Desde que foi criada em 1987, por Jardel Massari e Norival Bonamichi, dois amigos de infância, com o objetivo de distribuir insumos veterinários, a Ourofino vem com um legado que a posiciona como referência em uma indústria acirrada como a farmacêutica, como também nas indicações de melhores empresas para se trabalhar no Brasil, inspirando tradição e qualidade de seus produtos. De um barracão de fundo de quintal, hoje a empresa, que recebeu o nome da cidade que era distrito de Confidente- MG, onde os amigos nasceram, e que ficou famosa pela música de Sérgio Reis, “O Menino da Porteira”, possui uma grande estrutura em Cravinhos-SP, sendo a terceira companhia do Brasil e uma das 20 maiores do mundo no segmento de saúde animal, tendo presença em 30 países. Do Trissulfin, a primeira solução de fabricação própria, até os dias atuais, a empresa tem no seu portfólio mais de 120 produtos.
“A abertura da Ourofino Agrociência em 2010 foi uma oportunidade para manter o ritmo de crescimento, já que existe uma sinergia entre o segmento animal e agricultura”, explicou Massari.
Segundo o executivo, o processo de expansão começou há sete anos com uma parceria com o BNDES PAR para alavancar dois novos projetos: o primeiro voltado para a indústria de febre aftosa e o segundo para a implantação de uma fábrica de defensivos agrícolas, em Uberaba-MG.
Assim nascia a Ourofino Agrociência, uma empresa 100% brasileira fabricante de defensivos agrícolas, com a instalação de uma planta, considerada a mais moderna da América Latina neste segmento, em Uberaba – MG, que recebeu investimentos de aproximadamente US$ 100 milhões.
Em outubro de 2014, ocorreu uma restruturação no Grupo Ourofino: a Saúde Animal abriu capital passando a ser uma SA (Sociedade Anônima), oferecendo suas ações na bolsa.
Com esse novo perfil, as empresas se separaram, já que se encontravam em maturidades diferentes. A Ourofino Saúde Animal passou a ter acionistas como fundos de pensão, além dos antigos donos, Jardel Massari e Norival Bonamichi. Já a Ourofino Agrociência, empresa de capital fechado, continuou sob a tutela dos fundadores do Grupo e mudou sua sede para Ribeirão Preto-SP.
“Temos a mesma origem, mas cada empresa tem sua própria história”, explicou Jurandir Paccini Neto, presidente da Ourofino Agrociência, ressaltando que a companhia completou, em setembro deste ano, cinco anos de atuação com motivos para comemorar.
“São quarenta mil metros quadrados de área construída, em uma área total de 250 mil m², com equipamentos modernos e ambiente automatizado, com capacidade de produção de 100 milhões de litros por ano, 17 soluções em seu portfólio, tem um Centro de Pesquisa Agronômica certificado pelo Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), em Guatapará (SP). É uma fazenda experimental onde são testadas e desenvolvidas as soluções da Ourofino que posteriormente estarão no campo atendendo, com eficiência, às necessidades de clientes em todo o Brasil, além de um escritório de negócios em Xangai, na China, para relacionamento com fornecedores de matérias-primas”, elucidou o executivo, contanto que atualmente contam com 315 colaboradores.
“Somos uma empresa jovem, mas com profissionais experientes. A Ourofino Agrociência tem um knowhow de pessoas que estão há anos no mercado, que sabem o que estão fazendo. Tudo isso aliado à visão de negócios dos senhores Norival e Jardel, que sabem como ninguém levar uma empresa ao sucesso”, afirmou o Paccini Neto.
De acordo com o executivo, para 2015, a previsão é atingir faturamento total de R$ 500 milhões, o que representa 35% acima ao do ano passado. Já a meta para os próximos cinco anos é alcançar 5% de market share com a obtenção do registro de mais 32 produtos.
“Nossa perspectiva é crescer R$ 100 milhões por ano”, ressalta Everton Molina Campos, gerente de Marketing & Inteligência Corporativa da empresa.
Comemoração dos cinco anos foi marcada por visita da imprensa às sedes das empresas em Ribeirão Preto e Cravinhos e à fábrica em MG
Para mostrar os avanços conquistados ao longo dos últimos anos, a empresa organizou um evento para jornalistas com visitas às suas instalações. Coube ao diretor de Operações Industriais da companhia, Jair Sunega, acompanhar a imprensa pela fábrica em Uberaba-MG.
“A partir de um SGI (Sistema de Gestão Integrada), conquistamos todas as certificações que garantem alta confiabilidade nos processos, como em BPL (Boas Práticas de Laboratórios) para estudos de resíduos em vegetais, pelo Inmetro; além dos ISOs 9001 (garantia da qualidade) e 14001 (meio ambiente) e OHSAS 18001 (segurança)”, diz ele, explicando que o portfólio da empresa se divide em herbicidas, fungicidas e inseticidas para as principais culturas do Brasil, como soja, milho, cana-de--açúcar, algodão, entre outras.
“É uma das maiores plantas do segmento no Brasil em capacidade de produção, temos condições de produzir 10% da capacidade do mercado brasileiro, que é de aproximadamente um bilhão de litros. Estamos produzindo neste momento em torno de 35 milhões de litros, embora nossa capacidade seja de 100 milhões de litros por ano”, afirmou Sunega, contanto que já estão em processo de expansão com a construção de um novo galpão para armazenagens de defensivos.
Além dos produtos da marca Ourofino (60%), a fábrica produz produtos de terceiros. “A planta já nasceu com o conceito de prestar serviços a outras empresas e isso de fato aconteceu e é motivo de orgulho para nós porque é uma planta muito nova e as empresas são extremamente exigentes, do ponto de vista de terceirizar a produção dos seus produtos”.
Burocracia para a liberação de novos produtos e falta de isonomia regulatória
Mas nem tudo são flores. De acordo com o presidente da Agrociência, alguns percalços como o burocrático sistema regulatório na área agrícola são gargalos a serem superados. “O registro do produto tem que passar por três órgãos MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), do Ministério da Saúde e demora, às vezes, quase 10 anos para sair, o que atrapalha os investimentos no país”, diz, contando que o registro de cada novo produto custa em torno de R$ 1,5 milhão.
Outra queixa do empresário é referente à legislação de 2004, que permite importar produtos prontos pagando menos imposto do que a importação da matéria-prima. “Há falta de isonomia regulatória e uma situação tributária que, no mínimo, permite trazer um produto de fora basicamente no mesmo custo que produzir aqui no Brasil. Além disso, não existe nenhum regulamento para a importação, então os produtos entram no país sem atender a uma série de determinações rigorosas da legislação nacional a qual temos que nos submeter”, reclama ele, afirmando que, devido a isso, as indústrias de produção de defensivos agrícolas não ampliaram sua capacidade no Brasil e o volume movimentado, que em 2014 chegou a US$12,249 bilhões, segundo o SINDIVEG (Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal), poderia ser mais expressivo.
“Existe preconceito contra os defensivos, alegam que é veneno, mas eles são como um medicamento, que você não pode tomar em excesso. No caso dos defensivos, o uso de maneira consciente, com produtos cada vez mais elaborados e menos tóxicos é necessário, pois não existe produção de alimento no mundo se não houver defensivo”, constata Massari, ressaltando que a demanda por comida aumentará nos próximos anos com a taxa de população em crescimento.
Segundo o executivo, o Brasil e os EUA são os primeiros no consumo de volume absoluto de defensivos agrícolas, mas fica com o sexto lugar em litro ou quilo por hectare, ficando bem atrás de outros países como do Japão, onde a dosagem é 20 vezes a usada em terras brasileiras e da França, que utiliza seis vezes mais do que aqui.
Setor canavieiro representa segundo faturamento da Ourofino Agrociência
Mesmo em crise, o setor sucroenergético representa o maior market share da Ourofino Agrociência, sendo o segundo faturamento da empresa, diz o seu presidente. De acordo com ele, 9 dos 17 produtos do portfólio da companhia são voltados para a cana--de-açúcar. “Ainda faltam um herbicida para a época de seca, mais um inseticida e reguladores de crescimento, mas todos estão contemplados nos nossos investimentos futuros”, afirmou ele, se referindo aos 32 novos produtos que aguardam liberação para serem comercializados.
“O setor se estagnou e o acesso ao crédito se tornou muito mais difícil. Portanto, precisamos ter um custo competitivo devido ao momento que o segmento vive”, disse.
Paccini Neto comentou ainda que, no ano passado, a empresa realizou um encontro específico para o setor, chamado AgroEncontro, com a participação de profissionais, lideranças, pesquisadores, empresas e instituições, como o IAC (Instituto Agronômico de Campinas), RIDESA e CTC (Centro de Tecnologia Canavieira). O dia de campo serviu para apresentar sua linha de produtos voltados para melhorar a produtividade da cana-de-açúcar, como o DemolidorBR, FortalezaBR e CoronelBR, utilizados para ervas daninhas, e DiamanteBR e SingularBR, soluções para insetos.
Desde que foi criada em 1987, por Jardel Massari e Norival Bonamichi, dois amigos de infância, com o objetivo de distribuir insumos veterinários, a Ourofino vem com um legado que a posiciona como referência em uma indústria acirrada como a farmacêutica, como também nas indicações de melhores empresas para se trabalhar no Brasil, inspirando tradição e qualidade de seus produtos. De um barracão de fundo de quintal, hoje a empresa, que recebeu o nome da cidade que era distrito de Confidente- MG, onde os amigos nasceram, e que ficou famosa pela música de Sérgio Reis, “O Menino da Porteira”, possui uma grande estrutura em Cravinhos-SP, sendo a terceira companhia do Brasil e uma das 20 maiores do mundo no segmento de saúde animal, tendo presença em 30 países. Do Trissulfin, a primeira solução de fabricação própria, até os dias atuais, a empresa tem no seu portfólio mais de 120 produtos.
“A abertura da Ourofino Agrociência em 2010 foi uma oportunidade para manter o ritmo de crescimento, já que existe uma sinergia entre o segmento animal e agricultura”, explicou Massari.
Segundo o executivo, o processo de expansão começou há sete anos com uma parceria com o BNDES PAR para alavancar dois novos projetos: o primeiro voltado para a indústria de febre aftosa e o segundo para a implantação de uma fábrica de defensivos agrícolas, em Uberaba-MG.
Assim nascia a Ourofino Agrociência, uma empresa 100% brasileira fabricante de defensivos agrícolas, com a instalação de uma planta, considerada a mais moderna da América Latina neste segmento, em Uberaba – MG, que recebeu investimentos de aproximadamente US$ 100 milhões.
Em outubro de 2014, ocorreu uma restruturação no Grupo Ourofino: a Saúde Animal abriu capital passando a ser uma SA (Sociedade Anônima), oferecendo suas ações na bolsa.
Com esse novo perfil, as empresas se separaram, já que se encontravam em maturidades diferentes. A Ourofino Saúde Animal passou a ter acionistas como fundos de pensão, além dos antigos donos, Jardel Massari e Norival Bonamichi. Já a Ourofino Agrociência, empresa de capital fechado, continuou sob a tutela dos fundadores do Grupo e mudou sua sede para Ribeirão Preto-SP.
“Temos a mesma origem, mas cada empresa tem sua própria história”, explicou Jurandir Paccini Neto, presidente da Ourofino Agrociência, ressaltando que a companhia completou, em setembro deste ano, cinco anos de atuação com motivos para comemorar.
“São quarenta mil metros quadrados de área construída, em uma área total de 250 mil m², com equipamentos modernos e ambiente automatizado, com capacidade de produção de 100 milhões de litros por ano, 17 soluções em seu portfólio, tem um Centro de Pesquisa Agronômica certificado pelo Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), em Guatapará (SP). É uma fazenda experimental onde são testadas e desenvolvidas as soluções da Ourofino que posteriormente estarão no campo atendendo, com eficiência, às necessidades de clientes em todo o Brasil, além de um escritório de negócios em Xangai, na China, para relacionamento com fornecedores de matérias-primas”, elucidou o executivo, contanto que atualmente contam com 315 colaboradores.
“Somos uma empresa jovem, mas com profissionais experientes. A Ourofino Agrociência tem um knowhow de pessoas que estão há anos no mercado, que sabem o que estão fazendo. Tudo isso aliado à visão de negócios dos senhores Norival e Jardel, que sabem como ninguém levar uma empresa ao sucesso”, afirmou o Paccini Neto.
De acordo com o executivo, para 2015, a previsão é atingir faturamento total de R$ 500 milhões, o que representa 35% acima ao do ano passado. Já a meta para os próximos cinco anos é alcançar 5% de market share com a obtenção do registro de mais 32 produtos.
“Nossa perspectiva é crescer R$ 100 milhões por ano”, ressalta Everton Molina Campos, gerente de Marketing & Inteligência Corporativa da empresa.
Comemoração dos cinco anos foi marcada por visita da imprensa às sedes das empresas em Ribeirão Preto e Cravinhos e à fábrica em MG
Para mostrar os avanços conquistados ao longo dos últimos anos, a empresa organizou um evento para jornalistas com visitas às suas instalações. Coube ao diretor de Operações Industriais da companhia, Jair Sunega, acompanhar a imprensa pela fábrica em Uberaba-MG.
“A partir de um SGI (Sistema de Gestão Integrada), conquistamos todas as certificações que garantem alta confiabilidade nos processos, como em BPL (Boas Práticas de Laboratórios) para estudos de resíduos em vegetais, pelo Inmetro; além dos ISOs 9001 (garantia da qualidade) e 14001 (meio ambiente) e OHSAS 18001 (segurança)”, diz ele, explicando que o portfólio da empresa se divide em herbicidas, fungicidas e inseticidas para as principais culturas do Brasil, como soja, milho, cana-de--açúcar, algodão, entre outras.
“É uma das maiores plantas do segmento no Brasil em capacidade de produção, temos condições de produzir 10% da capacidade do mercado brasileiro, que é de aproximadamente um bilhão de litros. Estamos produzindo neste momento em torno de 35 milhões de litros, embora nossa capacidade seja de 100 milhões de litros por ano”, afirmou Sunega, contanto que já estão em processo de expansão com a construção de um novo galpão para armazenagens de defensivos.
Além dos produtos da marca Ourofino (60%), a fábrica produz produtos de terceiros. “A planta já nasceu com o conceito de prestar serviços a outras empresas e isso de fato aconteceu e é motivo de orgulho para nós porque é uma planta muito nova e as empresas são extremamente exigentes, do ponto de vista de terceirizar a produção dos seus produtos”.
Burocracia para a liberação de novos produtos e falta de isonomia regulatória
Mas nem tudo são flores. De acordo com o presidente da Agrociência, alguns percalços como o burocrático sistema regulatório na área agrícola são gargalos a serem superados. “O registro do produto tem que passar por três órgãos MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), do Ministério da Saúde e demora, às vezes, quase 10 anos para sair, o que atrapalha os investimentos no país”, diz, contando que o registro de cada novo produto custa em torno de R$ 1,5 milhão.
Outra queixa do empresário é referente à legislação de 2004, que permite importar produtos prontos pagando menos imposto do que a importação da matéria-prima. “Há falta de isonomia regulatória e uma situação tributária que, no mínimo, permite trazer um produto de fora basicamente no mesmo custo que produzir aqui no Brasil. Além disso, não existe nenhum regulamento para a importação, então os produtos entram no país sem atender a uma série de determinações rigorosas da legislação nacional a qual temos que nos submeter”, reclama ele, afirmando que, devido a isso, as indústrias de produção de defensivos agrícolas não ampliaram sua capacidade no Brasil e o volume movimentado, que em 2014 chegou a US$12,249 bilhões, segundo o SINDIVEG (Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal), poderia ser mais expressivo.
“Existe preconceito contra os defensivos, alegam que é veneno, mas eles são como um medicamento, que você não pode tomar em excesso. No caso dos defensivos, o uso de maneira consciente, com produtos cada vez mais elaborados e menos tóxicos é necessário, pois não existe produção de alimento no mundo se não houver defensivo”, constata Massari, ressaltando que a demanda por comida aumentará nos próximos anos com a taxa de população em crescimento.
Segundo o executivo, o Brasil e os EUA são os primeiros no consumo de volume absoluto de defensivos agrícolas, mas fica com o sexto lugar em litro ou quilo por hectare, ficando bem atrás de outros países como do Japão, onde a dosagem é 20 vezes a usada em terras brasileiras e da França, que utiliza seis vezes mais do que aqui.
Setor canavieiro representa segundo faturamento da Ourofino Agrociência
Mesmo em crise, o setor sucroenergético representa o maior market share da Ourofino Agrociência, sendo o segundo faturamento da empresa, diz o seu presidente. De acordo com ele, 9 dos 17 produtos do portfólio da companhia são voltados para a cana--de-açúcar. “Ainda faltam um herbicida para a época de seca, mais um inseticida e reguladores de crescimento, mas todos estão contemplados nos nossos investimentos futuros”, afirmou ele, se referindo aos 32 novos produtos que aguardam liberação para serem comercializados.
“O setor se estagnou e o acesso ao crédito se tornou muito mais difícil. Portanto, precisamos ter um custo competitivo devido ao momento que o segmento vive”, disse.
Paccini Neto comentou ainda que, no ano passado, a empresa realizou um encontro específico para o setor, chamado AgroEncontro, com a participação de profissionais, lideranças, pesquisadores, empresas e instituições, como o IAC (Instituto Agronômico de Campinas), RIDESA e CTC (Centro de Tecnologia Canavieira). O dia de campo serviu para apresentar sua linha de produtos voltados para melhorar a produtividade da cana-de-açúcar, como o DemolidorBR, FortalezaBR e CoronelBR, utilizados para ervas daninhas, e DiamanteBR e SingularBR, soluções para insetos.