Projeções para safra de cana do Brasil variam fortemente por chuvas acima da média

09/02/2017 Cana-de-Açúcar POR: Reuters
As primeiras projeções para a safra de cana-de-açúcar do Brasil 2017/18 têm variado fortemente devido a pesadas chuvas no centro-sul, deixando comercializadores de commodities incertos sobre quanto açúcar o maior produtor global irá ofertar em um momento em que a colheita se aproxima.
Um clima extremamente benéfico para desenvolvimento da cana em janeiro, que segue nos primeiros dias de fevereiro, parece estar impactando os cálculos de alguns analistas. As projeções, que apontavam para um grande consenso no final do ano passado, agora apresentam grandes diferenças.
Duas das maiores consultorias do setor, como a S&P Global Platts e a Datagro, têm estimativas que diferem em 30 milhões de toneladas para a safra do centro-sul, um volume que representa aproximadamente a produção prevista para todo o ano-safra em países como Austrália e Indonésia, que estão entre os dez maiores produtores globais.
O mercado global de açúcar deve sair de um cenário de dois anos de déficit global na próxima safra. A recente escassez de produção levou os preços do açúcar aos maiores níveis em quase cinco anos. O volume de açúcar a vir do Brasil é o principal fator por trás das projeções de operadores sobre o balanço de oferta global.
"Os números divulgados até agora são uma prova eloquente de quão fortemente diferentes as visões estão em relação à temporada que está para começar", disse o especialista da Archer Consulting em São Paulo, Arnaldo Correa.
Havia um consenso no final do ano passado de que a produção de cana em 2017 seria menor do que em 2016, principalmente devido à insuficiente renovação de canaviais e adversidades climáticas na primeira metade do ano, como as geadas de abril. Mas o clima recente parece ter mudado isso.
"A cana reage muito bem ao tempo chuvoso", disse o presidente-executivo do grupo da indústria de cana Udop, Antonio Cesar Salibe. "Tem chovido quase todo dia, então podemos esperar um impacto positivo".
Segundo meteorologistas da Somar, a região de cana de Ribeirão Preto recebeu 365 milímetros de chuva em janeiro, ante uma média de 30 anos de 309 milímetros. A mesma região recebeu 99 milímetros de chuva nos primeiros sete dias de fevereiro, ou metade do esperado para o mês inteiro.
"Os modelos climáticos estão oscilando muito. O (seco) fenômeno La Niña não se materializou e agora nós esperamos um clima próximo ao normal, mas com chuvas acima da média", disse a meteorologista da Somar, Nadiara Pereira. 
 
As primeiras projeções para a safra de cana-de-açúcar do Brasil 2017/18 têm variado fortemente devido a pesadas chuvas no centro-sul, deixando comercializadores de commodities incertos sobre quanto açúcar o maior produtor global irá ofertar em um momento em que a colheita se aproxima.
Um clima extremamente benéfico para desenvolvimento da cana em janeiro, que segue nos primeiros dias de fevereiro, parece estar impactando os cálculos de alguns analistas. As projeções, que apontavam para um grande consenso no final do ano passado, agora apresentam grandes diferenças.
Duas das maiores consultorias do setor, como a S&P Global Platts e a Datagro, têm estimativas que diferem em 30 milhões de toneladas para a safra do centro-sul, um volume que representa aproximadamente a produção prevista para todo o ano-safra em países como Austrália e Indonésia, que estão entre os dez maiores produtores globais.
O mercado global de açúcar deve sair de um cenário de dois anos de déficit global na próxima safra. A recente escassez de produção levou os preços do açúcar aos maiores níveis em quase cinco anos. O volume de açúcar a vir do Brasil é o principal fator por trás das projeções de operadores sobre o balanço de oferta global.
"Os números divulgados até agora são uma prova eloquente de quão fortemente diferentes as visões estão em relação à temporada que está para começar", disse o especialista da Archer Consulting em São Paulo, Arnaldo Correa.
Havia um consenso no final do ano passado de que a produção de cana em 2017 seria menor do que em 2016, principalmente devido à insuficiente renovação de canaviais e adversidades climáticas na primeira metade do ano, como as geadas de abril. Mas o clima recente parece ter mudado isso.
"A cana reage muito bem ao tempo chuvoso", disse o presidente-executivo do grupo da indústria de cana Udop, Antonio Cesar Salibe. "Tem chovido quase todo dia, então podemos esperar um impacto positivo".

 
Segundo meteorologistas da Somar, a região de cana de Ribeirão Preto recebeu 365 milímetros de chuva em janeiro, ante uma média de 30 anos de 309 milímetros. A mesma região recebeu 99 milímetros de chuva nos primeiros sete dias de fevereiro, ou metade do esperado para o mês inteiro.
"Os modelos climáticos estão oscilando muito. O (seco) fenômeno La Niña não se materializou e agora nós esperamos um clima próximo ao normal, mas com chuvas acima da média", disse a meteorologista da Somar, Nadiara Pereira.