Diante de um iminente apagão energético, devido à seca que afetou hidrelétricas, principais geradoras de energias no Brasil, a necessidade de aumentar a participação de
fontes renováveis no mix da matriz energética do País cresce a cada dia. Recentemente,
as secretarias de Energia e a da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo receberam representantes do setor sucroenergético para debater medidas que incrementem a implantação de processos de cogeração a partir da biomassa de bagaço e palha da cana. Mas o estímulo à utilização de outros materiais, como as biomassas dedicadas, ou seja, não residuais, como o sorgo biomassa, também tem crescido.
De acordo com a UNICA (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), no ano passado foram produzidos 20.815 mil Gigawatts/hora (GWh) de energia elétrica proveniente da fonte biomassa, 20% acima do realizado em 2013. Essa quantidade seria capaz de abastecer 11 milhões de residências ou equivalente a 52% da energia que será produzida
pela usina hidrelétrica de Belo Monte, a partir de 2019. A entidade destaca ainda
que, sem o uso da biomassa na matriz elétrica brasileira, o nível de emissões
de CO2 na atmosfera seria 24% maior.
“O Brasil começa visualizar esse aproveitamento da biomassa, que passará a ser um produto bastante importante dentro da área agrícola brasileira”, afirma Tatiana Gonsalves, VP Comercial da NexSteppe para a América do Sul, ao explicar que o setor de energia no Brasil passa por uma transição, com perspectivas positivas para o uso de biomassa na obtenção de energia. Como para o uso de produção de etanol de segunda geração, com duas plantas já inauguradas e outras duas em construção. “A biomassa pode ser de resíduo como temos hoje, como a palha e o bagaço da cana e também podemos ter a biomassa dedicada, que é aquela que é produzida com finalidade científica de uma indústria. É a tendência para os próximos anos, então estamos iniciando uma jornada bastante promissora”, declara entusiasmada.
Atenta a esta demanda, a NexSteppe, fundada nos Estados Unidos em 2010, aportou no Brasil quase dois anos depois, investindo em pesquisa e melhoramento genético para lançar seus primeiros produtos, entre eles, os híbridos de sorgo Palo Alto, biomassa dedicada de alto rendimento e poder calorífico. O Palo Alto é um germoplasma único que apresenta colmos extremamente secos e atinge o ponto de umidade ideal para
caldeiras, ainda em pé no campo em sua fase final de ciclo.
Os primeiros ensaios da empresa com a cultura em terras brasileiras se iniciaram no final de 2011 e contaram com parceiros produtores na região de Uberlândia-MG e Rio Verde-GO e com a APTA (Agência Paulista de Tecnologia do Agronegócios), em Ribeirão Preto-SP. A NexSteppe foi pioneira em registrar o cultivar de biomassa dedicada
no Ministério da Agricultura, no Brasil.
O Palo Alto chega a seis metros de altura com apenas quatro meses de crescimento
e tem um alto potencial produtivo. Concebido para ter níveis baixos de umidade na maturidade, o cultivar reduz significativamente a quantidade de água colhida, reduzindo assim os custos de colheita e transporte, que podem chegar a 50 por cento ou mais do
custo total de matéria-prima.
“Por possuir poder calorífero praticamente igual ao do bagaço de cana com 50% de umidade e por ser desenvolvido exclusivamente para queima em caldeiras (praticamente não apresenta açúcar em sua composição), o Palo Alto pode gerar, em média, de 0,33 a 0,5 MW de energia por tonelada de sorgo com a mesma porcentagem de umidade, dependendo do desempenho da caldeira”, diz Tatiana.
Conforme explica a diretoria, o sorgo é uma excelente cultura, por natureza, para resistência seca, e como cultura dedicada ele vem se adaptando. “Em 2013 nós tivemos uma seca bastante severa que afetou diversas culturas e a produção do Palo Alto foi minimamente atingida. Então, isso também elege o sorgo biomassa como uma cultura para o futuro que vai aparecer e enfrentar todas essas questões climáticas que a
gente vem passando”, alega.
Segundo Tatiana, o custo atual de produção de sorgo biomassa para o agricultor está entre R$ 50 e R$ 65 (esse custo de produção envolve a produção, maquinário e frete da fazenda até a indústria) na safra verão com a produtividade de 35 a 40 toneladas por hectare. Os valores de biomassa comercializados no verão ficam entre R$ 85 e R$ 90/tonelada. Na safrinha, o custo do agricultor está em torno de R$ 65 a R$ 70/ton. No entanto, a indústria oferece uma vantagem para os produtores de Palo Alto na safrinha. Assim, os valores pagos nesse período como incentivo aos agricultores está entre
R$ 95 e R$ 100,00/ton. “A margem oferecida ao produtor é compatível com as demais culturas do mercado, eventualmente até melhores de acordo com a região, da demanda por biomassa, custos com logística (distância até a caldeira) e preço da energia elétrica,
tanto as praticadas em leilões quanto no mercado spot”, explica a executiva.
Um dos atrativos da tecnologia para o agricultor é a possiblidade da renda neste caso num prazo mais curto diz a profissional, destacando que a cultura está ligada a áreas bastante promissoras como a própria produção de energia elétrica, que tem uma possiblidade de alta nos próximos três anos. “O produtor pode participar de plantas novas, ou então você pode abrir novas fronteiras com o sorgo biomassa, você não precisa ficar preso a fronteiras onde cultiva”, argumentando que como a colheita e
transporte do sorgo biomassa acontecem em abril, a cultura pode completar a renda daqueles que estariam ociosos aguardando o início da safra de cana, que neste ano irá atrasar. “A tecnologia traz um benefício macro em diversas regiões onde está sendo
implantada”, diz ela.
Diante de um iminente apagão energético, devido à seca que afetou hidrelétricas, principais geradoras de energias no Brasil, a necessidade de aumentar a participação de fontes renováveis no mix da matriz energética do País cresce a cada dia. Recentemente, as secretarias de Energia e a da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo receberam representantes do setor sucroenergético para debater medidas que incrementem a implantação de processos de cogeração a partir da biomassa de bagaço e palha da cana. Mas o estímulo à utilização de outros materiais, como as biomassas dedicadas, ou seja, não residuais, como o sorgo biomassa, também tem crescido.
De acordo com a UNICA (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), no ano passado foram produzidos 20.815 mil Gigawatts/hora (GWh) de energia elétrica proveniente da fonte biomassa, 20% acima do realizado em 2013. Essa quantidade seria capaz de abastecer 11 milhões de residências ou equivalente a 52% da energia que será produzida pela usina hidrelétrica de Belo Monte, a partir de 2019. A entidade destaca ainda que, sem o uso da biomassa na matriz elétrica brasileira, o nível de emissões de CO2 na atmosfera seria 24% maior.
“O Brasil começa visualizar esse aproveitamento da biomassa, que passará a ser um produto bastante importante dentro da área agrícola brasileira”, afirma Tatiana Gonsalves, VP Comercial da NexSteppe para a América do Sul, ao explicar que o setor de energia no Brasil passa por uma transição, com perspectivas positivas para o uso de biomassa na obtenção de energia. Como para o uso de produção de etanol de segunda geração, com duas plantas já inauguradas e outras duas em construção. “A biomassa pode ser de resíduo como temos hoje, como a palha e o bagaço da cana e também podemos ter a biomassa dedicada, que é aquela que é produzida com finalidade científica de uma indústria. É a tendência para os próximos anos, então estamos iniciando uma jornada bastante promissora”, declara entusiasmada.
Atenta a esta demanda, a NexSteppe, fundada nos Estados Unidos em 2010, aportou no Brasil quase dois anos depois, investindo em pesquisa e melhoramento genético para lançar seus primeiros produtos, entre eles, os híbridos de sorgo Palo Alto, biomassa dedicada de alto rendimento e poder calorífico. O Palo Alto é um germoplasma único que apresenta colmos extremamente secos e atinge o ponto de umidade ideal para caldeiras, ainda em pé no campo em sua fase final de ciclo.
Os primeiros ensaios da empresa com a cultura em terras brasileiras se iniciaram no final de 2011 e contaram com parceiros produtores na região de Uberlândia-MG e Rio Verde-GO e com a APTA (Agência Paulista de Tecnologia do Agronegócios), em Ribeirão Preto-SP. A NexSteppe foi pioneira em registrar o cultivar de biomassa dedicada no Ministério da Agricultura, no Brasil.
O Palo Alto chega a seis metros de altura com apenas quatro meses de crescimento e tem um alto potencial produtivo. Concebido para ter níveis baixos de umidade na maturidade, o cultivar reduz significativamente a quantidade de água colhida, reduzindo assim os custos de colheita e transporte, que podem chegar a 50 por cento ou mais do custo total de matéria-prima.
“Por possuir poder calorífero praticamente igual ao do bagaço de cana com 50% de umidade e por ser desenvolvido exclusivamente para queima em caldeiras (praticamente não apresenta açúcar em sua composição), o Palo Alto pode gerar, em média, de 0,33 a 0,5 MW de energia por tonelada de sorgo com a mesma porcentagem de umidade, dependendo do desempenho da caldeira”, diz Tatiana.
Conforme explica a diretoria, o sorgo é uma excelente cultura, por natureza, para resistência seca, e como cultura dedicada ele vem se adaptando. “Em 2013 nós tivemos uma seca bastante severa que afetou diversas culturas e a produção do Palo Alto foi minimamente atingida. Então, isso também elege o sorgo biomassa como uma cultura para o futuro que vai aparecer e enfrentar todas essas questões climáticas que a gente vem passando”, alega.
Segundo Tatiana, o custo atual de produção de sorgo biomassa para o agricultor está entre R$ 50 e R$ 65 (esse custo de produção envolve a produção, maquinário e frete da fazenda até a indústria) na safra verão com a produtividade de 35 a 40 toneladas por hectare. Os valores de biomassa comercializados no verão ficam entre R$ 85 e R$ 90/tonelada. Na safrinha, o custo do agricultor está em torno de R$ 65 a R$ 70/ton. No entanto, a indústria oferece uma vantagem para os produtores de Palo Alto na safrinha. Assim, os valores pagos nesse período como incentivo aos agricultores está entre R$ 95 e R$ 100,00/ton. “A margem oferecida ao produtor é compatível com as demais culturas do mercado, eventualmente até melhores de acordo com a região, da demanda por biomassa, custos com logística (distância até a caldeira) e preço da energia elétrica, tanto as praticadas em leilões quanto no mercado spot”, explica a executiva.
Um dos atrativos da tecnologia para o agricultor é a possiblidade da renda neste caso num prazo mais curto diz a profissional, destacando que a cultura está ligada a áreas bastante promissoras como a própria produção de energia elétrica, que tem uma possiblidade de alta nos próximos três anos. “O produtor pode participar de plantas novas, ou então você pode abrir novas fronteiras com o sorgo biomassa, você não precisa ficar preso a fronteiras onde cultiva”, argumentando que como a colheita e transporte do sorgo biomassa acontecem em abril, a cultura pode completar a renda daqueles que estariam ociosos aguardando o início da safra de cana, que neste ano irá atrasar. “A tecnologia traz um benefício macro em diversas regiões onde está sendo implantada”, diz ela.