Na crise de abastecimento de água que passa o Estado de São Paulo, as relações do homem com a natureza, suas ações e atividades econômicas e o modo de vida das pessoas sofrem um desgaste profundo com a escassez. É inevitável indagarmos quais foram as causas que levaram à situação atual, que parece longe de uma solução.
Várias são as razões e elas não ocorreram de uma hora para outra –convergiram ao longo do tempo para gerar esse cenário.
Apenas 10% da água consumida é para uso humano. Outros 20% vão para o consumo industrial e 70% para agricultura. Quando nos debruçamos sobre as causas da situação atual devemos ter isso em mente.
Os dados da safra 2013/2014 da cana-de-açúcar, segundo a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), indicam que existem 4,5 milhões de hectares de área plantada em São Paulo, o que corresponde a 18% da área total do Estado.
A produtividade média da safra foi de 82 mil kg/hectare. A quantidade de água necessária para a produção de cana-de-açúcar, portanto, é de 210 m³/t.
O índice pluviométrico médio no Estado de São Paulo nesse mesmo período foi de 1.120 milímetros. Com esses dados, chegamos à seguinte conclusão: o consumo de água na área plantada foi de 78,2 bilhões m³ e o total da chuva na área plantada foi de 50,9 bilhões m³. Com isso, sabemos que há um deficit de 27,3 bilhões m³ de água.
Toda a chuva na área plantada não foi suficiente para garantir a produtividade atingida, por isso foi necessário retirar do solo, do lençol freático, da umidade do ar, dos rios, das áreas próximas a quantidade de água consumida na safra.
Na colheita da safra de 2013/14, 780 mil hectares de cana-de-açúcar foram colhidos com a queima dos canaviais. Esse recurso exaure a umidade do solo, depredando os recursos hídricos. O consumo de água nas usinas ficou em 1,2 m³/t de cana processada. Se calcularmos a quantidade de água consumida nas usinas em São Paulo para processar a safra 2013/14, chegaremos a 440 milhões de m³ de água.
A pegada hídrica –o volume de água utilizado– para produzir um litro de etanol é de 2.100 litros, que se gasta desde a lavoura ao processamento nas usinas. Se uma família abastece seu carro com 40 litros de álcool por semana, terá usado para transporte 84,3 mil litros de água. Quem dera as pessoas da Grande São Paulo pudessem hoje fazer essa opção entre água e álcool.
Essa situação crítica foi antecipada há uma década por técnicos da área e nos planos elaborados, que apontavam para a escassez de água, na medida em que o consumo superaria a oferta. É pouco crível a atitude das autoridades de circunscrever as causas a fatores climáticos.
Não teremos uma solução mágica, mas, sim, um elenco de medidas a curto, médio e longo prazo que combinadas aumentem a oferta de água potável.
Dentre as soluções, a dessalinização da água do mar é uma alternativa de fornecimento de água potável na escala demandada. A empresa russa Rusatom, por exemplo, produz usinas nucleares flutuantes capaz de gerar energia para dessalinizar 240 mil m³ de água por dia.
Esse processo tem como grande impacto o consumo de energia. Portanto, usar uma fonte de energia que não cause impacto no sistema elétrico nacional é a saída.
Na crise de abastecimento de água que passa o Estado de São Paulo, as relações do homem com a natureza, suas ações e atividades econômicas e o modo de vida das pessoas sofrem um desgaste profundo com a escassez. É inevitável indagarmos quais foram as causas que levaram à situação atual, que parece longe de uma solução.
Várias são as razões e elas não ocorreram de uma hora para outra –convergiram ao longo do tempo para gerar esse cenário.
Apenas 10% da água consumida é para uso humano. Outros 20% vão para o consumo industrial e 70% para agricultura. Quando nos debruçamos sobre as causas da situação atual devemos ter isso em mente.
Os dados da safra 2013/2014 da cana-de-açúcar, segundo a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), indicam que existem 4,5 milhões de hectares de área plantada em São Paulo, o que corresponde a 18% da área total do Estado.
A produtividade média da safra foi de 82 mil kg/hectare. A quantidade de água necessária para a produção de cana-de-açúcar, portanto, é de 210 m³/t.
O índice pluviométrico médio no Estado de São Paulo nesse mesmo período foi de 1.120 milímetros. Com esses dados, chegamos à seguinte conclusão: o consumo de água na área plantada foi de 78,2 bilhões m³ e o total da chuva na área plantada foi de 50,9 bilhões m³. Com isso, sabemos que há um deficit de 27,3 bilhões m³ de água.
Toda a chuva na área plantada não foi suficiente para garantir a produtividade atingida, por isso foi necessário retirar do solo, do lençol freático, da umidade do ar, dos rios, das áreas próximas a quantidade de água consumida na safra.
Na colheita da safra de 2013/14, 780 mil hectares de cana-de-açúcar foram colhidos com a queima dos canaviais. Esse recurso exaure a umidade do solo, depredando os recursos hídricos. O consumo de água nas usinas ficou em 1,2 m³/t de cana processada. Se calcularmos a quantidade de água consumida nas usinas em São Paulo para processar a safra 2013/14, chegaremos a 440 milhões de m³ de água.
A pegada hídrica –o volume de água utilizado– para produzir um litro de etanol é de 2.100 litros, que se gasta desde a lavoura ao processamento nas usinas. Se uma família abastece seu carro com 40 litros de álcool por semana, terá usado para transporte 84,3 mil litros de água. Quem dera as pessoas da Grande São Paulo pudessem hoje fazer essa opção entre água e álcool.
Essa situação crítica foi antecipada há uma década por técnicos da área e nos planos elaborados, que apontavam para a escassez de água, na medida em que o consumo superaria a oferta. É pouco crível a atitude das autoridades de circunscrever as causas a fatores climáticos.
Não teremos uma solução mágica, mas, sim, um elenco de medidas a curto, médio e longo prazo que combinadas aumentem a oferta de água potável.
Dentre as soluções, a dessalinização da água do mar é uma alternativa de fornecimento de água potável na escala demandada. A empresa russa Rusatom, por exemplo, produz usinas nucleares flutuantes capaz de gerar energia para dessalinizar 240 mil m³ de água por dia.
Esse processo tem como grande impacto o consumo de energia. Portanto, usar uma fonte de energia que não cause impacto no sistema elétrico nacional é a saída.