A estiagem que atinge todo o estado de São Paulo não tem prejudicado apenas o abastecimento de água em algumas cidades, mas também a produção de uma das principais culturas paulistas: a cana-de-açúcar. Na região noroeste, produtores lamentam o prejuízo na safra deste ano. De acordo com a Associação dos Plantadores de Cana (Aplacana), a queda na produção da região de São José do Rio Preto (SP) está entre 20% e 25%, em média – o balanço só será fechado no término da safra, ao fim de novembro. A Aplacana tem na região mais de 500 produtores associados e 300 fornecedores, abrangendo uma área de 40 municípios.
"Há muitos anos estávamos tendo uma produção crescente na região e mesmo neste ano, com uma área maior de plantio, a produção foi menor do que o esperado", afirma Donaldo Luís Paiola, presidente da associação. Donaldo afirma que a estiagem pegou a maioria dos produtores de surpresa e afetou não apenas a safra de 2014. "O prejuízo é visível. A cana não teve a brotação adequada e a próxima safra também fica comprometida”, diz.
O produtor Juliano Maset tem uma propriedade em Monte Aprazível (SP), região de Rio Preto. Ele sente o castigo imposto pela longa duração da estiagem no estado. Apesar de a média de quebra de produção ser de 20%, ele, particularmente, terá uma quebra de 40%. “A minha produtividade será ainda menor porque tenho uma plantação antiga, e isso afeta também. A estiagem não ajudou muito no crescimento da cana”, diz.
Na última safra, Juliano colheu 12 mil toneladas e agora conseguiu colher 8 mil. Ele afirma que este ano foi um dos mais difíceis que já enfrentou. O produtor disse que não há uma técnica diferente no plantio para evitar o prejuízo, e que a expectativa é de que volte a chover para ajudar na próxima safra. “Esse ano foi muito complicado. Em março de 2015 vou começar a plantar para colher em 2016. A gente espera que a chuva volte e nos ajude para esta safra, pelo menos para conseguirmos pagar o prejuízo que tivemos agora por causa da seca”, afirma.
Na plantação do produtor Roberto Bispo, na região de Araçatuba (SP), a quebra na produção deste ano chega a 30%. A intenção dele para a safra de 2014 era colher 20 mil toneladas de cana, mas acabou produzindo 14 mil. “Foi bem abaixo do esperado realmente, ninguém esperava uma seca tão rigorosa como esta, afetou várias culturas”, afirma.
Com a baixa produção da cana, o prejuízo é sentido no bolso do produtor. Por isso, ele afirma que tenta equilibrar as contas tentando renegociar os valores com cooperativas e fornecedores de material. “Tentamos renegociar para ir pagando aos poucos, mas renegociar com bancos é praticamente impossível”, diz o produtor.
Tecnologias
Alguns produtores conseguiram diminuir, mas não evitar o prejuízo. Uma propriedade em Altair (SP) conseguiu evitar que a queda na produção fosse maior adotando algumas técnicas. Lá, as perdas ficaram abaixo de 10%.
“Diminuir o impacto com a seca está muito ligado aos bons tratos culturais e evitar a compactação de solo, para quando tiver a chuva, ela seja absorvida e a umidade dure mais tempo. Com uma adubação especial e colheitas com piloto automático, a qualidade do plantio é melhor. Com isso, temos conseguido no momento de crise como este um resultado razoável”, afirma o produtor Fábio César Campanelli.
Ele reveza o plantio de cana com o de milho e afirma que a estiagem começou a prejudicar também a colheita do grão deste ano, em meados de março. Já em relação à cana, segundo Fábio, para o plantio de 2013 a chuva foi suficiente, mas a seca deste ano prejudicou o desenvolvimento da plantação.
"Terminamos a safra no final de outubro, o ciclo foi reduzido porque sempre terminamos em meados de novembro. Como reduziu a produção, nós encurtamos o clico. Neste ano aconteceu até um fato raro, porque as máquinas não tiveram interrupção durante a colheita por causa da chuva”, afirma.
No ano passado, a produção na propriedade de Fábio foi de 98 toneladas por hectare, enquanto neste ano chegou a 91 toneladas. Apesar de estar otimista com a volta da chuva, ele acredita que a safra do ano que vem também ficará prejudicada. “O ano de 2014 é para ser esquecido. É muito cedo para falar em números, de qual será o impacto, até porque a cana consegue reverter parte do prejuízo com momentos de clima favorável, diferente de outras culturas. Mas vejo que muitas socas brotaram mal e fica a expectativa de um ano de baixa produção em 2015”, afirma.
A estiagem que atinge todo o estado de São Paulo não tem prejudicado apenas o abastecimento de água em algumas cidades, mas também a produção de uma das principais culturas paulistas: a cana-de-açúcar. Na região noroeste, produtores lamentam o prejuízo na safra deste ano. De acordo com a Associação dos Plantadores de Cana (Aplacana), a queda na produção da região de São José do Rio Preto (SP) está entre 20% e 25%, em média – o balanço só será fechado no término da safra, ao fim de novembro. A Aplacana tem na região mais de 500 produtores associados e 300 fornecedores, abrangendo uma área de 40 municípios.
"Há muitos anos estávamos tendo uma produção crescente na região e mesmo neste ano, com uma área maior de plantio, a produção foi menor do que o esperado", afirma Donaldo Luís Paiola, presidente da associação. Donaldo afirma que a estiagem pegou a maioria dos produtores de surpresa e afetou não apenas a safra de 2014. "O prejuízo é visível. A cana não teve a brotação adequada e a próxima safra também fica comprometida”, diz.
O produtor Juliano Maset tem uma propriedade em Monte Aprazível (SP), região de Rio Preto. Ele sente o castigo imposto pela longa duração da estiagem no estado. Apesar de a média de quebra de produção ser de 20%, ele, particularmente, terá uma quebra de 40%. “A minha produtividade será ainda menor porque tenho uma plantação antiga, e isso afeta também. A estiagem não ajudou muito no crescimento da cana”, diz.
Na última safra, Juliano colheu 12 mil toneladas e agora conseguiu colher 8 mil. Ele afirma que este ano foi um dos mais difíceis que já enfrentou. O produtor disse que não há uma técnica diferente no plantio para evitar o prejuízo, e que a expectativa é de que volte a chover para ajudar na próxima safra. “Esse ano foi muito complicado. Em março de 2015 vou começar a plantar para colher em 2016. A gente espera que a chuva volte e nos ajude para esta safra, pelo menos para conseguirmos pagar o prejuízo que tivemos agora por causa da seca”, afirma.
Na plantação do produtor Roberto Bispo, na região de Araçatuba (SP), a quebra na produção deste ano chega a 30%. A intenção dele para a safra de 2014 era colher 20 mil toneladas de cana, mas acabou produzindo 14 mil. “Foi bem abaixo do esperado realmente, ninguém esperava uma seca tão rigorosa como esta, afetou várias culturas”, afirma.
Com a baixa produção da cana, o prejuízo é sentido no bolso do produtor. Por isso, ele afirma que tenta equilibrar as contas tentando renegociar os valores com cooperativas e fornecedores de material. “Tentamos renegociar para ir pagando aos poucos, mas renegociar com bancos é praticamente impossível”, diz o produtor.
Tecnologias
Alguns produtores conseguiram diminuir, mas não evitar o prejuízo. Uma propriedade em Altair (SP) conseguiu evitar que a queda na produção fosse maior adotando algumas técnicas. Lá, as perdas ficaram abaixo de 10%.
“Diminuir o impacto com a seca está muito ligado aos bons tratos culturais e evitar a compactação de solo, para quando tiver a chuva, ela seja absorvida e a umidade dure mais tempo. Com uma adubação especial e colheitas com piloto automático, a qualidade do plantio é melhor. Com isso, temos conseguido no momento de crise como este um resultado razoável”, afirma o produtor Fábio César Campanelli.
Ele reveza o plantio de cana com o de milho e afirma que a estiagem começou a prejudicar também a colheita do grão deste ano, em meados de março. Já em relação à cana, segundo Fábio, para o plantio de 2013 a chuva foi suficiente, mas a seca deste ano prejudicou o desenvolvimento da plantação.
"Terminamos a safra no final de outubro, o ciclo foi reduzido porque sempre terminamos em meados de novembro. Como reduziu a produção, nós encurtamos o clico. Neste ano aconteceu até um fato raro, porque as máquinas não tiveram interrupção durante a colheita por causa da chuva”, afirma.
No ano passado, a produção na propriedade de Fábio foi de 98 toneladas por hectare, enquanto neste ano chegou a 91 toneladas. Apesar de estar otimista com a volta da chuva, ele acredita que a safra do ano que vem também ficará prejudicada. “O ano de 2014 é para ser esquecido. É muito cedo para falar em números, de qual será o impacto, até porque a cana consegue reverter parte do prejuízo com momentos de clima favorável, diferente de outras culturas. Mas vejo que muitas socas brotaram mal e fica a expectativa de um ano de baixa produção em 2015”, afirma.