaram 22,820 milhões de toneladas na malha ferroviária brasileira.
Thiago Guilherme Péra, coordenador do ESALQ-LOG - Grupo de Pesquisa e Extensão em Logística Agroindustrial da ESALQ/USP -Piracicaba, comentou a situação da logística ferroviária para as cargas agrícolas no país, envolvendo soja, farelo de soja, e, principalmente, o açúcar. "É interessante notarmos que no período analisado, o crescimento do transporte ferroviário de açúcar foi na ordem de 187,2% em termos absolutos, passando de 4,9 milhões para 14,359 milhões de toneladas movimentadas. Tal crescimento é bastante expressivo e decorrente dos fortes investimentos em infraestrutura pelo setor sucroenergético, principalmente em grandes regiões de produção dentro do estado de São Paulo", comenta Péra.
Apesar de números expressivos, a situação para a movimentação da soja é oposta à do açúcar, que diminuiu a movimentação ferroviária de 23,849 milhões em 2006 para 22,820 milhões de toneladas em 2016. "Houve uma retração na movimentação do transporte ferroviário desses produtos no período analisado, algo oposto do que ocorreu no sistema de produção. No mesmo período tivemos um aumento da produção passando de 78,6 milhões em 2006 para 126,4 milhões de toneladas em 2016", aponta o coordenador.
Em 2006, a movimentação ferroviária representava 30,33% da produção de soja e farelo de soja no país, enquanto em 2016 tal relação passou para 18,05%. Para o açúcar, em 2006 a relação entre movimentação ferroviária e produção no Centro-Sul brasileiro era de 19,38% e passou para 40,30%, de acordo com análises do Grupo ESALQ-LOG, com base nos dados da ANTT. "Quando analisamos a relação entre movimentação ferroviária e produção agrícola nos dois diferentes períodos, notamos que, para o setor de açúcar, tivemos uma efetiva diversificação da matriz de transporte com um crescimento ferroviário acima do crescimento da produção, algo oposto ao que tivemos para soja e farelo de soja, setor no qual a movimentação ferroviária não conseguiu acompanhar o aumento da produção ao longo do tempo."
Segundo Péra, diversificar a matriz de transporte é fundamental para aumentar a competitividade do agronegócio brasileiro. "Precisamos aumentar a oferta de transporte ferroviário, principalmente em regiões com grandes volumes de produção associados a uma alta dependência do modal rodoviário em rotas de longas distâncias. Esperamos que o crescimento da movimentação ferroviária de cargas agrícolas no país seja superior ao aumento da produção, para termos uma efetiva diversificação da matriz de transporte e possamos ganhar competitividade, trazendo maiores benefícios econômicos, ambientais e sociais para o agronegócio."
No último mês de julho, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) publicou o Anuário do Setor Ferroviário, com o objetivo de consolidar e divulgar os principais dados na movimentação de carga por ferrovias durante o período de 2006 a 2016. O Anuário indicou que a movimentação de açúcar, soja e farelo de soja por via férrea apresentou um crescimento de 28,9% durante o período de 2006 a 2016. No último ano, o açúcar foi responsável pela movimentação de 14,359 milhões de toneladas, enquanto a soja e farelo de soja totalizaram 22,820 milhões de toneladas na malha ferroviária brasileira.
Thiago Guilherme Péra, coordenador do ESALQ-LOG - Grupo de Pesquisa e Extensão em Logística Agroindustrial da ESALQ/USP -Piracicaba, comentou a situação da logística ferroviária para as cargas agrícolas no país, envolvendo soja, farelo de soja, e, principalmente, o açúcar. "É interessante notarmos que no período analisado, o crescimento do transporte ferroviário de açúcar foi na ordem de 187,2% em termos absolutos, passando de 4,9 milhões para 14,359 milhões de toneladas movimentadas. Tal crescimento é bastante expressivo e decorrente dos fortes investimentos em infraestrutura pelo setor sucroenergético, principalmente em grandes regiões de produção dentro do estado de São Paulo", comenta Péra.
Apesar de números expressivos, a situação para a movimentação da soja é oposta à do açúcar, que diminuiu a movimentação ferroviária de 23,849 milhões em 2006 para 22,820 milhões de toneladas em 2016. "Houve uma retração na movimentação do transporte ferroviário desses produtos no período analisado, algo oposto do que ocorreu no sistema de produção. No mesmo período tivemos um aumento da produção passando de 78,6 milhões em 2006 para 126,4 milhões de toneladas em 2016", aponta o coordenador.
Em 2006, a movimentação ferroviária representava 30,33% da produção de soja e farelo de soja no país, enquanto em 2016 tal relação passou para 18,05%. Para o açúcar, em 2006 a relação entre movimentação ferroviária e produção no Centro-Sul brasileiro era de 19,38% e passou para 40,30%, de acordo com análises do Grupo ESALQ-LOG, com base nos dados da ANTT. "Quando analisamos a relação entre movimentação ferroviária e produção agrícola nos dois diferentes períodos, notamos que, para o setor de açúcar, tivemos uma efetiva diversificação da matriz de transporte com um crescimento ferroviário acima do crescimento da produção, algo oposto ao que tivemos para soja e farelo de soja, setor no qual a movimentação ferroviária não conseguiu acompanhar o aumento da produção ao longo do tempo."
Segundo Péra, diversificar a matriz de transporte é fundamental para aumentar a competitividade do agronegócio brasileiro. "Precisamos aumentar a oferta de transporte ferroviário, principalmente em regiões com grandes volumes de produção associados a uma alta dependência do modal rodoviário em rotas de longas distâncias. Esperamos que o crescimento da movimentação ferroviária de cargas agrícolas no país seja superior ao aumento da produção, para termos uma efetiva diversificação da matriz de transporte e possamos ganhar competitividade, trazendo maiores benefícios econômicos, ambientais e sociais para o agronegócio."