Setor de cana vai ao Ibama contra norma
26/07/2012
Cana-de-Açúcar
POR: Jornal A Cidade de Ribeirão Preto
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) proibiu a aplicação por aviões de agrotóxicos à base de quatro ingredientes que, segundo estudos científicos, são prejudiciais para insetos polinizadores, em especial para as abelhas.
A proibição é temporária e vale desde o último dia 19 deste mês, com a publicação de norma no Diário Oficial da União. Os ingredientes proibidos (Imidacloprido, Tiametoxam, Clotianidina e Fipronil) também compõem agrotóxicos empregados nos tratos culturais da cana-de-açúcar.
"Eles combatem pragas surgidas nos canaviais produzidos para o corte mecanizado", diz o engenheiro agrônomo Dib Nunes Júnior. A mecanização, emenda, abrange mais de 70% dos canaviais da região.
A suspensão de uma hora para outra, segundo ele, trará enormes prejuízos para a cana e para outras culturas que usam os ingredientes, como a laranja e a soja.
Para tentar reverter a determinação do Ibama, participantes do 8º Seminário Nacional sobre Controle de Pragas da Cana (Insect Show), que termina hoje em Ribeirão Preto, endossaram ontem documento a ser enviado para o presidente do Instituto, Volney Zanardi.
"Esta proibição vem em momento inoportuno, prejudicando ainda mais a já combalida atividade canavieira", diz trecho do documento.
Proibição afetará os canaviais, diz engenheiro
Segundo o engenheiro Dib Nunes Júnior, mesmo temporária a proibição dos ingredientes em pulverização aérea afetará os canaviais. "Os inseticidas são usados contra pragas que atacam a planta e não é possível fazer o serviço com tratores", afirma. "O país tem canaviais em 9,5 milhões de hectares. "Se 30% forem infectados, e não houver tratamento, perderemos até 10% da cana".