Quem afirma é o gestor de riscos em commodities agrícolas e diretor da Archer Consulting, Arnaldo Luiz Corrêa, que esteve no começo do mês de dezembro em Ribeirão Preto-SP, onde participou de um Seminário sobre Produtividade e Redução de Custos da Agroindústria Canavieira, oportunidade em que falou sobre as perspectivas de mercado e a importância de análise de risco. Na ocasião, concedeu entrevista à Revista Canavieiros. Confira.
Revista Canavieiros: Quais as perspectivas de mercado de açúcar e etanol para 2017?
Arnaldo: Teremos um ano com preços remuneradores. Acho improvável que os preços em reais por tonelada sejam melhores do que aqueles que vimos em 2016, mas em centavos de dólares por libra-peso, sob algumas condições, os preços podem subir até 23-24 cents, sim.
Revista Canavieiros: O mercado brasileiro deve se preocupar com a chegada de Donald Trump?
Arnaldo: Para o setor nosso especificamente, não consigo vislumbrar nenhum problema imediato. Acredito que a flexibilização que ele possa dar, por exemplo, ao Dodd-Frank pode trazer de volta aos cenários das commodities muitas instituições que haviam saído do mercado, como os grandes bancos.
Revista Canavieiros: Haverá uma retomada da economia brasileira a partir de 2017?
Arnaldo: Assim esperamos, mas é algo sempre difícil de prever.
Revista Canavieiros: O Brasil manterá sua participação no mercado mundial de açúcar?
Arnaldo: Se não houver investimentos e expansão, vai ser difícil. Estamos estagnados na produção de cana por longos anos. Para as próximas cinco safras, apenas para atender a atual demanda, o Brasil precisaria crescer a produção para 850 milhões.
Revista Canavieiros: Ao analisar a oferta da demanda mundial de açúcar, como será a safra 2017/2018?
Arnaldo: Ainda com deficit, mas difícil de analisar sua magnitude. Se no Brasil, com 75.000 fornecedores de cana não conseguimos alcançar um número de produção consensual, imagine a Índia com 40 milhões de fornecedores. Tudo é um tremendo esforço de acertar a previsão, mas cientificamente, discutível.
Revista Canavieiros: Quais países serão capazes de suprir um consumo adicional cumulativo de 19 milhões de toneladas nos próximos cinco anos?
Arnaldo: Tailândia, Brasil e Europa, só não sei se conseguirão.
Revista Canavieiros: Qual a importância da gestão de risco?
Arnaldo: Fundamental. Vimos os preços negociados acima de 1750 reais por tonelada e muitas empresas aproveitaram a oportunidade. Hoje esse valor despencou e todos têm aquele gosto amargo na boca. Gestão de risco é tão importante quanto o controle dos custos agrícolas e industriais. Para se ganhar 1-2% nesses, é um enorme sacrifício. A desatenção à gestão de risco provoca perdas muito mais significativas.
Revista Canavieiros: Quais os fatores altistas que podem elevar os preços?
Arnaldo: Se a percepção de que a próxima safra, menor do que 560 milhões de toneladas, se confirmar os preços vão reagir. Também, caso o petróleo continue sua escalada de alta, haverá imediato reflexo nos preços da gasolina, melhorando a arbitragem do etanol com o açúcar. A nova política implantada pela Petrobras na gestão competente do Pedro Parente é uma importante divisora de águas para o setor, pois pode abrir caminho para novos investimentos, uma vez que agora se tem a certeza de que não haverá subsídios à gasolina bancados - como foram nos governos medíocres do PT – pelo setor sucroalcooleiro e pelos contribuintes.
Quem afirma é o gestor de riscos em commodities agrícolas e diretor da Archer Consulting, Arnaldo Luiz Corrêa, que esteve no começo do mês de dezembro em Ribeirão Preto-SP, onde participou de um Seminário sobre Produtividade e Redução de Custos da Agroindústria Canavieira, oportunidade em que falou sobre as perspectivas de mercado e a importância de análise de risco. Na ocasião, concedeu entrevista à Revista Canavieiros. Confira.
Revista Canavieiros: Quais as perspectivas de mercado de açúcar e etanol para 2017?
Arnaldo: Teremos um ano com preços remuneradores. Acho improvável que os preços em reais por tonelada sejam melhores do que aqueles que vimos em 2016, mas em centavos de dólares por libra-peso, sob algumas condições, os preços podem subir até 23-24 cents, sim.
Revista Canavieiros: O mercado brasileiro deve se preocupar com a chegada de Donald Trump?
Arnaldo: Para o setor nosso especificamente, não consigo vislumbrar nenhum problema imediato. Acredito que a flexibilização que ele possa dar, por exemplo, ao Dodd-Frank pode trazer de volta aos cenários das commodities muitas instituições que haviam saído do mercado, como os grandes bancos.
Revista Canavieiros: Haverá uma retomada da economia brasileira a partir de 2017?
Arnaldo: Assim esperamos, mas é algo sempre difícil de prever.
Revista Canavieiros: O Brasil manterá sua participação no mercado mundial de açúcar?
Arnaldo: Se não houver investimentos e expansão, vai ser difícil. Estamos estagnados na produção de cana por longos anos. Para as próximas cinco safras, apenas para atender a atual demanda, o Brasil precisaria crescer a produção para 850 milhões.
Revista Canavieiros: Ao analisar a oferta da demanda mundial de açúcar, como será a safra 2017/2018?
Arnaldo: Ainda com deficit, mas difícil de analisar sua magnitude. Se no Brasil, com 75.000 fornecedores de cana não conseguimos alcançar um número de produção consensual, imagine a Índia com 40 milhões de fornecedores. Tudo é um tremendo esforço de acertar a previsão, mas cientificamente, discutível.
Revista Canavieiros: Quais países serão capazes de suprir um consumo adicional cumulativo de 19 milhões de toneladas nos próximos cinco anos?
Arnaldo: Tailândia, Brasil e Europa, só não sei se conseguirão.
Revista Canavieiros: Qual a importância da gestão de risco?
Arnaldo: Fundamental. Vimos os preços negociados acima de 1750 reais por tonelada e muitas empresas aproveitaram a oportunidade. Hoje esse valor despencou e todos têm aquele gosto amargo na boca. Gestão de risco é tão importante quanto o controle dos custos agrícolas e industriais. Para se ganhar 1-2% nesses, é um enorme sacrifício. A desatenção à gestão de risco provoca perdas muito mais significativas.
Revista Canavieiros: Quais os fatores altistas que podem elevar os preços?
Arnaldo: Se a percepção de que a próxima safra, menor do que 560 milhões de toneladas, se confirmar os preços vão reagir. Também, caso o petróleo continue sua escalada de alta, haverá imediato reflexo nos preços da gasolina, melhorando a arbitragem do etanol com o açúcar. A nova política implantada pela Petrobras na gestão competente do Pedro Parente é uma importante divisora de águas para o setor, pois pode abrir caminho para novos investimentos, uma vez que agora se tem a certeza de que não haverá subsídios à gasolina bancados - como foram nos governos medíocres do PT – pelo setor sucroalcooleiro e pelos contribuintes.