Sucro: Produção cresce, mas preço do açúcar nesta safra se aproxima de recorde real, aponta Cepea

19/08/2016 Açúcar POR: Cepea
Não é de hoje que empresas vêm se adaptando ao mundo sustentável, tanto por interesse de mercado como também para próprio beneficio, já que muitas ações podem reduzir a conta de luz e água, assim como reaproveitar muitos produtos que teriam outro destino. 
Como exemplo dessas atitudes está uma das maiores empresas de agronegócio e alimentos do país, a Bunge Brasil, a qual vem investindo em ações de proteção e gestão ambiental e obtido resultados que ganham escala nos processos produtivos da empresa.
Dentre os projetos sustentáveis desenvolvidos pela empresa está o que mudou a forma como a água era captada, conseguindo reduzir em até 80% o seu consumo. Outro projeto que fez sucesso foi o projeto chamado de Soya Recicla, o qual é referência em reciclagem de óleo de cozinha usado.
Para contribuir com a redução de gases, a Bunge também investiu em projetos de energia renovável, onde as oito usinas da indústria recebem energia é gerada por meio do bagaço da cana-de-açúcar em um processo chamado de cogeração. Além disso, 94% da matriz energética da empresa é proveniente de fontes renováveis. 
Para o vice-presidente de assuntos corporativos da Bunge Brasil, Martus Tavares, a empresa possui um enorme compromisso com a sustentabilidade. “Considerando nossos 110 anos de presença no Brasil, caracterizados pelo compromisso com a sustentabilidade, esses resultados demonstram que as nossas iniciativas estão no caminho certo, permitindo manter o equilíbrio da nossa atuação junto a todos os stakeholders da empresa”, afirma ele.
Levantamentos do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, mostram que o preço do açúcar cristal no mercado paulista na parcial da safra 2016/17 é o segundo maior, em termos reais, para o período, de toda a série do Cepea, iniciada em 2003 para o produto. Os altos patamares ocorrem mesmo diante da maior oferta neste ano. Usinas do estado de São Paulo têm priorizado a produção da commodity, com o mix desta safra 2016/17 sendo mais açucareiro. A valorização se deve, em grande parte, aos aumentos das cotações internacionais, devido às estimativas de déficit global.

 
De abril a primeira quinzena de agosto, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar cristal, cor Icumsa entre 130 e 180 (estado de São Paulo), registra média de R$ 83,42/saca de 50 kg, 51,2% acima da de intervalo equivalente da temporada passada e atrás apenas do valor médio de igual período da 2011/12, quando alcançou R$ 88,40/sc – todos os preços foram atualizados pelo IGP-DI de julho/16.

 
O último relatório da União da Indústria da Cana de Açúcar (Unica) indicou que a produção de açúcar no acumulado da safra (de 1º abril a 1º de agosto) avançou 26% na região Centro-Sul e 24,3% em São Paulo, em relação ao mesmo período da safra anterior, totalizando 16,9 milhões de toneladas e 11,52 milhões de toneladas, respectivamente. Na média do estado de São Paulo, 51,8% da cana foi destinada à fabricação de açúcar na parcial desta safra, ante os 48% do mesmo período da temporada passada.

 
No mercado externo, problemas com a produção de cana em países grandes produtores, como China, Índia, Tailândia e União Europeia, reduziram a oferta mundial de açúcar. Esse cenário vem abrindo ainda mais espaço para o açúcar brasileiro.

 
De janeiro a julho, o País exportou 37,76% mais açúcar que nos sete primeiros meses de 2015, atingindo 15,41 milhões de toneladas, de acordo com a Secex. O estado de São Paulo foi responsável por 10,708 milhões do produto embarcado no período, ou 69,4% do total.

 
ETANOL – No mercado paulista de etanol, o impulso para os preços vem principalmente da oferta reduzida. Apesar do avanço da moagem, usinas paulistas seguem priorizando a produção de açúcar. De abril a julho, o Indicador CEPEA/ESALQ do hidratado (estado de São Paulo) está em R$ 1,4612/litro, 5,7% superior ao de igual intervalo de 2015. Para o anidro, cotado a R$ 1,6354/l, a valorização é de 6,6% em igual comparativo.

 
De acordo com os dados do Cepea, os recordes reais para o período de abril a julho foram atingidos em 2011 para o anidro, de R$ 2,225/l, e em 2006 para o hidratado, de R$ 1,7896/l (valores deflacionados pelo IGP-M de julho/16). A produção de etanol alcança 12,82 milhões de litros no Centro-Sul, incremento de 7% em relação à temporada passada. Em São Paulo, o avanço foi de 6,5%, a 6,57 milhões de litros – dados Unica.