Sertãozinho (SP), Pontal (SP) e Franca (SP) foram as cidades da região que mais demitiram em 2014 na região de Ribeirão Preto (SP), segundo dados do Ministério do Trabalho divulgados nesta sexta-feira (23). Os três municípios fecharam juntos 5.116 postos de trabalho no ano passado e figuraram entre os 15 com pior desempenho na geração de vagas no Estado.
O revés foi sentido principalmente pelas indústrias de transformação, que na região são orientadas pelos setores sucroenergético e calçadista e perceberam os efeitos de fatores como alta taxa de juros, endividamento das famílias e queda de demanda.
Ribeirão Preto ficou entre as localidades da região com melhor desempenho em São Paulo, mas ainda assim registrou queda em comparação a 2013.
Crise sucroenergética
Economias ligadas à cultura da cana-de-açúcar, Sertãozinho e Pontal ficaram respectivamente na quarta e na oitava posição entre as cidades que mais demitiram no Estado, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
Entre janeiro e dezembro do ano passado, Sertãozinho perdeu 2.046 vagas, uma queda de 178,18% em relação ao mesmo período em 2013, quando o município gerou 2.617 postos. O mau resultado se deu principalmente em função da indústria, que de 1.091 vagas em 2013 caiu para o saldo negativo de 2.230 - serviços e agropecuária, com números positivos, ajudaram a amenizar o
A 15 quilômetros dali, em Pontal, não foi diferente. A cidade fechou 1.683 vagas, 203,88% a menos que em 2013, quando criou 1.620. A indústria de transformação contribuiu, fechando 2.299 vagas - setores com saldo positivo como a agropecuária reduziram a diferença.
A falta de mercado e de incentivo para o uso do etanol como combustível nos automóveis e como fonte de geração de energia elétrica afeta as unidades produtivas que fornecem equipamentos para as usinas, segundo Antonio Tonielo Filho, presidente do Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroenergético e Biocombustíveis (Ceise Br).
“Isso é reflexo da crise profunda por que o setor sucroenergético está passando. As indústrias de base que fabricam equipamentos para as usinas estão sentindo esse reflexo maior ainda. Hoje estamos trabalhando com 40% de nossa capacidade produtiva. Estamos adequando os trabalhadores de acordo com nossa demanda”, explica.
Crise calçadista
Também na região de Ribeirão, Franca (SP) amargou o encerramento de 1.387 vagas em 2014 - queda de 141,51% em relação a 2013 - e ficou na 15ª posição entre os piores do Estado, graças, principalmente, ao mau momento vivido pelas fábricas de calçado.
A indústria, ainda em sua maioria ligada à produção do calçado, fechou 2.371 vagas. Em novembro, o município já havia fechado com a pior performance em geração de empregos no Estado.
om juros e custo do crédito em alta e maior endividamento das famílias, a demanda do mercado interno para o sapato caiu em 2014 e afetou diretamente o chão de fábrica, analisa o economista Hélio Braga Filho, professor do Centro Universitário Uni-Facef. Por outro lado, mesmo com dólar em alta, as exportações permaneceram em queda e aumentaram o buraco no consumo.
“O que aconteceu com a economia de Franca invariavelmente aconteceu com a economia do país: taxa de crescimento muito baixa, taxa de juros alta, inflação elevada e carga tributária ainda pesada. Além disso, no nosso caso, as exportações recuaram e a produção local ficou mais voltada para o mercado doméstico, mas este não teve reação favorável”, diz.
Positivo, mas em queda
Ainda que figurando no outro lado da lista, entre as cidades que conseguiram encerrar 2014 com dados positivos na geração de empregos, Ribeirão Preto apresentou performance inferior na comparação com 2013.
Na 11ª colocação entre as que mais empregaram, a cidade conseguiu fechar com 1.701 vagas geradas, 80% a menos do total entre janeiro e dezembro de 2013.
Sertãozinho (SP), Pontal (SP) e Franca (SP) foram as cidades da região que mais demitiram em 2014 na região de Ribeirão Preto (SP), segundo dados do Ministério do Trabalho divulgados nesta sexta-feira (23). Os três municípios fecharam juntos 5.116 postos de trabalho no ano passado e figuraram entre os 15 com pior desempenho na geração de vagas no Estado.
O revés foi sentido principalmente pelas indústrias de transformação, que na região são orientadas pelos setores sucroenergético e calçadista e perceberam os efeitos de fatores como alta taxa de juros, endividamento das famílias e queda de demanda.
Ribeirão Preto ficou entre as localidades da região com melhor desempenho em São Paulo, mas ainda assim registrou queda em comparação a 2013.
Crise sucroenergética
Economias ligadas à cultura da cana-de-açúcar, Sertãozinho e Pontal ficaram respectivamente na quarta e na oitava posição entre as cidades que mais demitiram no Estado, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
Entre janeiro e dezembro do ano passado, Sertãozinho perdeu 2.046 vagas, uma queda de 178,18% em relação ao mesmo período em 2013, quando o município gerou 2.617 postos. O mau resultado se deu principalmente em função da indústria, que de 1.091 vagas em 2013 caiu para o saldo negativo de 2.230 - serviços e agropecuária, com números positivos, ajudaram a amenizar o
A 15 quilômetros dali, em Pontal, não foi diferente. A cidade fechou 1.683 vagas, 203,88% a menos que em 2013, quando criou 1.620. A indústria de transformação contribuiu, fechando 2.299 vagas - setores com saldo positivo como a agropecuária reduziram a diferença.
A falta de mercado e de incentivo para o uso do etanol como combustível nos automóveis e como fonte de geração de energia elétrica afeta as unidades produtivas que fornecem equipamentos para as usinas, segundo Antonio Tonielo Filho, presidente do Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroenergético e Biocombustíveis (Ceise Br).
“Isso é reflexo da crise profunda por que o setor sucroenergético está passando. As indústrias de base que fabricam equipamentos para as usinas estão sentindo esse reflexo maior ainda. Hoje estamos trabalhando com 40% de nossa capacidade produtiva. Estamos adequando os trabalhadores de acordo com nossa demanda”, explica.
Crise calçadista
Também na região de Ribeirão, Franca (SP) amargou o encerramento de 1.387 vagas em 2014 - queda de 141,51% em relação a 2013 - e ficou na 15ª posição entre os piores do Estado, graças, principalmente, ao mau momento vivido pelas fábricas de calçado.
A indústria, ainda em sua maioria ligada à produção do calçado, fechou 2.371 vagas. Em novembro, o município já havia fechado com a pior performance em geração de empregos no Estado.
Com juros e custo do crédito em alta e maior endividamento das famílias, a demanda do mercado interno para o sapato caiu em 2014 e afetou diretamente o chão de fábrica, analisa o economista Hélio Braga Filho, professor do Centro Universitário Uni-Facef. Por outro lado, mesmo com dólar em alta, as exportações permaneceram em queda e aumentaram o buraco no consumo.
“O que aconteceu com a economia de Franca invariavelmente aconteceu com a economia do país: taxa de crescimento muito baixa, taxa de juros alta, inflação elevada e carga tributária ainda pesada. Além disso, no nosso caso, as exportações recuaram e a produção local ficou mais voltada para o mercado doméstico, mas este não teve reação favorável”, diz.
Positivo, mas em queda
Ainda que figurando no outro lado da lista, entre as cidades que conseguiram encerrar 2014 com dados positivos na geração de empregos, Ribeirão Preto apresentou performance inferior na comparação com 2013.
Na 11ª colocação entre as que mais empregaram, a cidade conseguiu fechar com 1.701 vagas geradas, 80% a menos do total entre janeiro e dezembro de 2013.