Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal da Grande Dourados indicou a dissertação “Dinâmicas territoriais: uso das terras da bacia hidrográfica do Rio Brilhante – MS, a expansão da cana-de-açúcar”, defendida em 2016 pela pesquisadora Patricia Silva Ferreira, ao prêmio Aziz Nacib AbSaber (Geografia Física).
O prêmio é concedido pela Diretoria da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Geografia (ANPEGE). Aziz Nacib Ab’Saber, natural do município paulista de São Luiz do Paraitinga, foi um dos mais importantes geógrafos brasileiros, destacando-se como referência em assuntos relacionados ao meio ambiente e impactos ambientais decorrentes das atividades humanas.
A pesquisa de Patricia foi desenvolvida no Laboratório de Geografia Física (LGF/UFGD), coordenado pelo professor Prof. Dr. Charlei Aparecido da Silva, também orientador da dissertação. O objetivo do projeto foi mapear as áreas de expansão da cana-de-açúcar a partir da associação de ferramentas e técnicas de geoprocessamento com trabalho de campo, tendo a bacia hidrográfica do Rio Brilhante como unidade territorial de análise.
“Buscamos avaliar a evolução da área plantada com cana-de-açúcar estabelecendo dois cenários: o primeiro em 2001 que é quando a atividade canavieira começa a se consolidar de fato na região centro-sul do Estado e em 2015 com uma perspectiva mais atual em que todos os municípios que compõem a bacia possuem plantio de cana-de-açúcar”, explica Patricia.
Segundo a pesquisadora, a bacia do Rio Brilhante possui localização estratégica por estar situada na região centro-sul do Estado, próxima a Campo Grande, e abranger parte do território de Dourados, que é considerado o principal polo industrial, comercial e de serviços da região. “Observa-se enquanto logística, acesso aos principais mercados nacionais e internacionais, o que garante escoamento rápido, ainda que com fragilidades da produção agrícola dessa porção do Estado do Mato Grosso do Sul, isso é importante destacar”.
A área apresenta potencial para intensificação da atividade sucroenergética por estar em uma rota de expansão, motivada principalmente pelas condições físicas favoráveis dessa bacia hidrográfica, que se constitui por um relevo plano e de pouca declividade, associado à presença de solos férteis e de baixa susceptibilidade à erosão pelo escoamento superficial da água.
Foi constatado que em um cenário anterior à expansão da cana-de-açúcar a região onde está localizada a bacia hidrográfica do Rio Brilhante já revelava diversas formas de uso e ocupação das terras sem dispor de critérios e de instrumentos que possibilitassem ordenar e assegurar a manutenção dos serviços ambientais dessa área.
“Esta condição é alarmante porque a região passou por um rápido crescimento econômico em um curto período de tempo, transformando-se, recentemente em um novo polo de produção de açúcar e álcool. Isso porque, a bacia está situada em uma região de ligação entre a parte mais consolidada economicamente do Estado, delineada pelo eixo Campo Grande-Dourados-Maracaju”, ressalta. “Nesse sentido, projeta-se o avanço do uso e ocupação territorial da bacia hidrográfica pela cultura da cana-de-açúcar, expansão prevista e regulamentada por lei.
Sugere-se, entretanto, um maior cuidado, no que tange a fragilidade do processo de planejamento das áreas já ocupadas e das áreas em expansão, evitando o comprometimento do equilíbrio ambiental na bacia do rio”, destaca Patrícia. Conhecimento aplicado - Foi elaborado um banco de dados sequencialmente georreferenciado, que, após empregadas as devidas técnicas de sensoriamento remoto, resultaram em um projeto cartográfico orientado em um modelo de classes de fragilidade, diagnosticando os efeitos da expansão da atividade econômica da cana-de-açúcar na bacia estudada.
O estudo indica ainda que os níveis de fragilidade diagnosticados indicam que nesse território observa-se atualmente um nível de desequilíbrio ambiental que pode ser temporário ou permanente, o que pode ocasionar a diminuição da produção da cana-de-açúcar e de outras culturas no médio prazo, o que contribuiria severamente em prejuízo da economia regional afetando a população residente nessas áreas com relação aos aspectos de qualidade de vida e oferta de serviços ambientais básicos.
As recomendações têm o intuito de sugerir a implementação de um modelo de uso e ocupação sustentável, alinhado aos acordos de cooperação ambientais vigentes e protocolos de mudanças climáticas. “O trabalho orientou-se pela premissa que o planejamento ambiental, pode e deve organizar a distribuição espacial da expansão da cana-de-açúcar a partir do cenário atual, contudo, precavendo-se dos potenciais danos socioeconômicos e ambientais identificados”, finaliza a pesquisadora.
Laboratório de Geografia Física (LGF/UFGD) - O Laboratório de Geografia Física (LGF/UFGD) conta com professores, pesquisadores, alunos do Programa de Pós-Graduação em Geografia (PPGG) e do curso de graduação em Geografia da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), desenvolvendo pesquisas ligadas às áreas de climatologia, análise da paisagem, turismo de natureza, gestão do território e outros temas.
Os trabalhos que são desenvolvidos no laboratório estão atrelados à linha de pesquisa de políticas públicas, dinâmicas produtivas e da natureza e possuem caráter prático de aplicação, o que contribui para o fortalecimento da pesquisa no Estado.
Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal da Grande Dourados indicou a dissertação “Dinâmicas territoriais: uso das terras da bacia hidrográfica do Rio Brilhante – MS, a expansão da cana-de-açúcar”, defendida em 2016 pela pesquisadora Patricia Silva Ferreira, ao prêmio Aziz Nacib AbSaber (Geografia Física).
O prêmio é concedido pela Diretoria da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Geografia (ANPEGE). Aziz Nacib Ab’Saber, natural do município paulista de São Luiz do Paraitinga, foi um dos mais importantes geógrafos brasileiros, destacando-se como referência em assuntos relacionados ao meio ambiente e impactos ambientais decorrentes das atividades humanas.
A pesquisa de Patricia foi desenvolvida no Laboratório de Geografia Física (LGF/UFGD), coordenado pelo professor Prof. Dr. Charlei Aparecido da Silva, também orientador da dissertação. O objetivo do projeto foi mapear as áreas de expansão da cana-de-açúcar a partir da associação de ferramentas e técnicas de geoprocessamento com trabalho de campo, tendo a bacia hidrográfica do Rio Brilhante como unidade territorial de análise.
“Buscamos avaliar a evolução da área plantada com cana-de-açúcar estabelecendo dois cenários: o primeiro em 2001 que é quando a atividade canavieira começa a se consolidar de fato na região centro-sul do Estado e em 2015 com uma perspectiva mais atual em que todos os municípios que compõem a bacia possuem plantio de cana-de-açúcar”, explica Patricia.
Segundo a pesquisadora, a bacia do Rio Brilhante possui localização estratégica por estar situada na região centro-sul do Estado, próxima a Campo Grande, e abranger parte do território de Dourados, que é considerado o principal polo industrial, comercial e de serviços da região. “Observa-se enquanto logística, acesso aos principais mercados nacionais e internacionais, o que garante escoamento rápido, ainda que com fragilidades da produção agrícola dessa porção do Estado do Mato Grosso do Sul, isso é importante destacar”.
A área apresenta potencial para intensificação da atividade sucroenergética por estar em uma rota de expansão, motivada principalmente pelas condições físicas favoráveis dessa bacia hidrográfica, que se constitui por um relevo plano e de pouca declividade, associado à presença de solos férteis e de baixa susceptibilidade à erosão pelo escoamento superficial da água.
Foi constatado que em um cenário anterior à expansão da cana-de-açúcar a região onde está localizada a bacia hidrográfica do Rio Brilhante já revelava diversas formas de uso e ocupação das terras sem dispor de critérios e de instrumentos que possibilitassem ordenar e assegurar a manutenção dos serviços ambientais dessa área.
“Esta condição é alarmante porque a região passou por um rápido crescimento econômico em um curto período de tempo, transformando-se, recentemente em um novo polo de produção de açúcar e álcool. Isso porque, a bacia está situada em uma região de ligação entre a parte mais consolidada economicamente do Estado, delineada pelo eixo Campo Grande-Dourados-Maracaju”, ressalta. “Nesse sentido, projeta-se o avanço do uso e ocupação territorial da bacia hidrográfica pela cultura da cana-de-açúcar, expansão prevista e regulamentada por lei.
Sugere-se, entretanto, um maior cuidado, no que tange a fragilidade do processo de planejamento das áreas já ocupadas e das áreas em expansão, evitando o comprometimento do equilíbrio ambiental na bacia do rio”, destaca Patrícia. Conhecimento aplicado - Foi elaborado um banco de dados sequencialmente georreferenciado, que, após empregadas as devidas técnicas de sensoriamento remoto, resultaram em um projeto cartográfico orientado em um modelo de classes de fragilidade, diagnosticando os efeitos da expansão da atividade econômica da cana-de-açúcar na bacia estudada.
O estudo indica ainda que os níveis de fragilidade diagnosticados indicam que nesse território observa-se atualmente um nível de desequilíbrio ambiental que pode ser temporário ou permanente, o que pode ocasionar a diminuição da produção da cana-de-açúcar e de outras culturas no médio prazo, o que contribuiria severamente em prejuízo da economia regional afetando a população residente nessas áreas com relação aos aspectos de qualidade de vida e oferta de serviços ambientais básicos.
As recomendações têm o intuito de sugerir a implementação de um modelo de uso e ocupação sustentável, alinhado aos acordos de cooperação ambientais vigentes e protocolos de mudanças climáticas. “O trabalho orientou-se pela premissa que o planejamento ambiental, pode e deve organizar a distribuição espacial da expansão da cana-de-açúcar a partir do cenário atual, contudo, precavendo-se dos potenciais danos socioeconômicos e ambientais identificados”, finaliza a pesquisadora.
Laboratório de Geografia Física (LGF/UFGD) - O Laboratório de Geografia Física (LGF/UFGD) conta com professores, pesquisadores, alunos do Programa de Pós-Graduação em Geografia (PPGG) e do curso de graduação em Geografia da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), desenvolvendo pesquisas ligadas às áreas de climatologia, análise da paisagem, turismo de natureza, gestão do território e outros temas.
Os trabalhos que são desenvolvidos no laboratório estão atrelados à linha de pesquisa de políticas públicas, dinâmicas produtivas e da natureza e possuem caráter prático de aplicação, o que contribui para o fortalecimento da pesquisa no Estado.