O combustível desta jornada sempre foi a paixão pelo que faço. Muitos sorrisos e boas lembranças fazem parte desta história que venho traçando há 46 anos na Copercana. Quando olho para trás reconheço com gratidão o apoio de todos que passaram e até hoje permanecem em minha vida”. Essas palavras são apenas um trechinho do que o homenageado desse “Histórias que fazem a nossa história”, Luís Antônio Bisson – o Formigão como carinhosamente é chamado, tem para nos contar. Luís Antônio Bisson nasceu em Sertãozinho-SP no dia 20 de abril de 1963, na Santa Casa de Misericórdia. Os pais, o sitiante Alberto Bisson (in memoriam) e a dona de casa Catharina Castanheira Bisson (in memoriam) lhe deram como irmãos Márcia Aparecida Bisson, Fátima Aparecida Bisson e José Alberto Bisson. Formigão é o caçula.
Para manter a família, o pai trabalhava no sítio do avô paterno Antônio Bisson (in memoriam) localizado próximo ao antigo matadouro onde a família morou por muitos anos e seus irmãos foram criados. Com o passar dos anos os pais se mudaram para a cidade. A casa ficava na Rua Elpídio Gomes entre o centro e o bairro Shangrila, e Formigão cresceu neste endereço. Seu pai passou a trabalhar no armazém de um primo entregando compras e depois de certo tempo foi chamado para trabalhar na gerência do Posto de Combustíveis da Copercana.
Infância
“Naquela época não tinha dificuldade, os pais tinham muitos filhos, mas se criava muito bem, davam conta com o pouco e nos contentávamos com o que tínhamos. Lembro-me que éramos bem unidos e aos domingos tinha a tradicional macarronada. Porém, com o passar do tempo os irmãos foram se casando, as coisas foram Formigão com os irmãos - da esquerda para a direita, Fátima Bisson Blanchardi; Márcia Ap. Bisson Lopes e José Alberto Bisson mudando e tomando outros rumos”.
As amizades também marcaram sua infância. “Tenho boas lembranças das amizades. Minha infância foi de muitos amigos, éramos companheiros e não havia espaços para a maldade, era só diversão e cumplicidade”.
Estudos
Formigão trilhou seus estudos nas escolas públicas “Prof. Anacleto Cruz”, “Prof. Raul do Prado Vianna” e “Dr. Antônio Furlan Júnior”. “Eu gostava de estudar, nunca fui de dar trabalho na escola e fiz até o terceiro grau”
Primeiro emprego
Para muitas pessoas, começar a trabalhar cedo é uma necessidade e a única opção. Mas para Formigão, foi uma forma que seu pai encontrou para dar a ele uma responsabilidade. Então, aos 11 anos de idade seu pai lhe arrumou um emprego em uma oficina de implementos agrícolas, a Décio Rosa Implementos Agrícolas, que funcionava na Rua Sebastião Sampaio. “Meu pai conversou com o senhor Décio Rosa (in memoriam) para eu ficar na oficina e assim sair da rua porque eu só jogava bola e fazia arte e ele permitiu. Lá aprendi a trabalhar no escritório, eu fazia pagamento para os funcionários que eram em torno de oito. O senhor Décio me dava o dinheiro e eu colocava no envelope com os nomes de cada um. Aprendi também a mexer no cartão de ponto, fazia tudo certinho. Quando não tinha nada para fazer no escritório o pessoal da oficina me ensinava a montar implementos agrícolas e às vezes eu ia de bicicleta comprar materiais pequenos para a oficina”.
Mas pensa que Formigão ia e voltava rapidinho? Que nada, no caminho ele sempre encontrava um campinho de futebol e parava para jogar uma partida. “Eu via molecada jogando bola e acabava parando para jogar também. Eu chegava ao trabalho todo suado, mas ninguém falava nada”.
Em seu primeiro mês de trabalho na oficina, Formigão reparou que todos haviam recebido o salário e o dele nada. Ele chegou a pensar que o patrão havia se esquecido, mas ficou quieto. No segundo mês também não estava lá e foi aí que resolveu perguntar. “Eu estava impaciente com o fato de estar trabalhando por dois meses e o meu salário não chegava, então falei para o senhor Décio que ele havia
se esquecido de me pagar, mas ele me disse que não havia se esquecido. Ele não me pagava porque meu pai havia pedido para me deixar lá ajudando e aprendendo porque eu ficava fazendo arte na rua, então eu não teria um salário. Fiquei muito bravo e disse ao meu pai que não iria ficar mais trabalhando de graça”.
Mesmo não recebendo um salário como queria, Formigão hoje reconhece que ganhou muito mais, pois aprendeu no escritório e até mesmo na oficina, e o mais importante segundo ele, aprendeu a ter respeito e responsabilidade. “Mesmo quando eu saia e parava no campinho para brincar, eu sabia que eu tinha minha responsabilidade. A peça que eu saia para buscar seria inserida num produto que já estava encomendado por um cliente e eu tinha que levar certinho”.
Sua entrada na Copercana
O crescimento profissional é uma construção que une objetivos e aperfeiçoamento e seguindo esse pensamento, seu pai, Alberto Bisson (in memoriam) lhe arrumou um emprego na Copercana. Aos 13 anos de idade, Formigão passou então a trabalhar na mesma empresa que seu pai.
“No dia 1º de junho de 1976 (há 46 anos), fui registrado na Copercana. Entrei como auxiliar no Laboratório de Química que funcionava onde hoje é o departamento de Compras. Lá aprendi com os químicos Francisco Acorsini e Beth Verri, a preparar análises de solo e de adubo. Com o passar do tempo o Leonídio Petean integrou a equipe e implementou o laboratório de sacarose. Eu me lembro que ia com o Leonídio na Usina Santa Elisa onde fazíamos amostras de bagaço de cana no local e à tarde levávamos para o laboratório na Copercana para fazer a análise de sacarose”.
Em dado momento foi preciso um controle maior do que entrava e saia no barracão de defensivos agrícolas na Unidade de Grãos e o Antônio Roberto Verri (in memoriam), que era o responsável naquela época, solicitou que o Formigão tomasse conta daquela área. “Antigamente não tinha computador, era na ficha e eu anotava tudo o que entrava e saia. Trabalhei no barracão de defensivos por alguns anos. Depois disso, passei a ser fiel depositário e acompanhava o oficial de justiça para propor busca, apreensão e fazer remoção. Com o passar dos anos, iniciei os trabalhos no departamento financeiro onde estou até hoje como assistente de contas a receber”.
De onde surgiu o apelido Formigão?
O apelido nasceu dentro da Copercana, mais precisamente no Laboratório de Química. Na parte debaixo do departamento havia uma estufa aonde a terra que vinha dos cooperados era colocada para secar. Após esse processo, Formigão peneirava esse material, fazia as amostras e subia para o laboratório para realizar a análise. “Um belo dia eu estava carregando essas terras para levantar na estufa e os diretores, Fernandes dos Reis (in memoriam), Toninho Tonielo, Manoel Carlos de Azevedo Ortolan (in memoriam) e Décio Rosa (in memoriam) estavam visitando os departamentos. O senhor Fernando me viu com as terras nas mãos e disse: ‘parece um formigão carregando terra para cima e para baixo’. A partir daí o pessoal que ouviu achou engraçado e começou a me chamar de Formigão. O apelido pegou”.
Desenvolvimento
“A Copercana cresceu muito, graças a Deus. Quando entrei para trabalhar na cooperativa éramos em 30 funcionários. Hoje são várias filiais, a Unidade de Grãos passou por uma evolução e a Copercana tem uma distribuidora de combustíveis e supermercados espalhados por algumas cidades da nossa região. Esse desenvolvimento é encantador e é graças aos diretores que estão sempre atentos e que têm uma visão ampla para ter essa continuidade”.
Casamento e família
Foi em uma das saídas do trabalho que Formigão viu sua esposa Rosana Cristina Marioto Bisson e se apaixonou. “Quando eu trabalhava na Unidade Grãos eu saía para comprar produtos porque não era como hoje que temos um Centro de Distribuição, um Almoxarifado.
E foi em umas dessas idas ao centro que vi a minha esposa. Ela trabalhava como vendedora numa loja de roupas. Eu achei ela muito bonita e comentei com uma amiga em comum que acabou nos apresentando e começamos a namorar. Namoramos por sete anos e nos casamos em 09 de abril de 1994. Na época casamos no civil e passamos a lua de mel na cidade de Poços de Caldas. Alguns anos depois o padre Sérgio Carmona nos casou na igreja em uma cerimônia apenas para os meus pais e para os pais da minha esposa. Saindo da igreja fomos viajar e a nossa segunda lua de mel foi em Escarpas do Lago - MG”.
Quando fala de família se enche de alegria. “Minha esposa é minha parceira, e graças a Deus temos um ótimo relacionamento. O alicerce de tudo é a família, eu perdi meus pais há uns três anos. Eles sempre foram um exemplo de casal para mim, conviveram cerca de 70 anos juntos e tiveram uma bela união, foram para mim um ótimo exemplo”.
Depois de 10 anos de casados tiveram a primeira e única filha, Larissa Marioto Bisson, que hoje está com 18 anos de idade e cursa Direito na Unaerp. “A Larissa veio para alegrar ainda mais as nossas vidas e significa tudo para mim. Quando nasceu foi a minha maior alegria, ela foi muito esperada”.
Apaixonado por pet
Além de pai da Larissa, Formigão é pai do Ted. “Sempre tive cachorros porque gosto muito. Todos os dias quando chego em casa tenho que dar uma voltinha com ele que fica esperando por esse momento. É meu filho de quatro patas e eu o amo”.
Esporte
Na juventude, aos 19 anos, Formigão jogou hóquei pelo Vale do Sol e pelo Sertãozinho Hóquei Clube. Os treinos naquela época aconteciam no Clube Literário Sertanezino e um dia ele foi convidado a conhecer o esporte. “Logo que cheguei ao clube fui falar com o Haroldo Pércio Requena (in memoriam) que de imediato me entregou um par de patins e disse para eu começar a patinar. Eu assustei porque pra mim era difícil andar com tênis, imagina sair patinando? Mas fui aprendendo, tomei gosto e virou uma paixão”.
“Com o passar dos anos começou a chegar um pessoal mais novo para jogar e a idade foi pesando para mim e parei. Mas assim como eu, muitos da minha época carregam o hóquei no coração e mesmo com a idade já avançada, resolvemos fundar os Veteranos Hóquei Clube porque essa paixão ainda tinha que continuar - joguei pelo Veteranos por alguns anos até decidir parar de vez. Vivi momentos muito felizes com o hóquei”.
Time do coração
“Meu time do coração é a seleção”, foi o que Formigão respondeu quando questionado sobre o seu time favorito, e essa ‘seleção’ que ele se referiu foi a Sociedade Esportiva Palmeiras, mas de pronto adiantou que não é um torcedor fanático. “Sou palmeirense em virtude dos amigos, tinham muitos que eram palmeirenses e passei a ter um carinho pelo time, porém não sofro por futebol. Só assisto uns minutinhos, vejo alguns lances e troco o canal”.
Agradecimento
“Eu gostaria de agradecer a Copercana por ter me acolhido há 46 anos. Agradecer o senhor Antônio Eduardo Tonielo; o Francisco César Urenha; o Giovanni Bartoletti Rossanez, o Augusto César Strini Paixão, o Márcio Fernando Meloni, todos os funcionários que são amigos de trabalho em todos os departamentos da Copercana e inclusive os cooperados. Temos a nossa família de sangue e a Copercana é a segunda família - a segunda casa, é onde passo mais tempo. Só tenho lembranças boas, plantei e cultivo boas amizades aqui dentro e só tenho gratidão".